Queremos um rei
1 Samuel 8:4 - Então todos os anciãos de Israel se congregaram, e vieram a Samuel, a Ramá,
1 Samuel 8:5 - E disseram-lhe: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações.
Amados em Cristo,
Certa época reuniram-se os anciãos de Israel, quando Samuel já estava avançado em idade, tendo sido juiz e representante de YHWH perante aquele povo escolhido pelo Criador por muitos anos, propuseram em seus corações pedir um rei de carne e ossos sobre eles. Chegaram a um veredito, e em comitiva foram até a casa do profeta Samuel, em ramá.
Lá lhe disseram ao profeta e sacerdote Samuel, "Queremos um rei "!
Havia fome sobre a nação?
Havia ameaça de algum inimigo que estivesse combatendo com Israel?
Viviam sob carestia ou falta de água?
Havia violência e peste assolando o povo?
A resposta para as questões acima é a mesma: NÃO, NÃO HAVIA.
Desde que Samuel foi colocado por Deus à frente da nação dos filhos de Israel a paz, a tranquilidade e a abastança passaram a habitar junto com os israelitas.
Nunca houvera antes um período de tanta paz, tranquilidade e prosperidade, além de estarem em sintonia com YHWH, pois Samuel cuidava para que não houvesse afastamento do povo com Deus e mantinha uma escola de profetas para suprir as necessidades espirituais da nação. Era também ele um justo juiz, perante Deus e perante seus semelhantes.
1 Samuel 8:5 - E disseram-lhe: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações.
Tal petição, "Você já está velho, seus filhos são corruptos, afaste-se e coloque sobre nós um rei", causou grande tristeza no coração daquele homem de Deus.
Meditando,
Desde o início da criação do mundo que o homem vem rejeitando o reino de Deus. Em diversas épocas, em diversas situações, e até hoje ainda, "o povo" - tem que generalizar, porque existiu e sempre existirá um remanescente que é fiel e temente ao Criador -, escolhe afastar-se de Deus e servir ou a outro homem ou a alguma entidade diferente, seja ela um deus pagão ou o próprio diabo.
Deus tirou o povo hebreu do Egito, onde seus clamores eram tantos que chegaram aos ouvidos do Criador, e os conduziu, pela mão de Moisés, até a Terra Prometida, Canaã.
Para que isto fosse possível Deus exterminou com a soberba de Faraó, o qual se exaltava como sendo um deus, o qual tinha o mais poderoso exército da época, mas que sucumbiu diante do poder sobrenatural do Senhor dos Exércitos, que foi humilhado e vencido por YHWH, de forma espetacular.
Deus abriu o mar vermelho para seu povo escolhido passar sobre o leito seco. Vindo o exército poderoso do Egito, com seus carros de guerra, em perseguição ao povo resgatado, o mar se fechou, afogando tanto soldados quanto suas montarias. Foi algo inacreditável aos olhos humanos. Mas para Deus nada é impossível!
Quando o povo de Deus chegou frente ao Mar Vermelho, tendo o exército perseguidor atrás de si, parecia que seria o fim do êxodo, mas nada encontra seu fim sem a permissão de Deus.
Para se nascer é necessário que Deus autorize, pois somente Ele tem seu sopro de vida para doar. Para se morrer também é necessário que Deus o queira, pois é Ele quem "reclama" de volta o espírito que no homem habita, o qual é na verdade o sopro de vida do Criador.
Nada nasce ou morre sem a permissão de nosso Deus!
Aleluia!
Mas, apesar de tudo o que Deus fez para a libertação do povo hebreu, e de ter sido com eles durante as muitas guerras que travaram a fim de tomar a Terra Prometida dos ímpios que ali habitavam, aos milhares, ainda assim o povo de Israel continuadamente pecava por idolatria. Pecava por desobedecer aos mandamentos no Pentateuco, pecava por adorar a Baal e a tantos outros ídolos pagãos e satânicos...
O ser humano tem a tendência de rejeitar o Criador e se submeter aos homens e ao diabo.
E tal comportamento pervertido não ficou perdido no tempo, ainda hoje grande parcela da humanidade rejeita se submeter a Jesus Cristo, o qual prega o amor, o perdão, a igualdade, a fraternidade e a salvação eterna da alma do homem e da mulher que lhe é fiel.
Preferem adorar espíritos de mortos, ou melhor, encostos, na verdade demônios que se fazem passar por espíritos de pessoas mortas, quando sabemos que na morte do ser humano o seu espírito volta para Deus, portanto, isso é uma falsidade. São demônios que enganam as pessoas, para arrastá-las para longe de Deus e levá-las para as trevas eternas...
Misericórdia, Jesus!
Deus repreende todo tipo de feitiçaria, necromancia, adivinhos, magias, adoração a anjos ou a qualquer criatura. A glória deste mundo é de Deus, o Criador de tudo o que existe. A ninguém mais.
Aleluia!
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PODEROSO DEUS,
A Ele a honra, a Ele a glória, e o louvor
Ao que está assentado
no trono, e ao Cordeiro...
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1 Samuel 16:1 - Então disse o SENHOR a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? Enche um chifre de azeite, e vem, enviar-te-ei a Jessé o belemita; porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei.
Vamos falar dos reis de Israel, ou pelo menos de dois reis, Saul e Davi. Mas para chegarmos nestes dois temos que conhecer sobre o homem de Deus que ministrava naquela época.
.O homem que coroou Saul por ordem de YHWH.
.O homem que foi repreendido por YHWH por estar intercedendo em favor de Saul quando o Senhor desistiu dele.
1 Samuel 16:1 - Então disse o SENHOR a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? Enche um chifre de azeite, e vem, enviar-te-ei a Jessé o belemita; porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei.
.O homem que teve ordem de Deus para ungir um garoto da casa de Jessé, o qual seria o rei sucessor de Saul.
.O homem que viu o ungido do Senhor, Davi, fugir anos e anos da perseguição do rejeitado por Deus, Saul, sem reagir aos constantes ataques que sofria.
.O homem que ficou vivo por bastante tempo fazendo a obra de Deus, mas que morreu antes de ver o fim trágico de Saul e ver Davi ser coroado rei sobre Israel.
Samuel foi este homem, tão destacado na liderança de Israel, e tão humilde diante de Deus.
SAMUEL foi um fiel e dedicado homem de Deus, foi um líder, foi um sábio humilde...
Samuel é uma das maiores personalidades do Antigo Testamento, sendo um homem totalmente dedicado a Deus e em servi-lo.
Durante toda a vida de Samuel nada houve que desabonasse o seu caráter. Ainda assim, ele experimentou problemas na própria família. Seus filhos aceitaram subornos e foram
acusados de perverter a Justiça.
O que tornou Samuel realmente um grande homem foi seu ministério de intercessão. Como intercessor, ele pode ser comparado a Moisés e Arão (Sl 99.6). Sua vida de oração foi o grande poder por trás de seu ministério.
Uma das realizações de Samuel, que teve um profundo efeito no futuro de Israel, foi o estabelecimento de uma escola de profetas. Sob sua liderança espiritual, o ministério do
sobrenatural foi restabelecido na nação. Samuel percebeu que chegaria um tempo em que ele não mais seria o líder; outros receberiam essa tarefa.
Portanto, acreditava que era necessário haver homens espirituais, os quais pudessem ser usados por Deus para orientar Israel. A escola de profetas era, abaixo de YHWH, o grande amor de Samuel. Ele ministrou nela até o final da sua vida.
Quando Samuel surgiu na narrativa bíblica, a vida espiritual de Israel estava nos piores níveis de decadência. Na época de sua morte, o povo de Deus tinha experimentado o
maior avivamento desde os tempos de Moisés, e os profetas tinham novamente um lugar na vida nacional.
A ARCA É ROUBADA PELOS FILISTEUS
Início
E crescia Samuel, e o SENHOR era com ele, e nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra. E todo o Israel, desde Dã até Berseba, conheceu que Samuel estava
confirmado por profeta do SENHOR.(1 Samuel 3.19,20).
Os anos passaram e a posição de Samuel como profeta da nação israelita foi estabelecida e respeitada. O povo, ouvindo que o Senhor falara a ele, vinha de todas as partes do país para consultá-lo. Samuel ministrava ao povo fielmente, conforme o mandamento em Dt,
Deuteronômio 33.10 - Ensinaram os teus juízos a Jacó e a tua lei a Israel.
Podemos presumir que Samuel era um pregador itinerante, pois seu ministério era conhecido de Dã até Berseba. No entanto, a elevação de Samuel à condição de profeta nacional não foi bem vista pelos filhos de Eli. Hofni e Fineias haviam desprezado Samuel, tratando-o como um empregado nos anos anteriores e obrigando-o a cumprir as tarefas que cabiam a eles. Depois, passaram a ver a presença de Samuel como uma ameaça crescente para a condição deles.
Além disso, o ensino fiel da Palavra de Deus, ministrado por Samuel, devia ser um confronto e um desconforto para aqueles dois sacerdotes corruptos. Talvez, para se afastar dos filhos de Eli, Samuel tenha optado por um ministério itinerante, visitando várias cidades de Israel (1 Sm 7.15,16).
Isso explicaria como chegou a ser tão conhecido e também por ele não estar presente quando Israel foi derrotado diante dos filisteus.
A guerra contra os filisteus
A elevação de Samuel a uma posição proeminente pode ter tido mais de um efeito.
É possível que sua crescente influência como profeta tenha deixado os filisteus atemorizados.
O desastre nacional que se abatera sobre eles, na casa do deus Dagon, na época de Sansão, tinha refreado um pouco seu espírito belicoso.
Porém, na época de Samuel, outra geração se levantara, e as notícias de que havia surgido um novo líder em Israel, cujos conselhos poderiam influenciar os israelitas a reafirmarem sua hegemonia, não eram bem-vindas. Os filisteus começaram então a fazer novos preparativos para a guerra.
