JESUS CRISTO É AMOR
TEMPLO
NA antiguidade (Antigo Testamento) a palavra Templo
sempre se referia a um local de adoração, uma área específica onde os judeus (e
alguns poucos estrangeiros) adoravam a YHWH ( Javé ou Jeová). Também a palavra ALTAR nos leva ou a um
amontoado de pedras ou posteriormente a um tipo de matadouro e crematório, onde
animais eram imolados e oferecidos em holocausto a YHWH.
Entretanto, com o evangelho de JESUS CRISTO, houve uma
mudança substancial nestes termos, sendo que Ele nos ensinou de maneira diferenciada. JESUS CRISTO é o Cordeiro de Deus que tira os
pecados do mundo, e quando Ele é pregado e morto na cruz, se faz ETERNO
SACRIFÍCIO AGRADÁVEL a Deus. Ele se torna aquele que pode justificar e perdoar
pecados.
Ao ressuscitar, Jesus vence a morte, ao ser elevado aos
céus Ele nos diz que vai preparar lugar no reino dos céus, e que voltará para
buscar a sua IGREJA.
Então, já não se justifica imolar animais para agradar a
Deus, já não se justifica holocaustos para perdoar pecados.
Jesus nos ensina que Ele é o caminho, o único caminho que
leva até o reino de Deus. Que todas as verdades antes pronunciadas perderam o
sentido, todas as profecias anteriores à vinda de JOÃO BATISTA já foram
cumpridas. Que, a partir daí, o EVANGELHO de JESUS CRISTO é a única VERDADE a ser seguida a fim de se ganhar a salvação
da alma após a morte corporal.
Jesus Cristo abre, ainda, o reino de Deus tanto a judeus
quanto aos gentios, bastando para isso que a pessoa, independente de sua
origem, o aceite como seu único e suficiente Salvador;
Aleluias!
Entretanto, Jesus não nos deixou órfãos neste mundo, ao
partir para perto do PAI ETERNO, prometeu nos enviar o ESPÍRITO DE VERDADE, o
CONSOLADOR, o ESPÍRITO SANTO, o qual nos acompanhará por toda nossa vida, até a
consumação dos séculos.
Ensina-nos ainda, que após o batismo nas águas, onde o
pecador é lavado de seus pecados e renasce como nova criatura em Cristo, agora
sendo chamado como FILHO DE DEUS, o ESPÍRITO SANTO fará morada em seu coração,
ou seja, cada convertido e batizado nas águas se torna ALTAR VIVO do DEUS VIVO.
Aleluias!
Hebreus 5:
1 Porque todo o sumo sacerdote, tomado dentre
os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus,
para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados;
2 E possa compadecer-se
ternamente dos ignorantes e errados; pois também ele mesmo está rodeado de
fraqueza.
3 E por esta causa deve ele,
tanto pelo povo, como também por si mesmo, fazer oferta pelos pecados.
4 E ninguém toma para si esta
honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão.
5 Assim também Cristo não se
glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse:
Tu és meu Filho,Hoje te gerei.
6 Como também diz, noutro lugar:
Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque.
7 O qual, nos dias da sua carne,
oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia
livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia.
8 Ainda que era Filho, aprendeu a
obediência, por aquilo que padeceu.
9 E, sendo ele consumado, veio a
ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem;
10 Chamado por Deus sumo
sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.
11 Do qual muito temos que dizer,
de difícil interpretação; porquanto vos fizestes negligentes para ouvir.
12 Porque, devendo já ser mestres
pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os
primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que
necessitais de leite, e não de sólido mantimento.
13 Porque qualquer que ainda se
alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é
menino.
14 Mas o mantimento sólido é para
os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para
discernir tanto o bem como o mal.
Jesus Cristo veio para quebrar a distância que havia
entre Deus e o ser humano, veio para que não haja necessidade de um sumo
sacerdote que interceda em favor do pecador, já que ELE é o eterno sumo
sacerdote.
Veio para abolir os costumes de se imolar animais em
holocausto ao SENHOR.
Deus nos diz que não quer sacrifício, mas sim coração
quebrantado, alma quebrantada e FILHOS que o adorem em Espírito e em Verdade.
E assim, temos uma nova imagem da forma de se cultuar a
Deus. O que era morte e sacrifício, o que era temor e morte, tudo se revestiu
de amor.
Jesus Cristo veio nos mostrar o amor de Deus numa forma
nova, onde já não se associa nosso Deus a mortes e sacrifícios, onde não se
valoriza as coisas do mundo, mas sim a espiritualidade.
Jesus veio nos mostrar como o ser humano pode ser cruel
com seu Deus, e como este Deus pode retribuir com amor e perdão.
JESUS CRISTO É O SENHOR, AGORA E SEMPRE. ALELUIAS!
FATOS HISTÓRICOS
Para melhor entendimento do judaismo e das várias
correntes religiosas na época em que viveu Jesus Cristo, vamos anexar alguns
estudos de qualidade já desenvolvidos por autores cristãos.
I - COMO ERA O
TEMPLO DE JERUSALÉM NO TEMPO DE JESUS?
Centro religioso, comercial e económico de Israel, por
causa do intenso movimento de peregrinos e de receitas provenientes de judeus
de todo o mundo (da Palestina e da Diáspora – judeus da dispersão), o Templo
era também o centro político, pois aí reunia-se o Sinédrio.
O Templo que Jesus conheceu era já o terceiro: 1º, o de
Salomão; 2º , reconstrução de
Zarobabel; o 3º, a reconstrução de Herodes. Entretanto, foi
sempre apenas um para todos os judeus, que deviam visitá-lo pelo menos uma vez
na vida. Hoje ocupa o seu lugar a mesquita de Omar.
No tempo dos Patriarcas são aceites os lugares de culto
dos cananeus (Massebás, árvores, fontes em recintos) com ofertas de comida,
bebida e sacrifícios humanos (santuários de Betel e Dan).
Segundo o Êxodo, os israelitas tinham, durante a sua
peregrinação pelo deserto, um santuário móvel que com a Arca da Aliança e a
nuvem simbolizava a presença de Deus. Depois da tomada de posse da terra, Javé
é adorado em diversos lugares como em Silo (1 Sam 1-3), Mispá (1 Sam 7, 6-12),
Guilgal (1 Sam 11, 15), Betel, Rama, Guibeá (1 Sam 10, 10) e Belém (1 Sam 16,
1-5; 20, 6.29).
Devido à conquista de Jerusalém por David, esta torna-se
capital e o santuário cananeu local de culto a Javé (Cf. narração da compra da
eira de Arauna por David; 2 Sam 24, 16-25; 1 Cr 21, 25).
David projeta construir um Templo junto do seu palácio (2
Sam 7-1-4); Deus rejeita este plano (2 Sam 7, 6-12), através do profeta Natan.
A unidade do reino de Javé e de Salomão encontrou a sua
expressão na união entre Templo e palácio real.
Apesar do Templo, sabia-se que Deus não precisa de uma
casa de pedra (1 Rs 8, 22-28) e que só por misericórdia Ele enche o templo com
a Sua glória (1 Rs 8, 10s).
Todavia, ameaçava o perigo duma falsa segurança que se
manifestava numa
confiança supersticiosa (Jer 7, 4). Pensavam que Deus
estava obrigado a proteger o Seu santuário e por isso também a cidade. O Templo
é o teatro da vocação profética (Is 6), mas também da idolatria (Ez. 8, 7-18) e
da superficialidade do culto (Is 1, 11-17).
E assim os profetas aludem à possibilidade de Javé
abandonar o seu Templo (Jer 7, 12-15; Ez. 9-10).
Apesar das reformas religiosas no reinado de Ezequias (2
Rs 18, 4; 2 Cr 29-31) e Josias (2 Rs 23, 4-27), cumpriram-se as palavras dos
profetas: Deus abandonou o seu Templo (Ez 10, 4. 18). No exílio, aparece a
imagem do novo Templo numa visão de Ezequiel (Ez 40-44, 3) como sinal duma nova
salvação: só Deus será o senhor do Seu povo (esboçado na separação de palácio e
Templo). O Templo é o santuário imaculado de Javé (Ez 43, 1-12); a nascente do
Templo torna-se o símbolo de fertilidade espiritual (Ez 47, 1-12). Apesar da
reconstrução do Templo, chama-se expressamente a atenção para o culto
espiritual, mais necessário (Jer 31).
Jesus respeita o Templo (Lc 2, 41-50; Jo 2, 14), mas
condena todo o formalismo
religioso (Mt 5, 23s; 12, 3-7; 23, 16-22). Anuncia a
destruição do Templo (Mt 23, 28s; 24, 2); ao mesmo tempo, numa linguagem nova,
fala do seu Corpo como de um Templo (Jo. 2, 19-22). Com este Templo Deus criou
um novo sinal da Sua presença.
Da unidade com Cristo resulta claro que a Igreja se
entende como Templo espiritual (2 Cor 6, 16 88; Ef 2, 20 ss), até mesmo cada
cristão é Templo de Deus, Templo do Espírito Santo (Rom 8, 11; 1 Cor 6, 19).
1º TEMPLO: Salomão (além dos Templo de Arad, Betel,
Hebron, entre outros) construiu o Templo de Jerusalém, como parte do seu
palácio. Foi construído em 7 anos e foi consagrado com grande alegria, embora
fosse uma das causas dos impostos, de trabalho pesado e da futura destruição do
Reino. O Templo era uma construção rectangular de 35 m de
comprimento por 10 m de largura e compunha-se de três
partes: pórtico, 5 m de comprimento, 10 m de largura, com as colunas Jaquin e
Booz (1 Rs 6, 3; 7, 15-22.41 s); do lado oriental, estavam o altar dos
holocaustos e o mar de bronze; o pórtico era aberto e nele se entrava pelo
Oriente (1 Rs 7, 39; Ez. 47, 1). Seguia-se o Santo separado por duas portas de
dois
batentes, feitas de cipreste. Tinha 20 m de comprimento,
por 10 m de largura e 15 m de altura e tinha janelas na metade superior da
parede (1 Rs 6, 2-35; 7, 50).
No Santo estavam o altar dos perfumes, a mesa para os
pães da proposição e dois
candelabros de cinco braços (1 Rs 7, 48 s). O Santo dos
Santos estava separado do Santo por duas portas de cedro. Era elevado, tinha a
forma dum cubo com 10 m de face e não tinha janelas (1 Rs 6, 20-28; 8, 6-12).
Sob as asas de dois Querubins estava a Arca da Aliança (1 Rs 6, 19-28; 8, 6 s).
O Templo estava revestido interiormente de madeira e coberto de ouro em folhas,
incluídas as portas (1 Rs 6, 15-35). À volta do Santo e do Santo dos Santos
havia uma construção com 7,5 m de altura, cujas salas eram utilizadas como
armazéns (1 Rs 6, 5-10). Em 587 AC, o Templo foi destruído por Nabucodonosor (2
Cr 25, 9.13-16).
2º TEMPLO: Depois do exílio, em virtude do édito de Ciro
(2 Cr 26, 23), pôde-se proceder, sob Zorobabel, governador de Dario I, à
reconstrução do Templo que estava terminado em 515 AC. Este segundo Templo
tinha as medidas do Templo salomónico, mas faltavam-lhe a Arca da Aliança, o
mar de bronze e as colunas Jaquin e Booz; os dois candelabros foram
substituídos por um de sete braços (Esd 6,3-7; Zac. 4, 2); entre o Santo e o
Santo dos Santos havia um
muro de pedra; das almofadas da porta pendia um
reposteiro precioso (1 Mac 1, 22; 4, 51). As despesas das obras de alvenaria
foram suportadas pelo rei persa; a decoração interior, por Jerusalém (Esd 5, 14
s; 6, 4-8). No ano 169 AC, foi saqueado por Antíoco IV, profanado pela
entronização duma estátua dum ídolo (1 Mac. 1, 21-24.44-49), reconquistado por
Judas Macabeu e de novo consagrado (1 Mac 4, 36-59;
dedicação do Templo).
3º TEMPLO: No ano 20 AC., Herodes, o Grande, empreendeu a
reconstrução do Templo e acabou-a em 64 DC. O pórtico foi aumentado; a sua
fachada, elevada; além disso, o Santo e o Santo dos Santos foram elevados cerca
de um andar.
A zona à volta do Templo foi dividida em átrios (ou
pátios ou vestíbulos), um para os sacerdotes, outro para os homens e um
terceiro para as mulheres.
A zona do Templo estava cercada pelo átrio dos pagãos com
pórticos (Jo 10, 23), o qual pôde
ser construído com trabalhos de infra-estruturas e
muralhas de apoio (uma parte deles é hoje o Muro das Lamentações).
Aos pagãos estava proibida, sob pena de morte, a entrada
para a zona do Templo propriamente dita.
No ano 70 AC, também este Templo foi destruído por Tito Flávio
e nunca foi reconstruído. Durante toda a vida de Jesus o templo esteve em
obras.
Templo grandioso e belo. Para a sua construção foram
necessários uns 10000 operários diariamente! Que, apesar do seu ouro e arte, no
fundo não só não correspondia à piedade judia senão que, em certos aspectos,
era autêntica ofensa à mesma piedade:
Herodes mandara lá colocar várias esculturas e, encimando
a porta principal, lá estava, em ouro, a águia imperial o que provoca a fúria
de jovens judeus que, amotinados, pretendem destruir a águia e, em paga, são
presos e mandados queimar vivos por Herodes Agripa.
Flávio Josefo descreve assim o templo construído por
Herodes:
«O exterior arrebatava
os olhos e o espírito. Por estar recoberto de ouro, refletia desde o amanhecer
a luz do Sol tão intensamente, que obrigava a afastar a vista aos que queriam
observá-lo.
Aos estrangeiros que chegavam parecia uma montanha de
neve, pois onde não estava coberto de ouro brilhava mármore branquíssimo. O
cimo estava eriçado de pontas de ouro afiadas para impedir que as aves
pousassem e sujassem o teto.
Algumas das pedras da construção tinha vinte metros de comprimento...»
(De bello judaico, V, 222).
Não era de admirar que o forasteiro ficasse impressionado
quando descobria a cidade de Jerusalém e no meio uma torre de 50 m de altura
(15 andares).