Não há registros que os filhos de Israel tenham consultado Samuel no momento da guerra contra os filisteus, o que indica que o profeta deveria estar em outra parte do país. Além disso, considerando que o local onde a batalha foi travada ficava na fronteira com a Filístia, provavelmente os israelitas tenham tomado a iniciativa no combate, inesperadamente, sob a direção de Hofni e Fineias.
Esforço nenhum foi feito a fim de buscar realmente a direção divina sobre a questão.
Quem creria que Hofni e Fineias pudessem ouvir a voz de Deus?
Assim, o primeiro confronto com os filisteus resultou em uma pesada derrota para Israel, que perdeu quatro mil homens aproximadamente (1 Sm 4.2).
Os filhos de Israel estavam cegos quanto às causas da derrota, pois, apesar dela, continuaram sem buscar a direção do Senhor. Samuel não estava presente para orar por eles e aconselhá-los. Provavelmente, os filhos de Eli fizessem questão de manter à distância o incorruptível Samuel.
Os sacerdotes, pressionados pelos oficiais do Exército, resolveram levar a arca da Aliança para frente da batalha, usando-a como uma espécie de talismã. Aparentemente,
acreditavam que a simples presença dela seria a garantia da vitória. Também é possível que os israelitas tivessem sido influenciados a levar a arca pelo costume filisteu de
carregar a imagem de Dagom com seus soldados nas guerras, ou, ainda, que Israel tivesse feito uma interpretação errônea de
Números 10.35,36 - Era, pois, que, partindo a arca, Moisés dizia: Levanta-te, SENHOR, e dissipados sejam os teus inimigos, e fujam diante de ti os aborrecedores. E, pousando ela, dizia: Volta, ó SENHOR, para os muitos milhares de Israel.
Se esse texto acima induziu o povo de Deus a levar a arca da Aliança para a guerra, foi um bom exemplo de uso equivocado das Escrituras.
Uma vez que a nação israelita estava estabelecida naquele território, ninguém tinha autorização para remover a arca do seu local determinado (Dt 12.5,10-14). A arca não deveria ser levada até as pessoas, mas estas é que deveriam vir até ela.
Então, em vez de buscar corrigir a idolatria e as atitudes pagãs, convocar Israel a humilhar-se e arrepender-se, os chefes israelitas disseram aos dois ímpios, Hofni e Fineias, que fossem buscar a arca e a levassem à frente da batalha.
E tornando o povo ao arraial, disseram os anciãos de Israel: Por que nos feriu o Senhor hoje diante dos filisteus? Tragamos de Siló a arca do concerto do Senhor, e venha no
meio de nós, para que nos livre da mão de nossos inimigos.(1 Samuel 4.3).
Quando os dois sacerdotes apareceram, carregando a arca, os soldados israelitas gritaram de alegria, de modo que toda a terra tremeu. Eles fizeram como Sansão, quando
acordou nos braços de Dalila e viu que os filisteus vinham sobre ele, sem saber que o Senhor já o tinha abandonado (Jz 16.20).
(Os israelitas, assim como alguns ritualistas modernos, colocaram a confiança nas ordenanças cerimoniais, certos de que possuíam um poder místico capaz de ajudá-los).
O clamor de Israel levou o terror ao acampamento dos filisteus, os quais acreditavam que uma divindade, quando levada para a batalha, tinha o poder de ajudar a decidir o
resultado. Apesar do medo, os filisteus se refizeram e atacaram bravamente os israelitas. Estes não puderam resistir, e, ao cair da noite, 30 mil soldados haviam sido mortos.
Foi um desastre nacional em Israel. Os perversos filhos de Eli, Hofni e Fineias, foram exterminados, e a arca da Aliança foi capturada.
Um israelita escapou da batalha e levou as tristes notícias sobre a derrota à cidade de Siló. Durante todo o dia, Eli se preocupou com a arca do Concerto. O idoso homem sabia
bem que as coisas não estavam muito boas em Israel e, quando ouviu o choro proveniente da cidade, tremeu de medo e apreensão.
Quando o mensageiro aproximou-se dele, Eli perguntou com voz fraca o que tinha acontecido. O mensageiro lhe informou sobre o terrível massacre e a morte dos dois filhos do sacerdote. Cada nova informação aumentava a agonia de Eli; no entanto, quando este ouviu que a arca do Senhor tinha sido levada pelos filisteus, caiu para trás da cadeira e quebrou o pescoço.
A nora de Eli, esposa de Fineias, estava grávida, prestes a dar à luz. Quando ouviu as trágicas notícias, entrou em trabalho de parto, prematuramente. Ela não tinha mais
vontade de viver e, quando seu filho nasceu, colocou nele o nome de Icabô, que significa foi-se a glória de Israel (1 Sm 4.21). Em seguida, ela morreu. Dessa maneira, as
profecias do Senhor se cumpriram.
O juízo chegou sobre a casa de Eli. O desastre se abateu sobre Siló, cidade que havia sido poluída pelos pecados dos filhos de Eli.
Depois de capturarem a arca, os filisteus a colocaram no templo de Dagom, na cidade de Asdode. Como os israelitas, os filisteus jamais trocaram de deus, mas não se
opuseram radicalmente à ideia de adorar também um outro. Contudo, na manhã seguinte, quando entraram no templo, consternados, descobriram que a imagem de Dagom
jazia por terra diante da arca. Os devotos recolocaram a imagem no lugar, mas novamente, pela manhã, acharam-na caída e, dessa vez, quebrada; as mãos, os pés e a cabeça da imagem haviam sido arrancados.
Logo depois que a ira de Deus se manifestou na imagem de Dagom, o Senhor feriu os moradores de Asdode com toda sorte de pragas, como fizera no Egito. Uma praga de
hemorroidas, úlceras e feridas atacou severamente os filisteus (1 Sm 5; Sl 78.66). Os líderes da cidade não foram poupados, mas não se mostraram dispostos a desistir da
arca, por isso enviaram-na para Gate. Entretanto, as mesmas pragas acometeram os moradores daquela cidade. A arca foi levada para a cidade de Ecrom, onde ocorreu outra
praga mortal. O clamor da cidade subia até o céu (1 Sm 5.12b).
1 Samuel 5:12 - E os homens que não morriam eram tão atacados com hemorróidas que o clamor da cidade subia até o céu.
Novamente, uma assembleia geral foi convocada, e os filisteus decidiram devolver a arca imediatamente.
Seguindo um costume daquele tempo, de fazer uma oferta que representasse o pedido, os filisteus fizeram figuras de ratos e hemorroidas de ouro e colocaram-nas sobre um
carro novo, juntamente com a arca da Aliança (1 Sm 6). Em sua cegueira espiritual, os filisteus não perceberam que as ofertas de figuras impuras, que ofereceram a Deus, era
mais um insulto do que uma propiciação pelos pecados.
O SENHOR te ferirá com as úlceras do Egito, e com hemorroidas, e com sarna, e com coceira, de que não possas curar-te (Dt 28.27).
De acordo com este texto, essas doenças eram sinais da maldição de Deus. Os filisteus, em uma atitude não muito diferente da de muitas pessoas atualmente, queriam ser
curados da maldição, sem se importar com o que fosse necessário fazer. Assim, os príncipes filisteus tomaram duas novilhas novas, não acostumadas com o trabalho e
atrelaram-nas ao carro, a fim de verem que caminho elas tomariam, se iriam direto para Israel ou se iriam em outra direção.
Vede então: se subir pelo caminho do seu termo a Bete-Semes, foi ele que nos fez este grande mal; e, se não, saberemos que não nos tocou a sua mão, e que isso nos sucedeu
por acaso. (1 Samuel 6.9).
Foi um teste severo. Era altamente improvável que as vacas, separadas das crias, andassem sem que alguém as guiasse na direção oposta, onde estavam os filhotes. Novilhas não acostumadas a puxar carro, normalmente, esperneiam-se e, de maneira alguma, afastam-se de suas crias.
Porém, isso não aconteceu. As vacas deixaram seus novilhos para trás e caminharam em linha reta na direção de Bete-Semes, sem se desviarem para a esquerda ou para a
direita. Os príncipes filisteus viram o que aconteceu e voltaram para suas cidades, totalmente convencidos de que o Deus de Israel lhes feriu com aquele mal.
Desastre em Bete-Semes
E feriu o SENHOR os homens de Bete-Semes, porquanto olharam para dentro da arca do SENHOR, até ferir do povo cinquenta mil e setenta homens; então, o povo se
entristeceu, porquanto o SENHOR fizera tão grande estrago entre o povo. (1 Samuel 6.19).
Os levitas de Bete-Semes tomaram a arca e ofereceram holocausto ao Senhor, usando aqueles animais que puxaram o carro. Entretanto, os habitantes da cidade fizeram uma
coisa extremamente insensata, demonstrando total falta de reverência a Deus: olharam dentro da arca da Aliança.
Normalmente, o lugar determinado para ela era o Santíssimo, lugar do Tabernáculo onde ninguém podia entrar, exceto o sumo sacerdote, apenas uma vez por ano e com ofertas
de sangue pela expiação. Contudo, os moradores de Bete-Semes olharam dentro da arca, por mera curiosidade. Portanto, o pecado foi gravíssimo, e Deus lançou um severo
juízo sobre aquela cidade.
SAMUEL SE TORNA JUIZ
A arca do Concerto permaneceu na terra dos filisteus por sete meses (1 Sm 6.1).
A nação israelita passou por um período de terrível tribulação; 30 mil homens haviam perecido na guerra. Siló se tornou uma desolação, e a casa de Eli, embora ainda não tivesse sido totalmente extinta, havia sofrido um duro golpe.
A hora de Samuel chegara. Com Eli e seus dois filhos mortos, Israel, naquele momento, via Samuel como líder.
Então, o profeta não argumentou com o povo; foi direto ao ponto. Disse que, se os israelitas desejavam retornar sinceramente para o Senhor, deviam jogar fora todos os deuses estranhos:
Então falou Samuel a toda a casa de Israel, dizendo: Se com todo o vosso coração vos converterdes ao Senhor, tirai dentre vós os deuses estranhos e os astarotes, e preparai o vosso coração ao Senhor, e servi a ele só, e vos livrará da mão dos filisteus.(1 Samuel 7:3).
Uma grande reforma em nível nacional estava prestes a acontecer.
Tal como o sacerdote, assim é o povo. Possivelmente, os juízes de Israel, com exceção de Débora, haviam sido governantes civis sem uma boa percepção espiritual.
Naquele momento, novamente, surgia um líder que tinha um profundo senso das coisas espirituais.
Por isso, Samuel disse aos israelitas que, se quisessem realmente servir ao Senhor, seria preciso haver primeiro uma genuína preparação no coração, como muitos anos mais tarde João Batista diria aos seus ouvintes:
Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas (Mt 3.3b).
Samuel convoca uma assembleia nacional em Mispa
Ainda sofrendo pela desastrosa derrota diante dos filisteus e lembrando-se da conduta perversa dos filhos de Eli, a qual acarretara tal visitação de juízo sobre a nação, os
israelitas foram muito receptivos para com o espírito sincero e piedoso de Samuel.
Durante os sete meses que se haviam passado desde o sequestro da arca pelos filisteus, o profeta visitara várias cidades de Israel, convocando o povo ao arrependimento e
convidando para a grande convocação em Mispa.
Nos últimos anos, o povo pôde observar o crescimento físico e espiritual de Samuel. Por meio de sua conduta honrada, ele havia conquistado a confiança de todos.
O povo reconheceu que Deus o havia ungido especialmente como Seu profeta. Assim, como era de se esperar, a convocação de Samuel para uma assembleia nacional obteve adesão
maciça.
O povo se reuniu em Mispa para ouvir Samuel dizer o que devia fazer.
Em uma cerimônia especial (que, em certo sentido, tipifica o batismo nas águas, pregado no Novo Testamento), derramaram água diante do Senhor como sinal de arrependimento pelos pecados (1 Sm 7.6).
E congregaram-se em Mizpá, e tiraram água, e a derramaram perante o Senhor, e jejuaram aquele dia, e disseram ali: Pecamos contra o Senhor. E julgava Samuel os filhos de Israel em Mizpá.
(1 Samuel 7:6).
A convenção nacional em Mispa foi cuidadosamente observada pelos filisteus atentos. Estes acreditaram que aquela assembleia representava uma exaltação do espírito
patriótico, o qual só poderia ser uma fonte de perigos para eles. Assim, os filisteus decidiram esmagar aquilo, aproveitando-se do momento em que o povo estivesse naquela
celebração solene.
A notícia sobre a aproximação dos filisteus alarmou profundamente os israelitas. Tendo experimentado uma derrota tão recente, e estando totalmente despreparados para uma
resistência efetiva, os israelitas imploraram a Samuel que intercedesse em favor deles ao Senhor.
A vitória sobre os filisteus
Pelo que disseram os filhos de Israel a Samuel: Não cesses de clamar ao SENHOR, nosso Deus, por nós, para que nos livre da mão dos filisteus. (1 Samuel 7.8).
Exatamente quando os filisteus estavam prestes a atacar, Samuel tomou um cordeiro e ofereceu-o como holocausto em favor de Israel. Mal terminara de oferecer o sacrifício, o
Senhor enviou uma terrível tempestade, com trovões e relâmpagos.
Os filisteus, aterrorizados, desorganizaram-se e bateram em retirada, tomados pelo pânico.
E sucedeu que, estando Samuel sacrificando o holocausto, os filisteus chegaram à peleja contra Israel; e trovejou o SENHOR aquele dia com grande trovoada sobre os filisteus e
os aterrou de tal modo, que foram derrotados diante dos filhos de Israel. E os homens de Israel saíram de Mispa, e perseguiram os filisteus, e os feriram até abaixo de Bete-Car.
(1 Samuel 7.10,11)
Os israelitas, percebendo que Deus interveio em favor deles e que o inimigo fora desmoralizado, perseguiram os filisteus e derrotaram-nos completamente.
Assim, em questão de uma hora, a ameaça dos filisteus foi dissipada de Israel, e esse estado de proteção divina a Israel permaneceu durante todo o tempo em que Samuel
julgou a nação.
Aquela vitória decisiva não somente subjugou os filisteus, mas também permitiu que os israelitas recuperassem todas as terras que eles haviam usurpado em suas incursões
anteriores.
Houve, porém, uma falha. Os israelitas fizeram um tratado de paz com os amorreus (1 Sm 7.14). Deus tinha falado com Abraão sobre a iniquidade dos amorreus (Gn 15.16). A
medida da iniquidade deles tinha-se completado, e os amorreus estavam destinados à destruição. O erro de Israel em cumprir o mandamento de Deus deixou-o exposto a esse
inimigo feroz, que buscava sua destruição constantemente.
Apesar disso, sob a liderança de Samuel, os israelitas obtiveram uma grande vitória sobre os filisteus. Para comemorar, Samuel erigiu um altar de pedra em Mispa, e chamou-o
de Ebenézer, que significa até aqui nos ajudou o Senhor (1 Sm 7.12).
Durante os anos anteriores, conforme já vimos, Samuel tornou seu ministério conhecido em todo Israel, de Dã até Berseba. Como líder estabelecido por Deus e juiz de Israel, ele
limitou sua peregrinação, adotando um itinerário que o mantinha entre Betel, Gilgal e Mispa (1 Sm 7.16).
A residência pessoal de Samuel era em Ramá, local onde ele erigiu outro altar ao Senhor (1 Sm 7.17).
Ele não se permitiria ficar tão absorvido pelo serviço a ponto de não ter tempo de comunhão com Deus.
Sem essa comunhão constante, o trabalho do Senhor poderia tornar-se um mero ritual.
Quem assim o faz torna-se irritadiço, zanga-se com facilidade e perde a doçura de um espírito descansado, o que o Senhor deseja que Seus servos experimentem a Seu serviço.
OS ISRAELITAS EXIGEM UM REI
Israel estava novamente em paz. Era um quadro agradável, como o de um pastor cuidando tranquilamente do seu rebanho. Samuel, em suas funções, agia como profeta,
sacerdote e juiz, um notável tipo de Cristo em vários aspectos de Seu ministério.
Samuel ensinava, encorajava, corrigia e instruía seu rebanho nos mandamentos do Senhor. Era uma situação ideal. Se ao menos ela pudesse continuar assim indefinidamente!
Porém, este é um mundo de constantes mudanças. Cada dia representa um a menos para o governo estabelecido. Acontecimentos imperceptíveis estão sempre em desenvolvimento, os quais, de maneira cumulativa, acabam afetando a existência e a duração da ordem estabelecida.
Desde a juventude, Samuel trabalhava incansavelmente pela causa do Senhor. Agora os anos deviam começar a pesar sobre ele. No entanto, Samuel ainda não poderia ser
considerado um homem velho.
Davi nasceu, pelo menos, dez anos depois do início do reinado de Saul. Samuel viveu até que Davi fosse um jovem com mais de 20 anos!
Assim, na época, o profeta devia ainda estar na meia-idade. Entretanto, carregar sozinho o fardo daquela nação, o trabalho de intercessão constante pelo povo, as viagens de uma
cidade para outra, tudo isso teve um efeito na saúde de Samuel, de maneira que ele já não devia conseguir manter o mesmo ritmo de trabalho.
Suas enfermidades fizeram com que o profeta limitasse suas funções de magistrado à cidade de Ramá e vizinhanças.
Os filhos de Samuel assumem
Era natural que Samuel se voltasse para os filhos, tentando delegar-lhes alguma autoridade, uma vez que o sacerdócio era um cargo hereditário. O profeta nomeou seus dois filhos, Joel e Abias, como juízes na região de Berseba, no extremo Sul do país. Mas os jovens, infelizmente, não tinham os mesmos princípios elevados do pai e tentaram usar o
cargo que assumiram para obter lucro pessoal.
Porém seus filhos não andaram pelos caminhos dele; antes, se inclinaram à avareza, e tomaram presentes, e perverteram o juízo.(1 Samuel 8.3).
Como esses jovens tinham a visão curta e quão extenso foi o efeito dos crimes que cometeram! Se ao menos eles andassem nos caminhos do pai, teriam recebido honra e
respeito de toda a nação, como Samuel recebeu.
Lamentavelmente, em sua ganância por dinheiro aceitaram suborno e perverteram a justiça e, assim, encurtaram drasticamente a própria carreira.
A nação devia muito a Samuel. De fato, ele era um segundo pai para os israelitas. Sob a administração do profeta, Israel havia prosperado.
A integridade de Samuel estava acima de qualquer dúvida.
No entanto, uma comissão de anciãos o procurou com um pedido formal de mudança na forma de governo.
A gratidão humana pode realmente ter uma duração curtíssima! Não houve uma palavra de gratidão pelos serviços do profeta. Não houve o desejo expresso para resolver
qualquer problema que tivesse surgido, nem reconhecimento de que, sob a liderança de Samuel, a nação se havia recuperado de um estado de anarquia, libertando-se do jugo
dos filisteus e progredindo desde a época de Josué.
Pelo contrário, os anciãos se apoiaram apenas em uma justificativa: os filhos de Samuel haviam cometido erros em Berseba.
Por causa disso, os anciãos queriam que Samuel se demitisse e estabelecesse um rei para eles, como as nações ao redor possuíam.
E disseram-lhe: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as
nações. Porém essa palavra pareceu mal aos olhos de Samuel, quando disseram:
Dá-nos um rei, para que nos julgue. E Samuel orou ao SENHOR.(1 Samuel 8.5,6).
Samuel ainda tinha seus melhores anos diante de si, apesar de não mais poder viajar pela nação toda como fazia na juventude. De fato, ele ainda era capaz, embora tenha servido de maneira restrita por muitos anos.