O Templo erguia-se no meio duma esplanada com cerca de
300 x 480 metros, «o pátio dos gentios», cercado de alta muralha com as respectivas
ameias, e cujos quatro lados estão rodeados de suntuosos pórticos ao estilo
helenístico.
Situado numa colina (Sião), dominava a cidade. A grande
praça estava rodeada de arcos e pórticos, podendo-se entrar através deles por
nove portas. Nos arcos reunia-se o povo para a
discussão, o ensino e o tráfico bancário correspondente
ao pagamento dos tributos ao templo (todos os judeus maiores de 20 anos deviam pagar
dois dias de trabalho por ano, vivessem onde vivessem) e para a compra de
vítimas para os sacrifícios (vacas, cordeiros, pombas...).
Nesta primeira esplanada podiam entrar todas as pessoas,
até os não-judeus (gentios, povo), mas, uma vez dentro, uma nova barreira
avisava com letreiros em latim e grego que os não-judeus não podiam avançar sob
pena de morte. Passada a barreira ou muro, havia outro que separava o lugar das
mulheres do dos homens.
Primeiro, o pátio das mulheres; em cada um dos seus
ângulos, salas para arrecadações e serviços; depois, o pátio de Israel,
reservado aos homens, separado, por uma balaustrada, do pátio dos sacerdotes.
Rodeando todo este átrio, mais pórticos e salas. Entre estas, certamente um
luxuoso salão para as reuniões do Sinédrio. No dos sacerdotes estava o altar
dos sacrifícios (25 m de lado por 7,5 m de altura). Aí é imolado, de manhã e à
tarde, um cordeiro como «sacrifício perpétuo» e os inumeráveis sacrifícios
privados: sacrificavam-se no templo diariamente como culto oficial quatro
animais e muitíssimos mais privados, mesmo que não fosse festa.
O cordeiro pascal deve ser aí imolado antes de ser comido
em família.
O essencial do culto consistia em queimar animais a que
previamente se tirava a pele. Após a destruição do Templo no ano 70, a páscoa
judaica continua a celebrar-se, ainda que sem cordeiro.
Nos dias festivos, os sacrifícios multiplicam-se. Eram
realizados pelos sacerdotes (carniceiros especialistas do templo), que, por
isso, ocupavam uma posição especial na sociedade, que nada tinha a ver com a
sua situação econômica. Sacerdotes e levitas não têm mãos a medir, a multidão
comprime-se...
Por detrás estava o santuário, ou seja o edifício do
Templo propriamente dito (edifício cúbico com 50 m de lado), com o interior
dividido em duas partes: o primeiro ao entrar era o Santo (onde estavam o altar
do incenso, o candelabro de sete braços - menorá -permanentemente acesos, e
mesa dos pães da proposição, renovados cada sábado); e o Santo dos Santos
(superlativo hebraico que quer dizer: «o mais santo»), separado do anterior por
dupla cortina (véu), câmara vazia fechada pelo véu do Templo, onde outrora se
encontrava a arca, só o Sumo Sacerdote pode penetrar, uma vez por ano, no dia
do Yon Kippur), para oferecer o sacrifício expiatório de Israel. É o lugar
santo da presença de Deus, onde qualquer entrada está regulamentada.
De referir que à
frente da classe sacerdotal deles estava o sumo sacerdote que, além de ser a
suprema autoridade política, era no campo religioso o representante do povo
diante de Deus, intermediário entre Deus e o povo. As suas vestes eram
«guardadas» pelos romanos, apesar dos protestos judeus por esta ingerência. Às
suas ordens estavam o chefe do templo, o guarda e três tesoureiros, de quem
dependia o resto do pessoal. Dispunha também de forças de polícia com poder de
prender.
Os sacerdotes, com
traje de linho branco, eram cerca de 7 200, divididos em 24 secções, que
intervinham por turno de duas semanas por ano e também nas três grandes festas.
Como carniceiros, estavam obrigados a guardar uma série de normas
higiénico-sanitárias para não provocar epidemias.
Fora destas ocasiões, o sacerdote, normalmente pobre, exercia
o seu ofício no lugar onde vivia. Não se acedia ao sacerdócio por vontade
própria, ou por vocação, mas só por herança. Jesus não pôde ser sacerdote,
porque a sua tribo não era tribo sacerdotal. Para ajudar os sacerdotes, havia
cerca de 10 000 levitas que faziam de sacristães, músicos, polícias, etc.
Por aqui vemos que não há semelhança nenhuma entre estes
sacerdotes e os
da atualidade.
II - Como
era a terra prometida e como vivia o povo hebreu no tempo de Jesus Cristo.
24/11/2016
A PALESTINA NO TEMPO DE JESUS
É importante conhecer um pouco de história nesses tempos
em que Roma era o grande
reino, que dominava inclusive a Palestina. Serão
elencados alguns reis e o tempo de reinado,
porque vários desses reis são cita dos no Novo
Testamento. Alguns ocuparam um espaço
importante no cristianismo pelo fato de te rem
participado ativamente da perseguição aos
cristãos.
São responsáveis pelas torturas sofridas pelos primeiros
cristãos. Localizá-los no tempo é ter certeza de que existiram e também serve
para localizar historicamente o próprio Jesus.
O Império Romano tinha na agricultura a base econômica.
Os principais produtos: cereais e
legumes; vinha e oliveira nas regiões mediterrâneas;
pecuária para o corte. Também usavam
animais para o transporte.
Havia ainda, o artesanato e a exploração mineral.
O meio mais rápido de locomoção era por via marítima. O
tempo navegável era de 5 de
março a 31 de novembro, quando o mar estava “aberto”.
Resumo cronológico dos imperadores romanos que reinaram
antes de Cristo.
49 AC : César entra na Itália com seus exércitos. Tem
início as guerras civis. É im plan tada a
ditadura de César.
48 AC : Pompeu é vencido na batalha de Farsala.
44 AC : Assassinato de César.
43 AC : Triunvirato: Marco Antônio, Otávio e Lápido.
42 AC : Os “Republicanos” são derrotados em Filipos.
31 AC : Batalha de Actium – derrota de Marco Antônio e
Cleópatra.
27 AC : Otávio recebe o título de Augusto. Seu poder é
confirmado pelo Senado e lhe é reconhecido o domínio proconsular sobre as
províncias imperiais.
12 AC : Augusto toma o título de Pontífice Máximo.
02 AC : Augusto é proclamado Pai da Pátria.
Resumo cronológico dos imperadores que reinaram no
Império Romano depois de Cristo.
14 EC : Morte de Augusto
Dinastia dos JúlioCláudios
14 A 37 EC: Tibério.
37 A 41 EC: Calígula.
41 A 54 EC: Cláudio.
54 A 68 EC: Nero
68 A 69 EC: Reinados efêmeros de Galga, Otão e Vitelio
Dinastia dos Flávios
69 A 79 EC: Vespasiano.
79 A 81 EC: Tito.
81 A 96 EC: Domiciano.
96 A 98 EC: Nerva.
98 A 117 EC: Trajano.
117 A 138 EC: Adriano.
Dinastia dos Antoninos
138 A 161 EC: Antonino, o Pio.
161 A 180 EC: Marco Aurélio.
180 A 192 EC: Cômodo.
2. ECONOMIA DA PALESTINA
Um dogma essencial da fé de Israel: “A terra pertence a
Deus que lhe deu o país de Canaã”.
Tamanho da Palestina: 50 a 100 Km de base por 220 Km de EXTENSÃO.
Base da alimentação: trigo, produzido em toda a parte,
principalmente na
Galiléia até suprindo outras cidades.
Cevada: segunda cultura. Habitualmente era a farinha dos
mais pobres. Servia para fazer
ração.
As figueiras: essenciais para a alimentação. Normalmente
exportava para Roma.
Oliveira: encontrada em toda a Palestina. Exportava o
óleo. Não era da melhor qualidade.
Vinha: era de boa qualidade e produzida em toda a Judéia.
Servia até para a exportação. O
vinho fazia parte dos hábitos alimentares do povo, tanto
que na última ceia Jesus e seus
discípulos tomaram vinho. O primeiro milagre de Jesus
narrado nos evangelhos foi para
transformar água em vinho.
Frutas/ legumes: lentilhas, ervilhas, alface, chicória,
agrião, romãs, tâmaras, maçãs, nozes.
Em Jerusalém havia roseiral de onde se extraia óleo ou
essência de rosas para a venda.
Produzia também um bálsamo muito apreciado.
A pecuária era o setor mais deficitário. O Templo era o
maior consumidor de carne. O povo
mesmo só comia carne na Páscoa ou por ocasião dos
sacrifícios de comunhão (Lv 3).
POPULAÇÃO:
A Palestina possuía no séc. I a.C. uma população estimada
em 600 mil habitan tes
concentrados em 20 mil Km2.
3. A INDÚSTRIA
a) A pesca: costa mediterrânea, Rio Jordão, e sobretudo
no Lago de Tiberíades.
b) Construção: ampliação e embelezamento do Templo (20 AC.
– 64 EC). No fim dos
trabalhos no Templo: calçamento das ruas de Jerusalém,
empregando 18 mil funcioná rios.
Em 20 d.C foi construída Tiberíades, por Herodes Antipas.
c) Fiação e tecelagem: utilizava grande mão de obra feminina,
também trabalhavam homens.
A Judéia trabalhava sobretudo com lã (tinha um enorme re
banho de carneiros).
A Galiléia produzia seda e linho.
d) Indústria de couro: era alimentada principalmente
pelas vítimas oferecidas no Templo.
e) Cerâmica: para vasilhame.
f) Betume: substância viscosa e colante, que numa
determinada época bóia sobre as águas de
um lago da Judéia.
g) Artesanato de luxo: feito em Jerusalém, para o Templo
e para os peregrinos.
2. O COMÉRCIO
O comércio era centrado no Templo. A corte e a classe
abastada não faziam economia.
O comércio nas províncias era feito de trocas. O
excedente era exportado, principalmente para Jerusalém, cuja população pulava
de 50 mil habitantes para 180 mil no tempo de festas.
Comércio externo:
importação de
produtos de luxo (cedro do Líbano, incenso da Arábia,
seda para o sumo sacerdote e a aristocracia, vinda
diretamente da Babilônia.
Exportação:
alimentos, frutas, óleo, vinho, peixe, peles, tecidos e betume.
A Palestina, no tempo de Jesus, graças ao produto do solo
e ao Templo, que empregava
muita gente, deveria ser “a terra onde mana leite e mel”,
no entanto, havia muita pobreza.
4. AS INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS
Toda a existência judaica ( econômica, social e política)
era marcada pelo elemento religioso.
1. O Templo: centro de Israel.
O primeiro Templo foi construído por Salomão que reinou
por 40 anos no sec. X a.C. Foi
destruído em 587 a.C. com a conquista de Jerusalém por
Nabucodonosor.
O segundo Templo começou a ser construído após a volta do
exílio, em 538 a.C., e
inaugurado em 515. Era muito mais modesto que o primeiro.
Foi reedificado por Herodes.
Con forme Flávio Josefo, o Templo era de um grande
esplendor.
Na participação nos cultos religiosos, no Templo, havia
uma divisão das pes soas conforme a
classe. Cada classe tinha o seu lugar estabelecido
seguindo uma hierarquia: sumosacerdote,
sacerdotes, homens, mulheres, pagãos.
O altar do Templo era mais parecido com um crematório,
para os sacrifícios dos animais.
Todos os dias eram oferecidos dois carneiros, para os
sacrifícios. A pele das vítimas dos
sacrifícios sempre ficava para os sacerdotes.
As mulheres e os incircuncisos não penetravam no
“coração” do Templo.
Em volta ao Templo havia um verdadeiro comércio. O
comércio da cidade, de certa forma, girava em torno doTemplo que, em muitos
aspectos, era um centro mais de interesses políticos e econômicos, defendendo
os poderosos, que religioso.
Por isso, certamente, Jesus teve aquela manifestação de
revolta no Templo. Não conseguiu suportar toda aquela deturpação feita em nome
de Deus.
2. A sinagoga: Tinha uma grande importância no cotidiano
dos judeus.
Cada aldeia tinha a
sua si nagoga. Na sinagoga eram realizadas as reuniões,
que devem ter tido origem no ano de
587 a.C., no exílio babilônico. Tinha por objetivo
fortalecer a fé do povo que se encontrava
longe do Templo. As reuniões consistiam principalmente em
leituras da Lei e dos profetas. A
reu nião sempre começava pela recitação do Shemá ( o
credo do povo – Dt 6,49; 11,1321;
Nm 15,3741).
Algumas orações eram proclamadas pelo responsável,
enquanto o povo participava com o “Amém”.
Nos prédios das sinagogas eram guardados os rolos da Lei.
Naquele tempo não existia um livro organizado com todos
os livros sagrados, como temos hoje. Eram rolos.
Os rolos foram sendo organizados em seqüência de livros
num tempo posterior. E a divisão da bíblia em capítulos e versículos é de um
tempo bem mais recente ainda.
Em muitas comuni dades era nas sinagogas que funcionavam
as escolas.
5. AS FESTAS RELIGIOSAS
As principais festas eram: Páscoa, Pentecostes,
Tabernáculos (Tendas). As fes tas sempre
estavam relacionadas a uma comemoração de um fato
histórico ou de um ciclo da natu reza.
1. Festa da Páscoa: A população da cidade de Jerusalém
que era de 50 mil hab., durante esta
festa saltava para 180 mil hab. O pai de família levava
um cordeiro que era imolado no altar e
oferecido o sangue a Deus. Após a imolação o cordeiro era
levado para casa, onde era assado
e comido com ervas amargas e pão sem fermento. Durante a
ceia eram cantados os salmos
113 e 118, entrecortados com a bênção dada ao vinho pelo
pai de família.
Eram também re cordados os grandes feitos de Deus em
favor de seu povo. Esse modo de lembrar a ação de Deus na história era uma
maneira de manter os fatos na memória e continuar sendo fiel a Deus.
Para os cristãos a Páscoa ficou sendo a festa da
Ressurreição de Jesus.
2. Pentecostes: Era celebrada 50 dias após a Páscoa (Dt
16,9). É lembrada em Ex 23,16 como
festa da colheita; e em Ex 34,22 como festa das semanas.
Foi adaptada à celebração da Ali ança do Sinai. Desde o século I era também a
festa da renovação da Aliança.
A comunidade cristã
adaptou esta festa à vinda do Espírito Santo, celebrada 50 dias após a Páscoa.