Samuel não demonstrava sinal algum de senilidade, nem mesmo no final da sua vida. Não é de surpreender que o pedido dos anciãos o tenha desagradado. Depois de todos aqueles anos de serviço, em que o bem-estar da nação tinha sido sua prioridade, agora queriam afastá-lo.
O que os anciãos disseram sobre os filhos de Samuel era verdade, mas só serviu para aumentar a tristeza do profeta. Ele não seria humano, caso não se sentisse
profundamente desapontado por sua dispensa do cargo de juiz.
Entretanto, uma nova geração se levantava, a qual se tinha esquecido dos dias antigos, dos livramentos que Deus operou por intermédio de Samuel. A nação queria um rei.
Certamente, não havia muitas coisas para serem admiradas nas monarquias ao redor de Israel. Porém, aquelas pessoas eram cheias de caprichos. Os filhos de Israel queriam
alguém que os liderasse na guerra e lutasse em suas batalhas.
O verdadeiro motivo por que queriam um rei é revelado na ocasião em que Samuel fez o seu discurso de despedida:
E, vendo vós que Naás, rei dos filhos de Amom, vinha contra vós, me dissestes: Não, mas reinará sobre nós um rei; sendo, porém, o SENHOR, vosso Deus, o vosso Rei.
(1 Samuel 12.12).
Os israelitas rejeitam o Senhor como Rei
A questão da corrupção dos filhos de Samuel foi o pior tipo de justificativa para pedir um rei. Os jovens eram novatos na liderança e, sem dúvida, tinham aceitado alguns subornos. Porém, Berseba era muito distante, de maneira que o resto da nação não seria afetada pelas atitudes deles.
Mesmo assim, todos os anciãos formaram uma delegação para apresentar o pesar deles a Samuel. O fato de tratar-se de um ato de rebelião entristeceu Samuel, pois ele percebeu que, mais adiante, tal atitude acarretaria sérias consequências para Israel. Por isso, consultou o Senhor, que lhe deu uma resposta:
E disse o SENHOR a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te disser, pois não te tem rejeitado a ti; antes, a mim me tem rejeitado, para eu não reinar sobre ele.
Conforme todas as obras que fez desde o dia em que o tirei do Egito até ao dia de hoje, pois a mim me deixou, e a outros deuses serviu, assim também te fez a ti.
(1 Samuel 8.7,8).
O Senhor confortou o coração de seu fiel profeta. Disse que não era ele quem estava sendo rejeitado, mas o próprio Deus. Samuel não tinha certeza quanto ao direito de estar em seu favor ou não. Ele era o exemplo de homem piedoso que primeiro questionava sua conduta e seus motivos. Mas Deus fez com que a mente de Samuel descansasse.
A falta de consideração demonstrada pelo povo não era culpa dele, mas do próprio povo. O orgulho humano e a vaidade tinham tomado conta dos corações.
E, engordando-se Jesurum, deu coices (Dt 32.15a).
Israel queria um rei, como as nações pagãs tinham. O Senhor disse a Samuel:
Agora, pois, ouve a sua voz, porém protesta-lhe solenemente e declara-lhe qual será o costume do rei que houver de reinar sobre ele.(1 Samuel 8.9).
Samuel obedeceu ao mandamento do Senhor. Revelou aos israelitas que eles não poderiam deixar de entender como o rei disporia das terras deles. Explicou que o rei seria um déspota.
Imporia pesados impostos sobre eles. Haveria guardas, carruagens e cavaleiros. Iria submetê-los a trabalhos forçados.
Os jovens seriam selecionados e obrigados a fazer parte de seus exércitos.
As israelitas seriam escravas, obrigadas a trabalhar como cozinheiras ou serviçais. Concluiu Samuel:
Então, naquele dia, clamareis por causa do vosso rei, que vós houverdes escolhido; mas o SENHOR não vos ouvirá naquele dia (1 Sm 8.18).
Mesmo assim, o povo não ouviu Samuel e continuou a clamar por um rei. As advertências do profeta foram ignoradas e, no final, os israelitas continuaram insistindo.
Porém o povo não quis ouvir a voz de Samuel; e disseram: Não, mas haverá sobre nós um rei. E nós também seremos como todas as outras nações; e o nosso rei nos julgará, e
sairá adiante de nós, e fará as nossas guerras.(1 Samuel 8.19,20).
A exigência do povo foi atendida, pois a Lei fazia tal provisão (Dt 17.14-19). Em Sua providência, Deus tencionava que, no tempo apropriado, Israel tivesse um rei.
O pecado deles foi pedir um rei antes do tempo determinado por Deus.
Davi, o monarca que fundaria uma dinastia, por meio da qual outros reis se levantariam, ainda não tinha nascido, e ia demorar, pelo menos, dez anos para ele nascer.
Assim como ocorreu no deserto com os filhos de Israel, que, por serem insensatos e rebeldes, tiveram de esperar 40 anos antes de entrarem na Terra Prometida, aconteceu
também com aquela geração: devido à sua exigência prematura por um rei, teve de esperar 40 anos até que o verdadeiro rei assumisse o trono!
Antes de Davi, Israel obteve outro monarca, mas este foi dado como castigo, não segundo a vontade divina. Como disse o profeta Oseias:
Dei-te um rei na minha ira e to tirei no meu furor (Os 13.11).
Saul, filho de Quis
Os filhos de Israel exigiram um rei, e Deus permitiu que tivessem um. Como aconteceu no deserto, os israelitas foram entregues aos desejos do seu coração (Sl 81.12). Então,
Samuel dispensou o povo. Deus reservou para Si o tempo da escolha e nomeação do rei.
Quem seria o escolhido de Deus para o trono? O povo não estava satisfeito com Samuel, embora ele tivesse liderado Israel a fim de que subjugasse os inimigos em uma única
batalha e recuperasse todas as cidades que os filisteus tinham conquistado.
Porquanto foi a mão do SENHOR contra os filisteus todos os dias de Samuel (1 Sm 7.13b).
Devemos notar que nenhum dos juízes levantados por Deus pereceu em batalha; no entanto, o primeiro rei escolhido pelo povo morreu de maneira ignominiosa nas mãos dos filisteus.
A vontade dos filhos de Israel de terem um rei não teve origem em uma necessidade (embora Naás tivesse ameaçado a segurança deles), mas no desejo de serem como as
outras nações.
Os israelitas ambicionavam a pompa e o luxo de uma corte real. Queriam um rei que julgasse o povo com uma demonstração externa de poder; um rei com um traje purpúreo, e não um profeta com um simples manto.
Desejavam um monarca que tivesse uma figura imponente, e foi isso que receberam.
E havia um homem de Benjamim, cujo nome era Quis, filho de Abiel, filho de Zeror, filho de Becorate, filho de Afias, filho de um homem de Benjamim, varão alentado em força.
Este tinha um filho, cujo nome era Saul, jovem e tão belo, que entre os filhos de Israel não havia outro homem mais belo do que ele; desde os ombros para cima, sobressaía a
todo o povo. (1 Samuel 9.1,2).
Do ponto de vista humano, Saul parecia ser exatamente o que os israelitas desejavam: Pertencia à tribo de Benjamim, famosa por seus homens valorosos. Seu pai era um varão
alentado em força. Saul era jovem (pois uma das reclamações do povo contra Samuel era a idade avançada do profeta).O filho de Quis era carismático e atraente em sua aparência física; era um belo rapaz.
Sua estatura elevada e constituição atlética devem ter sido uma petição do povo, que almejava um homem que pudesse desempenhar a função com a postura real desejada. Além disso, Saul parecia possuir também excelentes traços de caráter. Demonstrava humildade e, inicialmente, uma magnanimidade apreciável.
Entretanto, Saul, em todos os aspectos, era um homem natural, e não espiritual.
Assim, uma observação mais atenta das qualificações dele demonstra muitas falhas em seu caráter, logo de início:
Embora Saul morasse apenas a alguns quilômetros de distância de onde Samuel vivia, o filho de Quis parecia não ter conhecimento algum sobre o homem de Deus.
Isso indica que, talvez, ele não tivesse curiosidade pelas questões públicas e pelo bem-estar de Israel.
Tal desconhecimento indica que nem Saul nem seu pai tinham interesse pelas questões espirituais. Quis, um homem proeminente da tribo de Benjamim, nunca recebeu Samuel em sua casa.
Está também Saul entre os profetas? (1 Sm 10.11b).
A pergunta indica surpresa; é possível que a falta de interesse da família pelas coisas espirituais fosse notória. A falta de espiritualidade era um defeito gravíssimo no caráter de Saul.
Certa vez, Saul saiu para procurar umas jumentas extraviadas, pertencentes a seu pai. Um servo sugeriu a Saul que eles fossem à procura de Samuel. Não sabendo onde o
profeta estava, perguntaram para umas moças que saíam para buscar água.
Elas forneceram informações exatas sobre onde podiam encontrar Samuel. Todas as pessoas sabiam sobre Samuel, o servo de Saul (1 Sm 9.5,6), as jovens que encontraram no caminho (1 Sm 9.11,12), todas as pessoas de Dã a Berseba (1 Sm 3.20), exceto Saul.
Quando Saul se encontrou com Samuel, considerou-o um tipo de vidente, e não profeta. O jovem deve ter imaginado que um quarto de um siclo de prata seria um pagamento
suficiente para que Samuel lhe dissesse onde estavam as jumentas extraviadas (1 Sm 9.8-10).
Apesar da maneira como Saul se aproximou do profeta, podemos notar a recepção bondosa que ele obteve da parte de Samuel.
Primeiro, Samuel tranquilizou a mente do jovem quanto às jumentas do pai, informando que elas já haviam sido encontradas. Em seguida, ofereceu a Saul sua hospitalidade.
Não somente fez com que o filho de Quis se sentasse em um lugar de honra, como também lhe antecipou o que estava por acontecer, dizendo:
E para quem é todo o desejo de Israel? Porventura não é para ti, e para toda a casa de teu pai? (1 Sm 9.20).
Depois de fazer com que Saul ocupasse um lugar privilegiado à mesa, o profeta lhe deu a melhor parte da comida. Deixou para o jovem a parte nobre da carne do carneiro, que
geralmente era destinada ao homem de Deus. Samuel demonstrou resignação, ao abrir mão de sua liderança em favor do jovem.
Na manhã seguinte, Samuel levou Saul ao eirado da casa. Então, o profeta o informou sobre o plano de fazê-lo rei de Israel. Ungiu Saul e beijou-o. Ao fazer isso, Samuel investiu
Saul da autoridade que pertencia ao profeta e a sua família.
Aquele beijo em Saul era uma homenagem e uma demonstração da lealdade de Samuel ao novo rei de Israel.
Samuel deu a Saul algumas instruções adicionais sobre a natureza do governo, sobre suas responsabilidades de liderar Israel nas batalhas e para com Deus. Avisou Saul sobre
certos sinais que aconteceriam quando o jovem encontrasse um grupo de profetas.
Mais importante do que tudo, Samuel revelou a Saul que o Espírito de Deus viria sobre ele
naquele momento.
E o Espírito do SENHOR se apoderará de ti, e profetizarás com eles e te mudarás em outro homem. E há de ser que, quando estes sinais te vierem, faze o que achar a tua mão, porque Deus é contigo. 1 Samuel 10.6,7
Analisemos com atenção algumas das coisas que Samuel disse a Saul.
Primeiro, as palavras que proferiu ao saudá-lo:
E para quem é todo o desejo de Israel? Porventura não é para ti, e para toda a casa de teu pai? A partir daí, tem-se a impressão de que o povo já tinha preferência pelo
candidato ao trono. É possível que algumas pessoas tivessem falado com Saul.
Saberia Saul sobre o interesse do povo por ele? A ambição já estaria crescendo em seu coração?
Haveria um desejo secreto pela coroa? Afinal, Samuel disse a Saul: Eu lhe direi tudo o que está no teu coração.
A escola dos profetas
Outra coisa importante na conversa de Samuel foi sua referência ao outeiro de Deus (1 Sm 10.5) e à escola de profetas (rancho de profetas, no versículo cinco).
Durante os anos em que serviu como juiz, Samuel estabeleceu uma escola de profetas naquele lugar. Embora houvesse uma guarnição de soldados filisteus sobre a colina, havia
respeito por Samuel: os filisteus não incomodavam nem molestavam os profetas.
Que vergonha era para Israel ter-se cansado da liderança de um homem que fundara uma escola de servos de Deus!
Samuel pensava no futuro da nação, por isso preparava homens que fossem capazes de ter uma comunhão profunda com Deus.
Percebemos algo maravilhoso neste profeta. Samuel sabia que Saul, sem o Espírito de Deus, seria um fracasso desde o princípio. Então, o que poderia ser melhor do que
promover um encontro entre Saul e os profetas da escola, que poderiam ajudá-lo a entender os propósitos de Deus; homens que o ensinariam como adorar o Senhor?
Saul iria ouvi-los profetizar em Nome de Deus e, melhor de tudo, o próprio Saul poderia receber o Espírito de Deus e profetizar junto deles.
Foi exatamente isso que aconteceu. O Espírito do Senhor desceu sobre Saul, e este começou a profetizar, e Deus lhe deu um novo coração.
Sucedeu, pois, que, virando ele as costas para partir de Samuel, Deus lhe mudou o coração em outro; e todos aqueles sinais aconteceram aquele mesmo dia. E, chegando eles ao outeiro, eis que um rancho de profetas lhes saiu ao encontro; e o Espírito de Deus se apoderou dele, e profetizou no meio deles. (1 Samuel 10.9,10).
Aqueles que conheciam Saul e sabiam da sua falta de treinamento religioso devem ter ficado surpresos ao testemunharem o jovem profetizando e junto dos profetas, por isso
disseram:
...Que é o que sucedeu ao filho de Quis? Está também Saul entre os profetas? (1 Sm 10.11b).
Nesse episódio, podemos notar a magnanimidade de Samuel. Tendo sido rejeitado por Israel, deixar Israel escolher seu próprio rei teria sido uma atitude humana da parte dele.
Mas não. Samuel fez tudo o que estava ao seu alcance a fim de que o reinado de Saul fosse bem-sucedido.
Se Saul se tornasse membro da escola de profetas e recebesse o Espírito de Deus e o dom da profecia, haveria uma grande possibilidade de seu governo ser um sucesso. Com a
ajuda divina, Saul teria todas as oportunidades de tornar-se um rei sábio e benevolente.
Infelizmente, com o passar do tempo, a velha natureza de Saul foi prevalecendo. No entanto, foi a unção do Espírito na vida de Saul que o impediu de cometer os piores
excessos, aos quais sua natureza impulsiva e pecaminosa o impelia a fazer.
Mais tarde, quando Saul permitiu que a inveja entrasse em seu coração, uma manifestação especial do Espírito de Deus o impediu de tirar a vida de Davi. Samuel tinha
estabelecido a escola de profetas em Naiote.
Davi foi para lá, quando estava fugindo de Saul. Este enviou mensageiros a fim de prenderem Davi, mas, ao chegarem na presença de Samuel e de seus discípulos, os mensageiros de Saul começaram a profetizar (1 Sm 19.20).
Quando Saul foi para lá, também profetizou!
Fonte Graça Editorial
Gráfico, correção, cores e destaques: jesuscristoeternomestre.com
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Somente nosso Deus, PAI/FILHO/ESPÍRITO SANTO, no nome de Jesus Cristo,
é digno de receber a honra e a glória... E o louvor!
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Muito bem, agora que já sabemos bastante sobre o homem de Deus, o sacerdote e profeta, também juiz, Samuel, vamos concluir falando dos reis de Israel, dos dois primeiros, Saul e Davi.
Não pretendo entrar em detalhes, pois temos já algumas postagens neste blog que tratam do caráter e do reinado destes dois homens escolhidos por Deus para guiarem seu povo neste mundo.
Mas, vamos responder a uma pergunta:
POR QUE YHWH, tendo escolhidos estes dois homens para reinar, preteriu a um e preferiu a outro?
Por que Deus rejeitou Saul?
Por que Deus exaltou tanto a Davi?
Ambos não eram pessoas comuns, descendentes de Abraão, simples mortais, com falhas e ambos não cometeram diversos pecados?
Temos um parâmetro a ser observado: a espiritualidade x a carnalidade.
Num confronto de características dos dois,
Em Saul observamos,
. Homem de grande estatura
. Homem formoso
. Homem de uma das tribos de valentes na guerra
. Homem que atendia as expectativas do povo para ocupar o cargo de rei
. Homem ligado aos assuntos seculares, filho de pai muito rico
. Homem de coração soberbo, impaciente, apressado, presunçoso.
. Homem acostumado a se impor pela força física.
. Homem egocêntrico e ciumento. Cruel, frio e Vingativo. Coração cheio de ódio.
. Homem distanciado das coisas de Deus
. Homem que não ouvia a voz de Deus
. Homem desobediente ao profeta de Deus.
1 Samuel 16:13 - Então Samuel tomou o chifre do azeite, e ungiu-o no meio de seus irmãos; e desde aquele dia em diante o Espírito do Senhor se apoderou de Davi; então Samuel se levantou, e voltou a Ramá.
Em Davi observamos,
. Homem de pequena estatura
. Homem ruivo, de gentil aspecto (Para aquele povo era uma aparência inadequada ao guerreiro, ao rei.)
. Homem ligado à vida familiar, ao pastoreio do rebanho do pai
. Homem consagrado a Deus, ungido por Deus, ligado naturalmente a Deus
. Homem hábil em tocar harpa, e compor salmos para o Senhor
. Homem adorador por excelência, por amar e temer a Deus
. Homem valente mas não exibicionista, não tinha temor em seu coração.
. Homem obediente ao pai e a Deus
. Homem de oração junto a YHWH
. Homem cheio do Espírito Santo
. Homem de guerra, mas altruísta e longânime e paciencioso.
. Homem que falava pouco, mas com sabedoria e firmeza
. Homem com espírito de liderança, carismático
. Homem segundo o coração de Deus! Foi guerreiro, rei, poeta e profeta.
1 Samuel 16:18 - Então respondeu um dos moços, e disse: Eis que tenho visto a um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar e é valente e vigoroso, e homem de guerra, e prudente em palavras, e de gentil presença; o Senhor é com ele.
Analisando,
Como podemos comprovar pelo que está acima listado, Saul era um israelita que não tinha intimidade com Deus.
Com certeza conhecia o pentateuco, com certeza ouvia algum profeta pregando as Sagradas Escrituras, devia ir e participar de festas como páscoa, pentecostes, etc, mas não guardava o temor e o amor a Deus em seu coração. Tinha mais um coração ligado ao secularismo, às coisas deste mundo, às coisas materiais, inclusive por ser filho de pai muito rico e poderoso.
Foi escolhido por Deus para reinar sobre o povo de Israel, foi ungido pelo Espírito Santo, profetizou no meio dos profetas, mas não guardou aquela unção com a devida reverência que nosso Criador exige.
E, por ser duro de coração, por ser presunçoso, orgulhoso, desobediente, ávido por feitiçarias e cheio de si, fez com que o Senhor retirasse dele o Santo Espírito.
1 Samuel 16:15 - Então os criados de Saul lhe disseram: Eis que agora o espírito mau da parte de Deus te atormenta;
Deus retirou de Saul seu Santo Espírito e um espírito maligno passou a atormentá-lo.
Enquanto Samuel estava vivo, Saul tentava aparentar estar ligado a YHWH, mas quando Samuel morreu, então o rei revelou o que trazia no coração, algo que Deus já havia descoberto bem antes: Era adepto da feitiçaria.
Davi, guerreiro valente, mas valente na força de YHWH.
Não lutava sozinho suas batalhas, Ele colocava o Senhor à sua frente.