3. Tendas: Também era uma festa de origem rural.
Celebrava-se o fim das colheitas frutíferas.
Lv 23,43 relaciona esta festa com a história. Ficava-se em
tendas para recordar o tempo
em que Deus fez os filhos de Israel morarem em cabanas,
quando saíram do Egito e peregri naram pelo deserto. Cada família construía,
nas cercanias de Jerusalém, uma cabana, onde
morava por uma semana.
A dedicação do Templo de Salomão coincide com esta festa
(1Rs 8,6566) – o Santuário fica
sendo o lugar da presença e proteção de Deus. Podemos
encontrar referências à festa
também em Esdras (3,4), Neemias (8,1318) e Levítico
(23,4043).
4. Outras festas
Yon Kipur: dia da expiação. Era celebrada alguns dias
antes da festa das “Tendas”. Faziase
o rito do bode Azazel, portador de todos os pecados. Era
o bode que expiava os pecados
de toda a comunidade.
. Até hoje usamos a expressão “bode expia tório” como
sendo aquele sobre o qual os outros justificam a própria culpa, jogam os seus pro
blemas e ficam aliviados.
Hosh Hashana: festa do ano novo. Era celebrada 10 dias
antes do Yon Kipur. Era uma
festa para preparar a celebração do perdão.
Os Purin ou as sortes: comemorava a libertação do povo
narrada em Ester.
O sábado. Guardar o sábado como um dia dedicado ao Senhor
é de origem com plexa. Foi
codificado durante o exílio pelas legislações sacerdotais
(Lv 23,3; Ex 31,1217) que juntaram duas instituições doutrinais muito antigas:
um dia de festa semanal e um dia de folga obrigatória (Ex 23,12; 34,21).
Para o cristão, este dia de folga e de
oração passou a ser o do mingo, considerado o dia da ressurreição de Jesus.
.A oração
cotidiana. Além das festas tradicionais, todos os homens adultos deviam rezar
todos os dias, antes de qualquer atividade, voltados para
o Templo de Jerusalém.
6. A SOCIEDADE JUDAICA
“A terra pertence a Deus que a dá a seu povo, por isso
todos são iguais diante dele”. Apesar
disso a desigualdade social também era grande.
Para tentar fazer um pouco de justiça e amenizar as
desigualdades, foi instituído o ano
sabático e o ano jubilar, em que eram perdoadas as
dívidas.
A lei civil e a religiosa eram uma coisa só. Não havia
separação. A classe social mais
importante era a dos sacerdotes.
1. O Clero
a) SumoSacerdote.
Com a volta do exílio, em 538 a.C., não havendo mais rei,
o sumo sacerdote foi se tornando
cada vez mais importante na sociedade judaica. Era
responsável pela Lei, pelo Templo e
presidente do Sinédrio, por ofício.
Era o único que podia orar e expiar os pecados por todo o
povo – entrar uma vez por ano no
coração do Templo (Santo dos Santos), para a expiação.
Sua morte era considerada expiatória
– os assassinos eram agraciados.
Possuía grande dignidade e situação financeira confortável.
Toda tarde era o primeiro a escolher parte das oferendas feitas no Templo.
Assim, ficava sempre com a melhor parte. Depois que ele
escolhia é que se dividia o resto
entre os de mais que também tinham direito.
O Templo era também uma grande fonte de renda. Todos os
negócios giravam em torno do
Sumo sacerdote que fazia tudo para aumentar suas economias.
Usava até da violência para
arrancar alguns bens. No tempo da dominação romana ainda
tinham que fazer o jogo dos
imperadores para permanecer no cargo.
De 200 a 36 a.C. houve 36 sumo sacerdotes.
De 36 a.C. a 67 d.C houve 26 sumo sacerdotes.
Foi o tempo da intervenção de Herodes Magno e, depois,
dos procuradores romanos.
O sumo sacerdote era auxiliado por toda uma equipe de
ajudantes – chefes dos sacerdotes.
Eram de sua própria família ou amigos:
Comandante do Templo: responsável pelo culto e policiamento
no Santuário. Quando
necessário, substituía o sumo sacerdote;
Os chefes das vinte e quatro seções semanais;
Os sete vigilantes do Templo – manutenção.
Os três tesoureiros.
Com esta pequena descrição já dá para perceber o poder
que estes homens concentravam em
suas mãos.
Por isso ficaram tão indignados e revoltados com a
atitude de Jesus, quando se sentiram ameaçados pelos seus ensinamentos e
posicionamento contra o que eles estavam fazendo.
É difícil para qualquer grupo que esteja se aproveitando de
uma situação e, principalmente da ignorância do povo, aceitar ser desmascarado.
A reação, quase sempre, é calar a voz que está fazendo a denúncia. Foi o que
fizeram com Jesus naquele tempo e continua sendo feito através da história..
b) Os Sacerdotes
A função dos sacerdotes, um número aproximado de sete
mil, era oferecer os sacrifícios e
conservar a parte central do Templo.
Eram divididos em 24 grupos, cada grupo prestando
serviços uma semana. Toda manhã era
tirada a sorte para ver quem teria uma função particular
no culto (Lc 1,9). Nas três festas de
peregrinação, todos prestavam serviços. Era uma classe
pobre. A renda constituía-se da parte retirada dos sacrifícios (cinco semanas por
ano), e o dízimo. Mas o dízimo não era pago por todos os fiéis. Como eram em
muitos e a parte principal ia para o sumo sacerdote, os sacerdotes ficavam com
quase nada.
Para complementar a renda todos tinham um ofício:
carpinteiro, talhadores de pe dra,
comerciantes, açougueiros e, alguns se tornavam escribas.
Pelo salário que recebiam estavam bem próximos do povo
humilde. Muitos tinham o mesmo
nível de instrução e comungavam o mesmo ideal do povo
pobre.
O sacerdócio era transmitido por hereditariedade. A
esposa do sacerdote tinha que ser
verdadeira judia e o filho tinha que ser normal física e
mentalmente, para poder ser
sacerdote.
c) Os levitas
Aproximadamente dez mil. Tinham o mesmo esquema de
divisão dos sacerdo tes, para a
prestação de serviços no Templo. Só que não ganhavam
nada. O dízimo lhes foi tirado em
benefício dos sacerdotes (Nm 18,832).
Eram divididos em dois grupos (músicos e porteiros), sendo
que um não podia fazer a tarefa do outro. Em 64 EC., Agripa II deu uma pro
moção aos grupos – os músicos poderiam vestir as vestes distintas dos
sacerdotes e os porteiros poderiam aprender os hinos.
Como os sacerdotes, os levitas também exerciam outras
profissões.
c) O POVO
1. Os Anciãos: O grupo de anciãos formavam o Sinédrio de
Jerusalém. Formavam a
aristocracia leiga de Israel. Grupo pequeno mas poderoso,
pelo poder aquisitivo e influência
política.
Estavam ligados ao Templo e ao poder romano. Caso
fizessem oposição ao poder romano
tinham os bens confiscados e serem deportados ou mortos.
Herodes matou 45 anciãos por terem feito oposição ao seu governo.
O ressentimento
dos anciãos era não poderem chegar ao ápice da nobreza e da honra, que
era ser sumo sacerdote.