Então consultou Davi ao Senhor, dizendo: Perseguirei eu a esta tropa? Alcançá-la-ei? E lhe disse: Persegue-a, porque decerto a alcançarás e tudo libertarás.(1 Samuel 30:8).
E feriu-os Davi, desde o crepúsculo até à tarde do dia seguinte; nenhum deles escapou, senão só quatrocentos moços que, montados sobre camelos, fugiram.
Assim salvou Davi tudo quanto tomaram os amalequitas; também as suas duas mulheres salvou Davi.
E ninguém lhes faltou, desde o menor até ao maior, e até os filhos e as filhas; e também desde o despojo até tudo quanto lhes tinham tomado, tudo Davi tornou a trazer.(1 Samuel 30:17-19).
Mesmo quando ainda era apenas um fugitivo sendo caçado por Saul, Davi mostrava seu valor de seu temor por Deus.
Nos momentos mais difíceis, onde aos outros parecia não haver esperança nem saída, eis que Davi orava ao Senhor e Ele lhe respondia, auxiliando-o a conquistar vitórias e mais vitórias contra seus inimigos.
Mas em nenhum momento Davi deixou de ser grato ao Senhor, nunca deixou que a presunção ou o orgulho lhe invadisse o coração. Guardava a Palavra do Senhor e era cheio do Espírito Santo.
Aleluia!
Davi reinou sobre Israel a partir de seus quarenta anos de idade, tendo lutado contra os jebuseus, tomado sua cidade forte, Jebus, a qual Davi aumentou e reforçou suas defesas.Sião, ou Jerusalém, é a cidade do rei, do rei Davi, o homem segundo o coração de Deus.
Davi era perfeito, puro, sem mácula?
Pelo contrário, temos o registro nas Sagradas Escrituras das muitas falhas de caráter de Davi, de seus momentos de fraqueza, de seus pecados, mas em tudo ele se arrependeu, buscou superar e ser melhor. Em todas suas falhas ele se humilhava diante de YHWH, pedia perdão, procurava ser melhor, procurava se elevar espiritualmente a cada dia que vivia.
Teve uma vida atribulada, como a vida de todos aqueles que Deus chama e escolhe para fazer sua obra. Mas não murmurou contra Deus, nem contra suas dificuldades ou impedimentos. Tudo colocou nas mãos de Deus e nele esperou a resposta a seus anseios.
Davi teve sempre a qualidade de ser grato a Deus e a humildade de reconhecer seus erros e pedir perdão ao Senhor.
Quem buscar um homem perfeito nunca vai encontrar. Existem homens que se dizem santos, mas muitos são pecadores dissimulados, os quais enganam aos seus semelhantes, mas não enganam a Deus.
Davi não era perfeito, não foi perfeito, mas foi humano e submisso ao Criador, temente a Deus e fiel no sentido de ser obediente e buscar retidão.
Amém?
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O ESPÍRITO SANTO INTERCEDE
POR NÓS, PECADORES.
Espírito Santo
(Fernanda Brum)
Espírito Santo, ore por mim
Leve pra Deus tudo aquilo que eu preciso
Espírito Santo, use as palavras
Que eu necessito usar, mas não consigo
Me ajude nas minhas fraquezas
Não sei como devo pedir
Espírito Santo, vem interceder por mim
Todas as coisas cooperam pra o bem
Daqueles que amam a Ti
Espírito Santo, vem orar por mim
Estou clamando, estou pedindo
Só Deus sabe a dor que estou sentindo
Meu coração está ferido
Mas o meu clamor está subindo
Estou clamando, estou pedindo
Só Deus sabe a dor que estou sentindo
Meu coração está ferido
Mas o meu clamor está subindo
Todas as coisas cooperam pra o bem
Daqueles que amam a Ti
Espírito Santo, vem orar por mim
Estou clamando, estou pedindo
Só Deus sabe a dor que estou sentindo
Meu coração está ferido
Mas o meu clamor está subindo
Estou clamando, estou pedindo
Só Deus sabe a dor que estou sentindo
Meu coração está ferido
Mas o meu clamor está subindo
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PARA NA FICARMOS SOMENTE COM NOSSA HUMILDE OPINIÃO,
a seguir anexo uma compilação de um estudioso a respeito de Davi,
Davi viveu em cerca de 1016 a 976 A.C.
RESUMO DA VIDA DE DAVI
A importância de Davi pode ser vista de pronto na posição que ele e sua família ocuparam na história de Israel. Em um dos extremos ele tinha Boaz e Rute como antepassados (Rt 4:18-22), e, no outro extremo, Jesus Cristo foi seu descendente (Mt 1:6; Lc 3:31).
Davi (AMADO) era o mais jovem dentre oito irmãos (I Sm 17:12 ss). Na economia da família, era a de um pastor, ocupação essa que lhe deu chance de aprender a coragem que ele veio a usar em seus anos como guerreiro, os quais consolidaram o seu reinado (I Sm 17:34,35).
. O Gigante. Quando os filisteus e seu gigante, Golias, ameaçavam Israel, foi o jovem pastor, com a sua funda, quem obteve a vitória. Ver I Sm 17:1-51.
A reputação de Davi cresceu, e que a de Saul diminuiu. A simpatia transmutou-se em ódio; e o ódio inspirou a tentativa de assassinato. E, finalmente, Davi foi obrigado a fugir. Nem mesmo sua grande amizade com Jônatas, filho de Saul, foi capaz de amenizar o ódio de Saul contra ele, e a fuga tomou-se a única solução.
. Fugindo. A popularidade de Davi crescia a proporção que o ódio de Saul aumentava. Saul tentou fazer Jônatas voltar-se contra Davi, mas o plano não funcionou. Saul tentou mesmo matar Davi, enquanto este dormia; mas Mical o livrou, ajudando-o a escapar (I Sm 19:l-17). Davi fugiu para a companhia de Samuel, em Ramá; e juntos, foram para Naiote. Quando Saul enviou homens para prender Davi uma estranha força espiritual os impediu. Saul foi pessoalmente, e também sucumbiu sob o mesmo poder (I Sm 11:18-23). Era a mão de Deus operando na vida de seu ungido.
Nesse tempo Davi sofreu muitos revezes, perigos e tribulações. Saul continuava perseguindo-o incansável. Mical, sua esposa, foi dada a outro homem.
Davi fugia por diversos lugares, e enfrentou perseguição de outros homens além de Saul (I Sm 21:10-15). Na região selvagem e montanhosa da caverna de Adulão, Davi foi caçado como se fosse um animal selvagem (I Sm 22:1,2).
Por mais de uma vez Davi poderia ter matado Saul, mas sempre lhe poupou a vida. As coisas melhoraram um pouco para ele quando Aquis, rei de Gate, deu a Davi e aos seus homens a cidade de Ziclague, na fronteira com o território dos filisteus, para usarem como residência temporária (I Sm 27:3,4,6). Mas, até mesmo ali Davi sofreu uma grande provação.
Na sua ausência, os amalequitas invadiram e incendiaram Ziclague, tomaram os depojos, todas as mulheres e crianças, e até as mulheres de Davi. A todos levaram prisioneiros. Mas, mediante a orientação de YHWH, Davi perseguiu-os, e alcançando-os, venceu-os e tomou de volta tudo o que haviam levado, sem perder nenhuma vida dos seus. A mão de YHWH estava junto dele.
Morre Samuel, deixando uma lacuna na vida espiritual daquele povo israelita.
Saul continuava a perseguição, mas não lograva matar Davi. Saul temia aos filisteus e não tinha mais Samuel, para aconselhá-lo, pois Samuel fora recolhido por Deus. Então, Saul resolveu consultar uma feiticeira, em En-Dor. Apareceu-lhe a alma de Samuel, mediante a permissão do Senhor, logicamente, e reiterou que Deus o rejeitava, que o trono passaria a Davi, e que ele, Saul, iria morrer no dia seguinte, que seu tempo estava findo.
Assim aconteceu, lutando contra os filisteus, Saul e seu filho Jônatas foram mortos no dia seguinte. Israel fugiu, deixando no campo os cadáveres de Saul e seu filho. Os filisteus, em zombaria, penduraram seus corpos em uma muralha. Mas o povo de Jabes-Gileade, respeitosamente, arriou os corpos deles e lhes deram um sepultamento condigno. Posteriormente, Davi mostrou sua apreciação por esse ato de decência. As notícias foram enviadas a Davi, em Ziclague. O mensageiro que trouxe a notícia pensou que seria recebido como um herói, e chegou a vangloriar-se de ter tirado a vida de Saul, ao qual teria encontrado nos estertores da morte. Davi sentiu-se consternado diante do relato, e mandou executar o mensageiro. O mensageiro era um amalequita, o que em nada o ajudou a escapar! Davi compôs uma bela lamentação pela morte de Saul e seus filhos, que se lê em II Samuel 1:1-27.
III O Reinado de Davi
A morte de Saul e a derrota de Israel ante os filisteus deixou o povo de Israel em um estado de caos, e logo seguiu-se um período de guerra civil. Davi estabeleceu seu quartel-general em Hebrom, na região montanhosa de Judá, cerca de trinta quilômetros a sudoeste de Jerusalém. Ali ele foi ungido rei, tendo reinado por sete anos e meio sobre a tribo de Judá (II Sm 2:1-11). O conflito entre a casa de Saul e a casa de Davi perdurou até o extermínio da casa de Saul; e foi somente então que Davi se tornou rei de toda a nação de Israel (II Sm 2:8—5:5). Davi capturou a cidade jebusita de Jerusalém que se tornou capital do reino inteiro. Ela havia sido uma fortaleza que requereu considerável esforço para ser dominada.
Conquistas do rei Davi
Agora Israel estava bem mais forte do que antes, tendo uma nova unidade e um novo e forte homem como rei. Davi derrotou de modo decisivo os filisteus (II Sm 5:17-25; 21:15-22; I Cr 18:1). — Além disso, os amonitas, os idumeus, os moabitas, os arameus e os amalequitas foram subjugados (II Sm 8:10; 12:26-31), e um império substancial foi estabelecido sob as ordens de Davi. Estendia-se desde Ezion-Geber, no extremo sul, no golfo de Aqabah, até a região de Hums, perto da cidade-estado de Hamate, no extremo norte. Trechos bíblicos, como I Crônicas 22:17 até o fim, comentam sobre as habilidades diplomáticas e militares de Davi, e, ocasionalmente, há vislumbres sobre a sua espiritualidade. A arqueologia tem demonstrado que Davi empregou ideias estrangeiras em sua organização governamental, especialmente modelos egípcios e fenícios. Assim, encontramos o mazkir (cronista) e o saphar (escriba) que tinham funções importantes (II Sm 8:16). Davi também reorganizou o exército, com uma guarda pessoal e mercenários, talvez selecionados dentre os filisteus, chamados queretitas e peletitas (II Sm 8:18; em nossa versão portuguesa, «guarda real»).
ORGANIZAÇÃO
Davi estabeleceu as cidades dos levitas, incluindo as cidades de refúgio (Nm 35), confirmando a legislação anterior e garantindo as funções dos levitas, em lugares como Gezer, Ibleã, Taanaque, Reobe, Jocneã e Naolal. Ver Josué 21. Esses lugares só vieram a ficar sob o controle dos israelitas nos dias de Saul e Davi. As amplas conquistas militares de Davi produziram muitas das coisas que somente haviam sido planejadas na época da conquista da Terra Prometida, nos dias de Josué. As seis cidades de refúgio tornaram-se uma instituição funcional, devido aos esforços de Davi. Havia quarenta e oito cidades levíticas, dotadas de significativa função. Isso quer dizer que Davi foi capaz de abafar as disputas tribais e entre famílias, produzindo um grande laço de união entre o povo como um todo.
Jerusalém tornou-se o centro religioso da nação. A arca da aliança, que estivera fora do lugar próprio, foi trazida de Quiriate-Jearim. O relato aparece em II Samuel 6:11-15 e I Crônicas 4:5,15,19. Esse evento foi muito significativo, por haver conferido a Jerusalém a autoridade de centro da fé religiosa de Israel.
Estabelecimento da Música Sacra. Davi era um musicista consumado (I Sm 16:14-23), e anelava por melhorar o aspecto musical do culto divino. Davi veio a ser uma espécie de patrono da hinologia judaica. Os arqueólogos têm descoberto monumentos e documentos que confirmam a importância da música em Israel e nos países em redor. Há monumentos mesopotâmicos do século XIX A.C. que provam isso. Os artífices semitas levaram instrumentos musicais com eles, quando entraram no Egito, segundo se vê nos relevos de Beni-Hasã. Esses ficam cerca de duzentos e setenta quilômetros do Cairo. A literatura religiosa épica, encontrada em Ras Shamra, fala sobre os sharim, «cantores», informando-nos de que eles formavam uma classe, em Ugarite, desde 1400 A.C. Portanto, nada há de anacrônico acerca da ênfase de Davi sobre a música. Os próprios salmos confirmam o ponto, pois muitos deles eram musicados e de fato, compostos como peças musicais.
O Intuito de Edificar o Templo.
As qualidades religiosas de Davi transpareciam em tudo. Um de seus grandes desejos era o de construir um templo que melhor servisse de centro ao culto divino. Porém, Deus não permitiu que Davi edificasse o templo, por ser homem de guerra e ter criado muita confusão e derramado muito sangue. Na verdade, isso não recomenda um homem como construtor de templos, embora muitos grandes líderes religiosos também tenham matado muita gente. As pessoas pensam que Deus as inspira a fazer isso, sendo essa uma das várias ilusões em que as pessoas caem. Contudo, Davi foi encorajado a fazer os preparativos para a construção, que um de seus filhos haveria de realizar (II Sm 7; I Cr 17). Ele reuniu material e traçou planos para a construção, mas foi Salomão, seu filho, quem erigiu o templo de Jerusalém.
Outros Eventos
1. Um Ato de Misericórdia. — Depois que Davi estabelecera Jerusalém como a capital de seu reino, indagou se havia sobreviventes da família de Saul. Então descobriu que Mefibosete, filho de Jônatas, estava vivo. Davi devolveu a Mefibosete a herança da família de Saul, dando-lhe lugar na mesa do rei. Seus motivos foram a misericórdia e a simpatia. II Samuel 9:13.
2. Os Grandes Pecados de Davi.
Nos países do Oriente, parte da glória de um monarca consistia no seu harém, recheado de mulheres de prestígio. Davi praticava uma forma de franca poligamia. É difícil o homem moderno adaptar-se a certas práticas dos costumes antigos.
Podemos estar certos de que Davi era admirado, em seus dias, por sua situação de poligamia. Seja como for, esse tipo de liberalidade sexual masculina não impedia ultrajantes casos de adultério.
Assim, em momento de lazer, Davi observou Bate-Seba enquanto ela se banhava, e ele viu quão bonita ela era. Acabou sentindo que deveria tê-la como mulher. E mesmo quando, sob investigação soube que ela era casada com Urias, um militar hitita de seu exército, Davi deu prosseguimento ao seu plano. Mandou chamá-la imediatamente.
Tolamente, alguns intérpretes observam que ela não resistiu aos avanços dele, fazendo-a culpada também. Mas isso ignora dois importantes fatores: em primeiro lugar, quando um rei chamava, a pessoa atendia. Um monarca antigo era uma autoridade absoluta, e Davi era homem violento. Em segundo lugar, as mulheres não tinham direitos, e mesmo quando as leis as protegiam, essas leis geralmente eram ignoradas.
A amante engravidou, e a fim de tentar ocultar o seu pecado, Davi resolveu livrar-se de Urias, e arranjou as coisas de modo que ele fosse morto em batalha, mediante o recuo das tropas israelitas, deixando-o em uma posição mortal.
Que Davi tenha conseguido isso, comprova o que acabo de dizer sobre o poder absoluto e a brutalidade dos reis da antiguidade. Esses eram pecados que não podiam ser remidos, quanto à lei da colheita segundo a semeadura. Portanto, a partir daquele instante, a vida de Davi começou a desintegrar-se. Ele havia mandado matar um homem inocente, a fim de tentar ocultar um grave pecado. Por essa razão, nunca mais a espada afastou-se de sua família (II Sm 12:10). Também houve o caso do estupro de sua filha, Tamar, por seu irmão mais velho, Amom. Tempos depois, Amom foi executado pelos servos de Absalão, um outro filho de Davi (II Sm 11:13-29).
Dois outros filhos rebelaram-se contra Davi, procurando arrancar dele a coroa, a saber, Absalão e Adonias.
3. A Revolta de Absalão. Por causa de sua irmã, Tamar, Absalão mandou executar Amom, o estuprador. Absalão, após isso, teve de fugir. Abrigou-se com Talmai, filho de Amiúde, rei de Gesur, com quem ficou três anos. Então Absalão apelou para Joabe, pedindo sua mediação diante de Davi (II Sm 14). Conciliado com Davi, Absalão começou a aspirar ao trono. Partiu para Hebrom, a fim de tentar executar o seu propósito.
Naquela cidade, Absalão cresceu em autoridade, ao ponto de Davi ser obrigado a fugir de Jerusalém (II Sm 15:13).
Davi estabeleceu temporariamente em Maanaim a sede de seu governo, onde também estivera, quando ainda fugia de Saul (II Sm 17:24). Mas Davi contou com a fidelidade de muitos de seus soldados, comandados pelo poderoso Joabe, um general virtualmente invencível. Na batalha final contra Joabe, Absalão feriu-se na floresta de Efraim. Enquanto fugia, os seus cabelos ficaram presos em galhos baixos de uma árvore. Joabe alcançou-o e matou-o, estando ele pendurado no ar (II Sm 18:1-33). Davi recuperou o seu posto, e Joabe cuidou para que os pontos rebelados restantes fossem devidamente anulados, mediante a violência e a matança.
4. O Recenseamento. O orgulho levou Davi a fazer o recenseamento, a fim de averiguar o crescimento de sua nação. Isso foi julgado por três dias de pestilência. Muita gente morreu (II Sm 24:1-9), um total de setenta mil pessoas, desde Dã até Berseba, ou seja desde o extremo norte até o extremo sul do pais.
5. A Eira de Araúna. Davi adquiriu a dinheiro esse lugar, a fim de estabelecer ali um altar em honra a YHWH. Seu propósito era fazer cessar a praga que estava destruindo tantos, dentre o povo. Deus atendeu Davi. Esse local, posteriormente, foi o sitio onde foi erigido o templo de Jerusalém, como centro da adoração nacional. Ver II Samuel 24:18-25.
6. A Rebelião de Adonias. Esse homem, que era um dos filhos mais velhos de Davi, pensou que o reino deveria ficar com ele. Assim, declarou-se rei, antes que Bate-Seba pudesse promover Salomão, seu filho. Porém, o plano de Adonias não deu certo, e o conluio fracassou. Nessa oportunidade, a questão terminou com o arrependimento de Adonias.
Porém, após a morte de seu pai, Adonias quis ficar com Abisague, a sunamita, a única virgem do harém de Davi.
Porém, Salomão, a despeito da intervenção de sua mãe, Bate-Seba, em favor de Adonias, — tomou a ideia deste como uma tentativa renovada de obter o poder real. Além disso, não era direito que um filho ficasse com uma mulher que fizera parte do harém de seu próprio pai. Portanto, Salomão, o homem «pacífico», ordenou a execução de Adonias. Esse relato aparece em I Reis 1:5 ss e 2:13 ss.
7. O Rei Salomão. Quando Davi estava idoso e cada vez mais débil, deixou o governo ao encargo de seu filho, Salomão. Sob seus auspícios, Salomão foi coroado rei (I Rs 1:1-53). A avançada idade de Davi foi a causa de ter sido trazida a seu harém a bela virgem Abisague, para dormir com ele e mantê-lo aquecido. Nunca ocorreu a ninguém que uma esposa mais velha poderia ocupar-se da tarefa tão bem quanto Abisague.