2. A Classe Média: Era formada por comerciantes e
artesãos. Giravam em torno do Templo
do qual, em geral, dependiam. Conforme Dt 12,17 e 18, os
judeus deveriam gastar, nas festas, o segundo dízimo, em gêneros que poderiam
ser oferecidos em sacrifícios. Os peregrinos vinham da Palestina ou de fora e
faziam questão de cumprir este preceito. Por causa disso as
coisas eram muito mais caras em Jerusalém.
3. O Povo:
3.1. Pequenos proprietários agrícolas. Na Judéia e na
Samaria existiam lavouras
pequenas, tipo familiar. Geralmente o mais velho é que
herdava a terra.
Na Galiléia as propriedades eram mais extensas. Por volta
de 15 a.C. todos fugiram (1Mc
23,45). Os inimigos ficaram com estas terras, mas quando
João Hircano reconquistou a
Galiléia, tiveram que se converter ao judaísmo ou abandoná-las.
3.2. Os artesãos. Não eram agricultores. Trabalhavam por
conta própria.
3.3. Curtidor. Não era uma profissão bem vista. Conforme
fontes rabínicas antigas, a esposa
podia até se separar do marido curtidor por causa do mau cheiro.
3.4. Tecelão. Era tido como mentiroso. Em conseqüência
dessa má fama não podia dar testemunho.
3.5. Pastor. Era considerado ladrão. Foi um símbolo
bastante usado por Jesus, sempre
acentuando a diferença entre o bom e o mau pastor. O mau
pastor era aquele que saqueava,
roubando ovelhas que não eram suas.
3.6. Médico. Era praticada uma medicina de classe. O povo
acabava ficando desassistido.
3.7. Operários e diaristas. Trabalhavam para um patrão,
por um dia, ou de braçal, numa
lavoura de grande ou médio porte; numa empresa de
transporte; junto a um artesão; junto a
um nobre da corte; nos canteiros de obras. Os diaristas
costumavam ficar numa praça, espe rando que
aparecesse alguém interessado nos seus serviços. Lembram um pouco o bóia fria
do nosso tempo.
Esse povo, “han há ares”, era desprezado pelos escribas e
fariseus, esperava com paciência a
intervenção libertadora de Deus.
d) Os Miseráveis
1. Os mendigos. Viviam de preferência em Jerusalém. Havia
um número muito grande de
mendigos leprosos, considerados impuros que viviam
isolados do convívio social, numa
miséria total.
2. Ladrões. Procuravam roubar os viajantes imprudentes,
seja em Jerusalém ou nas estradas.
Para evitar esses assaltos, o povo costumava viajar em
caravanas. Em 35 AC., Herodes
desfechou uma verdadeira guerra contra esses grupos. Em
60 EC., eles aumentaram muito
mais, porque aumentou a miséria na região.
3. Escravos. Havia uma distinção dada ao escravo judeu e
ao pagão. Da família judia só se
podia pegar para escravo o varão (chefe de família) e a
filha de menos de 12 anos. A esposa e
os filhos não podiam ser tomados como escravos. Aos 12
anos a menina adquiria a liberdade
e deixava de ser escrava. Casando-se com o senhor também
deixava de ser escrava.
A liberdade também podia ser resgatada. No ano sabático
todo escravo judeu era libertado.
O escravo pagão era considerado propriedade do patrão,
que poderia tratá-lo
como quisesse. Era considerado impuro e deveria ser
circuncidado.
e) Os Escribas
Tinham grandes estudos e conhecimento perfeito da Lei.
Eram poucos mas tinham um
considerável valor social. Eram provenientes de várias
classes, superando a origem pela
sabedoria. Eram especialistas da Lei e deviam atualizá-la.
Esperava-se que cada escriba fosse um guia espiritual.
Reconhecidos como filhos espirituais e sucessores dos antigos profetas. Eram indispensáveis
nos conselhos e tribunais. Eram mais respeitados até que os sumo sacerdotes. Prestavam
os ensinamentos gratuitamente.
Os escribas fariseus estendiam o ideal de pureza ao povo,
suscitando a esperança de que
também podiam estar próximos de Deus. Após o ano 70 dC,
com a destruição de Jerusalém,
eles se tornaram os chefes do povo.
f) A Mulher
A mulher não ocupava um lugar de destaque no judaísmo.
Era uma sociedade do minada
essencialmente por homens. Jesus deu uma atenção muito
especial à mulher, considerandose
os costumes daquele tempo. No sec. II d.C. aumentou o
antifeminísmo, tanto no judaísmo como no cristianismo. Vejamos a seguinte
afirmação, cuja data não é bem certa se
do I ou II sec. EC.: “Compra-se a mulher por dinheiro,
contrato ou relações sexuais. Compra-se
um escravo pagão por dinheiro, contrato e tomada de
posse. Não há diferença na aquisição”.
Antes de a menina completar os doze anos e meio de idade
o pai tinha que arranjar um noivo. Caso não conseguisse um pretendente para a
filha, esta era declarada emancipada e o pai não poderia receber o dote que
tinha por direito. O dote que o noivo pagava correspondia ao status social que
a família da noiva ocupava. Às vezes o noivo, por falta de dinheiro ou bens,
ficava trabalhando para o sogro por um bom tempo, para pagar a esposa. Por
isso, o noivado já era um compromisso muito sério. Nem a noiva nem o noivo podiam
romper sem uma grave acusação contra o outro.
O lugar da mulher era a casa e a sua função principal era
a educação dos filhos. Quando
saísse de casa deveria guardar completo anonimato, usando
o véu que lhe cobria o rosto,
além de deixar o cabelo comprido, para ajudar a esconder
a face- (Por causa disso, o apóstolo Paulo ordena que as mulheres não cortem o
cabelo). Deveria aceitar que o marido tivesse outras mulheres e mesmo
concubinas. No entanto, o marido tinha que lhe dar um mínimo de
dignidade. Contudo, em muitas circunstâncias, o amor
matrimonial superava esses tipos de
leis.
g) O Filho e a Educação
Para o judeu, ter filhos era sinal da bênção de Deus.
Cada família tinha que ter o maior
número possível de filhos. Assim que tinha condições de
procriar a menina deveria se ca sar,
para que a prole pudesse ser numerosa. Todos deveriam
colaborar para que o povo de Israel
se tornasse numeroso, conforme promessa de Deus. Era um
sinal de maldição a mulher não
ter filhos.
Os partos aconteciam em casa, com a ajuda de uma
parteira. Em casas pequenas da Palestina
era normal a mulher se retirar para o estábulo para dar à
luz – era um lugar cos tumeiro para
a mulher ficar tranqüila.
Quando Jesus nasceu em um estábulo, o fato
não foi tão estranho para eles como hoje é para nós.
O nome da criança era dado pela mãe ou pelo pai.
Quatro dias após o nascimento era feita a circuncisão –
tinha um valor cultural de
manutenção da identidade do povo. Este costume adquiriu
importância no tempo do exílio
na Babilônia. Como o filho primogênito pertencia ao
Senhor (Ex 13,12), devia ser resgatado
(Ex 13,13). Esse resgate era feito mediante um pagamento
(Nm 18,1516).
Maria e José também foram ao Templo, resgatar o seu
filho. Como eram pobres, certamente ofereceram uma pombinha em troca do filho,
que era a oferta do pobre.
Purificação da mãe: 40 dias após o nascimento, se fosse
menino e, 80 dias se fosse menina, a
mãe deveria ser purificada. Era uma purificação mais no
sentido de “dessacralização”.
A educação do filho era rígida. Até os 4 anos a educação
era toda por conta da mãe. Só os
meninos freqüentavam as escolas. A menina podia ser
vendida como escrava após os seis
anos. As meninas, quanto menos aprendessem melhor. Mesmo
em nossa sociedade, até hoje,
uma grande parte de nossas famílias continua deixando a
educação dos filhos por conta da
mãe – o pai vai se ocupar com o sustento e por isso acha
que não tem tempo para orientar os
filhos.
h) O Ensino Superior
Bem antes de Cristo, os mestres já se preocupavam em formar
discípulos e futuros escribas
para continuar a tradição. Este costume de formar
discípulos era comum nos povos antigos.
Os sábios tinham os seus discípulos. Portanto, Jesus não
era o único mestre com discípulos.
Antes da ruína do segundo Templo (70 dC) não se tem
informações claras quanto à educação. Mas a preocupação com a leitura e
homilias na Sinagoga era constante. O judeu ensinava ensinando a Lei. A
educação era voltada para as coisas práticas da vida.
Havia uma organização das famílias para orientar os
filhos.
Havia uma espécie de escola secundária num lugar mais
central. Não eram todos que freqüentavam a escola. Para quem morava em aldeias
menores e afastadas, ou na roça, havia
a dificuldade de freqüentar as aulas o dia todo e ainda
ter que pagar a pensão. O mestre era
considerado mais importante que os pais, na educação dos
filhos.
i) O Matrimônio, Noivado, Divórcio…
1. A Emancipação – Até os doze anos a pessoa era
considerada de menor idade. Quando completava os doze anos:
a) O menino passava a ser considerado maior. Era obrigado
a observar a Lei, que ele já podia
ler na sinagoga. Devia se dedicar ao trabalho: “construir
uma casa, depois plantar uma vinha
e, por fim, casar-se”.
A idade para o casamento, para os homens, era entre os
dezesseis e vinte e dois anos, sendo que dezoito anos era considerada a idade
ideal.
b) Entre os doze e doze anos e meio o pai deveria
entregar a menina para um noivo. Antes
dos doze anos não podia ser entregue a um noivo, porque
ao completar os doze ela se liberta ria e poderia não aceitar a proposta;
depois dos doze anos e meio ela também adquiria a
emancipação completa e não seria mais obrigada a aceitar
a proposta do pai. Ela mesma
procuraria o seu noivo e o mesmo não teria nenhuma
obrigação de pagar um dote ao sogro.
j) O Noivado
Juridicamente era o ato que ligava efetivamente os noivos
e sua famílias, graças ao contrato
do matrimônio. Nos termos do contrato eram determinados,
entre outras coisas, o dote a ser
pago pela noiva e as despesas do casamento.
Os dotes, dados pelo pai, à filha que casava, dependiam
muito das condições das famílias e
do amor do pai pela filha. Era a herança que ela levava.
Se o pai falecesse antes de dar este
dote, os irmãos tinham o dever de trabalhar para dar um
dote à irmã.
O noivado durava mais ou menos um ano. Era o tempo para
que a mulher tivesse condições
de procriar – ser considerada adulta e pronta para ser
mãe, colaborando com a promessa de
Deus de tornar o povo judeu um povo numeroso. Durante
este tempo de espera, apesar de já
serem considerados comprometidos, cada um continuava
morando na sua casa e as relações
sexuais não eram bem vistas. Por aí podemos perceber a
angústia de Maria, mãe de Jesus, e
de José, seu noivo, quando descobriram que ela estava
grávida enquanto os dois ainda eram
apenas noivos. Precisou a intervenção do anjo de Deus
para que José não abando nasse
Maria.
2) O Matrimônio
Era uma festa para as famílias e para os vizinhos. O
noivo conduzia a noiva para a sua casa
ou a casa de seu pai. A partir desse dia ela não podia
mais ficar com a ca beça descoberta.
A cerimônia religiosa consistia apenas numa
bênção pronunciada pelo pai da noiva. A
verdadeira bênção mesmo viria com os filhos.
Consideravam que Deus é que realizava todos
os casamentos. A esposa não deveria
se esquecer das prescrições para a noite de núpcias (Dt
22,1321). Neste dia ela passava da tutela do pai para a
tutela do marido.
A mulher só poderia administrar seus bens se ficasse
viúva. Se não tivesse bens para
administrar podia escolher: casar novamente, cair na
miséria ou na prostituição.
Com o matrimônio a mulher passava a ter o usufruto da
casa do marido por toda a vida. Se
fosse repudiada ficava com esta propriedade e também os
dotes que levara no casamento.
3) O Divórcio
Só o marido podia repudiar a mulher – pedir o divórcio
(Dt 24,1; Mc 10,12). Os motivos para
o repúdio poderiam ser os mais fúteis.
k) OS GRUPOS POLÍTICO RELIGIOSOS
Após a queda de Jerusalém, em 70 dC, é o grupo dos
fariseus que vai estruturar a Lei Judaica
até nossos dias. Após 70 dC as coisas se modificaram um
pouco de como eram no tempo de
Cristo. Conforme Flávio Josefo, além dos fariseus havia o
grupo dos saduceus, es sênios e
zelotas. Mas além dessa divisão havia também outros
grupos.
Esses grupos tiveram origem após o ano 152 a.C., quando
Jônatas, chefe da resistência
armada, encabeçada pelos macabeus, se fez nomear sumo sacerdote.
Por ser da classe sacerdotal se achava com direito de
ocupar esse cargo. Mas como era da descendência de Sadoc foi considerado
ilegítimo por alguns grupos, que preferiram se separar dos macabeus.
Os grupos divergiam quanto ao que significava fidelidade
à Lei, quanto a um fixísmo absoluto ou à uma evolução.
1) Os Saduceus
Consideravam-se os detentores do sacerdócio legítimo na
linha de Sadoc (Ex 40,46); direito
também reivindicado pelos “filhos de Sadoc” de Qurnrã.
Apareceram como grupo organizado no tempo de João Hircano
(135/104 AC.). Tinham poder sobre o Templo, portanto, sobre o culto e o
Sinédrio, até 76 AC. Com a entrada de alguns escribas fariseus no Sinédrio,
rapidamente estes vão controlando também o poder religioso, ficando os fariseus
sem o prestígio que detinham.
Eram apegados ao Pentatêuco. Pregavam a doutrina da
retribuição, achando que Deus os
abençoava por terem riqueza. As regras de pureza só
valiam no recinto do Templo. Daí a
liberdade para terem contatos com pagãos. Ao povo não
exigiam as regras de santidade,
podendo se fizessem qualquer coisa, mesmo que fosse
considerada impura.
Desde Pompeu, no sec. I a.C., Roma já lhes havia tirado o
poder político e parte do poder
religioso (o sumo sacerdote era escolhido pelo imperador
romano e os fariseus é que de terminavam as regras do culto).
Tinham atenção para com o povo porque seus negócios
dependiam do povo para prosperar.
Com a destruição do Templo, em 70 dC, o grupo dos
Saduceus perdeu sua razão de ser, deixando de existir.
2) Os Zelotas
O termo é de origem grega e significa “zeloso por Deus”,
remonta ao Êxodo
(Nm 25,613).
A partir dos macabeus, sempre há referência aos zelotas
como rigoristas violentos que julgavam sem piedade aqueles que consideravam
infiéis à Lei de Moisés.
Os romanos e seus colaboradores eram considerados
inimigos. No início, o inimigo era
considerado o judeu apóstata, por trair a Lei em favor do
inimigo.
Para eles “Deus não tolera transgressão nenhuma nesta
terra que Ele deu ao povo”.
Para as transgressões eles reclamavam a pena de morte.
Costumavam andar com uma faca e atacar os inimigos. Alguns discípulos de Jesus
provavelmente eram partidários desse grupo (Judas e Simão).
Os zelotas eram originários da Galiléia, onde podiam se
esconder nas grutas. Geralmente
eram muito pobres, ao contrário dos saduceus que eram
ricos.
Tinham confiança absoluta em Deus e nas suas
instituições: Templo e Lei. Sentiam que
podiam apressar a vinda do Reino de Deus, do seu Messias,
através de suas ações.
3) Os Fariseus
Os fariseus se opuseram ao rei Alexandre Janeu (103/76 AC.),
provocando uma guerra civil
de 6 anos, que custou a crucifixão de milhares de judeus.
Mas saíram vitoriosos.
São relacionados com os hassidim e com Esdras e Neemias.
Eram pessoas piedosas, que se
colocavam a favor de um aprofundamento espiritual e de
uma profunda vivência da Lei – os
hassidim podem ser os criadores e transmissores de vários
salmos. Para a eles a salvação virá
pelo cumprimento da Lei. Saulo de Tarso, depois renomeado
apóstolo Paulo, era do grupo dos fariseus.
Conheciam bem a escritura e se esforçavam por vivê-la e
transmiti-la ao povo.
Preocupavam-se com a educação das massas. Vindos do povo,
eram um partido do povo, mas procuravam ser separados do povo por achá-los demais
impuros por causa da ignorância. Esse grupo conseguiu resistir à catástrofe de
70 d.C.
4) Os Essênios
A origem desse grupo parece estar ligada à perseguição no
tempo dos macabeus. Alguns
descendentes da tribo de Sadoc se refugiaram e formaram,
com outro grupo de refugiados,
uma organização fechada, procurando viver o mais
rigorosamente possível em conformidade com a Lei de Deus.
Tinham uma organização própria e toda uma exigência para
aceitar novos membros.
João Batista, aquele que batizou Jesus, provavelmente
tenha sido um essênio. E o próprio
Jesus pode ter tido contato com esse grupo. Desapareceram
na guerra de 66/70 EC.
5) Os Herodianos
Eram partidários de Herodes e tinham o objetivo de
protegê-lo, e depois ficaram encarregados
de proteger Antipas. Estavam sempre muito atentos a
qualquer movimento que pudesse ameaçar a
segurança do rei
.
6) Os Movimentos Batistas
Desenvolveram-se no séc. I d.C., entre o povo simples.
Tinham a proposta da salvação para
todos (Lc 3,714). Faziam o batismo por imersão, tendo em
vista a purificação dos pecados.
Formou-se um grupo em torno de João Batista (At 18,25;
19,15).
O grupo de Jesus também batizava (Jo 3,22; 4,12).
Esse movimento rejeitava o Templo e os
sacrifícios sangrentos que nele eram oferecidos.
7) Os Samaritanos
Formavam uma comunidade próxima e oposta ao judaísmo.
Discordavam dos judeus quanto
à centralização religiosa em Jerusalém. Acreditavam ser
os continuadores das tribos do Norte, fiéis a Moisés. Esperavam a volta
“daquele que vem de novo”, espécie de novo Moisés que iria colocar tudo em
ordem, no fim dos tempos.
Celebravam a Páscoa no Garizim, conforme Ex 12. O Garizim
também era o lu gar da bênção:
Dt 11,29; 27,12.
Quando Jesus conversa com a samaritana ela coloca para
Jesus estas questões, de monstrando
que realmente era uma preocupação para eles (Jo 4,142).
Jesus tinha uma simpatia por eles, mostrando que apesar
de serem considerados impuros, em certas situações eles davam um melhor
testemunho de compreensão da vontade de Deus que os próprios chefes religiosos
dos judeus (Lc 10,33).
Podem ter tido origem após a tomada da Samaria, em 721
a.C. (2Rs 17), pelos as sírios. Os
judeus os consideravam impuros e infiéis, por terem se
misturado com o conquistador.
Samaria era a capital do reino do Norte, que antes de ser
tomada pelos assírios havia se
separado do reino do Sul, por rixas políticas.
Apesar das relações tensas entre judeus e samaritanos,
eles tinham influências mútuas.
A oposição ao Templo de Jerusalém pode tê-los aproximado
dos essênios e também de certas
correntes do cristianismo.
l) A RESISTÊNCIA JUDAICA
Os romanos respeitavam a religiosidade dos judeus, não os
obrigando a prestar culto ao
imperador, costume que teve início em 27 AC., com a
homenagem a Augusto. Mesmo assim
os romanos desgostavam muitos judeus ortodoxos e
fariseus, com seus costumes – alguns
costumes feriam profundamente o sentimento religioso
judeu. A resistência aos valores
romanos ia crescendo como forma de manter a identidade e
a esperança da libertação com a
volta a uma teocracia.
1) As Insurreições Esporádicas
No domínio romano os judeus gozavam de paz relativa, pois
frequentemente havia manifestação contra a dominação. No NT temos algumas
citações que aludem a estes levantes: Lc 13,1; At 5,3637; 21,37.
Segundo Flávio Josefo e Fílon (historiadores dessa
época), houve uma revolta na Alexandria,
no reinado de Calígula, aclamado por Cláudio em 41 EC. Na
Palestina houve um começo de
revolta por Calígula querer instalar, no Templo de
Jerusalém, uma estátua de Zeus. Isto era
uma afronta direta ao sentimento religioso dos judeus.
2) Revolta de 66/70 EC.
Essa revolta irrompeu no fim do reinado de Nero. Teve
início com uma atitude antipática de
Floro (procurador romano), que retirou do Templo 17
talentos do Tesouro. Alguns judeus
reagiram, sendo presos e executados, a mando de Floro. Em
consequência, o movimento em
oposição a Roma começou a crescer, não sendo mais
controlado pelos sacerdotes e anciãos.
Na primavera de 67 EC., Vespasiano armou um plano de
guerra e progressivamente foi
tomando as cidades. O avanço das tropas romanas foi
facilitado por rixas internas e
desacordos entre os chefes da revolta, que levou a um
enfraquecimento do movimento.
Na primavera de 70 EC., Tito, depois de um assédio
cercando toda a Jerusalém, tomou o Templo e o destruiu totalmente. A partir daí,
a estrutura sacerdotal foi enfraquecendo, os
Saduceus deixaram de existir; enquanto que as sinagogas
foram tendo importância exclusiva para a reunião do povo e leitura da Lei, sob
a direção dos mestres da Lei – os fariseus.
Paz de Cristo,
Missionário Virtual Geraldo de Deus 2016 novembro, 26
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