Depois do falecimento de Davi, seu filho, Adonias, resolveu que teria Abisague como sua esposa, o que é ventilado no sexto ponto, acima. Muitos comentadores têm feito observações sarcásticas sobre esse pequeno incidente, e com bastante razão.
Parece que o idoso rei poderia ter terminado os seus dias sem ter de envolver-se em mais um caso tolo com uma mulher. No entanto, a grande verdade é que todos os livros do mundo não seriam suficientes para narrar todas as tolices que os homens têm feito por causa das mulheres, e Davi não se mostrou imune a esse drama.
8. Morte de Davi.
A morte de um homem é um dos principais eventos de sua vida. É uma ocasião solene, quando a vida da pessoa passa em revista, quando se extrai o significado dos poucos anos da sua vida.
As experiências perto da morte informam-nos que o Senhor sujeita a pessoa a uma completa revista. Assim ela chega a entender todo o sentido de sua vida, o que não deveria ter feito, o que deixou de fazer, o que fez de bom, enfim, a média do valor dessa vida.
Dois grandes fatores na vida são o conhecimento e o cumprimento da lei do amor. Esses dois fatores são muito mais importantes que os feitos dos guerreiros ou que o bom governo de um rei.
Davi faleceu com setenta anos (II Sm 5:4) e foi sepultado em Jerusalém ou Sião, a cidade de Davi (I Rs 2:10,11).
VI Davi e a Bíblia
Nenhuma pessoa é tão frequentemente aludida na Bíblia, no tocante a fatos de sua vida, quanto Davi. Além das simples referências a ele, o seu nome veio a ser associado a várias localizações e expressões, a saber:
1. A Casa de Davi. Há dez referências no livro de Isaías, dando a entender o seu governo e a sua família real. Ver, como exemplos: Is 7:2,13,14 e 22:22 (onde são mencionadas as «chaves»), Essa expressão também figura em I Rs 12:19,20,26; 13:2; II Cr 10:16,21; Ne 12:37 e Jr 21:12.
2. O Trono de Davi. Ver Isaías 9:7, que encerra uma profecia messiânica que mostra que o Messias seria rei segundo a linhagem e a autoridade de Davi.
3. O Tabernáculo de Davi. Ver Isaías 16:5, uma outra referência à linhagem real da qual viria o Messias.
4. A Cidade de Davi. Isaías 22:9 e I Reis 2:10,11. Está em foco a cidade de Jerusalém, porquanto Davi foi quem conquistou esse lugar dos cananeus, tornando-o a sua capital. Ver também I Rs 8:1; II Rs 8:24; 9:24; II Cr 5:2 e 8:11. No entanto, no Novo Testamento, essa expressão indica Belém da Judéia (Lc 2:4).
5. As Fiéis Misericórdias Prometidas a Davi. Ver Isaías 55:3. Essa promessa indica que Deus, por amor a Davi, teria misericórdia de Israel. Isso faz parte do pacto davídico. Ver também Is 38:5.
6. O Deus de Davi. Ver Isaías 38:5. Está em pauta o Deus de Israel, o Deus do maior monarca de Israel, portanto, de todos os demais reis de Israel.
7. O Trono de Davi. Ver Jeremias 13:13; 17:25; 22:2,4, etc. A expressão usada por Jeremias, acerca do reino de Israel, está baseada no fato de que os demais reis de Judá pertenciam à linhagem de Davi.
8. O Justo Renome de Davi. Ver Jeremias 23:5 e 33:15. Está em foco a descendência davídica, herdeira de seu trono, mas, especialmente, Jesus Cristo, o Rei-Messias.
9. Davi como Rei. O futuro Messias é visto como uma espécie de segundo Davi (Jr 30:9). Alguns estudiosos supõem que o próprio Davi, por ocasião do reino milenar de Cristo, governará novamente Israel, sob as ordens do Messias. Porém, outros pensam que isso é perder de vista a implicação simbólica dessa expressão.
10. O Pacto de Davi. Ver Jeremias 33:21, onde aparecem várias garantias a respeito da linhagem e do reino de Davi.
11. O Descendente de Davi. Ver Jeremias 33:22,26, que também se refere ao descendente de Abraão, embora aludindo especificamente à linhagem real.
12. Outras Referências Notáveis do Antigo Testamento. Podemos falar em Ezequiel 34:23; 37:24,25, que expõe ideias sobre o Servo-Messias; Oséias 3:5, que se refere a Davi como o Rei escatológico; Amós 6:5 e 9:11, que alude a Davi como músico e ao tabernáculo de Davi, juntamente com a esperança messiânica: Zacarias 12:7,8,10,12 e 13:1, que destaca a casa de Davi e a sua futura restauração.
13. No Novo Testamento. Ali encontramos Jesus como o Filho e o Herdeiro Real de Davi (Mt 1:1; 9:29; 12:23; Mar. 10:48; 12:35; Lc 18:38,39; 20:41). Esperava-se que o Cristo fosse descendente da linhagem de Davi (Jo 7:42; Mc 11:10). Jesus pertencia à família de Davi, através de Bate-Seba (Mt 1:20; Lc 3:21).
No Novo Testamento, a «cidade de Davi» (Lc 2:4 e Jo 7:42) é Belém da Judéia, o lugar onde Jesus nasceu. Os antepassados de Davi viviam ali, onde o próprio Davi nasceu (I Sm 16:1; II Sm 5:4), o que explica a conexão.
Jesus como superior a Davi é o tema de Atos 2:29,34 e 13:36. Por meio de Cristo nos são dadas as fiéis misericórdias prometidas a Davi (At 13:16-34). Davi foi um dos escritores sacros da Bíblia (At 1:16; 4:25).
O tabernáculo de Davi está ligado à eleição dos gentios dentro do Novo Israel (At 15:16-18, que cita Am 9:11,12).
Jesus é o descendente de Davi (Rm 1:3; II Tm 2:8). Davi é usado como ilustração do perdão dos pecados (Rm 4:6). Ele aparece como um dos heróis da fé (Hb 11:32). Os Salmos 69 e 95 são especificamente atribuídos à autoria de Davi (Rm 11:9 e Hb 4:7).
No Apocalipse, Jesus Cristo é chamado de herdeiro de Davi (Ap 3:7), e as chaves estão envolvidas. Em Apocalipse 5:5 e 22:16, Jesus é denominado raiz e geração de Davi.
Jesus Cristo é o cumprimento das promessas de Deus a Israel e ao mundo, feitas originalmente a Davi.
VII Caráter Espiritual de Davi
Davi pode ser usado como um quadro do que o homem é: em seu ponto mais alto e em seu ponto mais baixo.
Seus salmos exibem uma espiritualidade elevada, difícil de reconciliar com sua vida de violência e pecados, como aquele que envolveu Bate-Seba. Porém, precisamos vê-lo como um representante de sua época.
Então, era uma glória ser um guerreiro, matar e conquistar.
Por essa razão, as mulheres de Israel entoaram a seu respeito o cântico que dizia: «Saul feriu os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares» (I Sm 18:7; 21:11).
Temos averiguado o quanto Davi envolveu-se com mulheres (primeiro ponto); mas, de algum modo, apesar de tudo, as Escrituras dizem a seu respeito que ele era um homem segundo o coração de Deus (I Sm 13:14; Sl 89:20).
Há também grande número de alusões bíblicas a Davi, que nos mostram que ele foi um homem do destino, um instrumento especial de Deus, a despeito de suas falhas gritantes.
Davi foi um habilidoso músico e autor literário, e essas qualidades fizeram dele um digno autor, e uma parte de suas composições tornou-se porção integrante das Escrituras Sagradas.
A cidade de Davi, Jerusalém, atualmente.(2019) |
Em suma, ele foi um homem superior, cujas qualidades intelectuais e religiosas chegaram a ser sombreadas por certa irresponsabilidade moral.
Ele pertencia a uma era heroica, com sua violência e seus derramamentos de sangue, antes que padrões morais mais elevados fossem largamente reconhecidos.
Os direitos da tribo ou do clã eram considerados superiores aos direitos do indivíduo, como, de resto, na infância da maioria dos povos. No entanto, ele continuou sendo o herói ideal de todas as gerações posteriores.
O Antigo e o Novo Testamentos descrevem o Messias, o Rei Ideal de Israel, na era vindoura, chamando-o de Filho de Davi». (AM)
Fonte: R. N. Champlin
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CONCLUINDO
O que Deus disse a respeito de Davi nos ensina qual a qualidade principal devemos ter para sermos agradáveis ao Criador,
...Achei a Davi, filho de Jessé,
homem conforme o meu coração,
que executará
toda
a minha vontade.
O Criador busca verdadeiros adoradores, que O adorem em espírito e em verdade, mas antes, busca "aquele que EXECUTARÁ TODA A MINHA VONTADE"!
Deus é Pai amoroso, mas zeloso, que não abre mão da disciplina de seus filhos.
Se Deus diz vai, vá.
Se Deus diz fique, fique.
Se Deus diz ainda não é hora, espere.
Se Deus diz não, aceite sem murmurar!
Jesus nos confirma isto em diversas passagens de seu evangelho, onde sempre afirma que está "fazendo a vontade do Pai",
João 5:30 - Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou.
Jesus nos ensina que Ele veio do Pai, que Ele veio fazer a vontade do Pai.
E João nos afirma,
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna".João 3:16.
Para aqueles que acham que Jesus é só amor, mas que YHWH é só justiça, entendam, nosso eterno mestre nos afirmou, "Eu e o Pai somos um". Então, não tem como separar JESUS (YESHUA) e YHWH, pois é um só Deus, que também se compõe do ESPÍRITO SANTO. Três personalidades, mas um só ESPÍRITO, um só DEUS CRIADOR!
Deus enviou Jesus para a reconciliação, o Concerto, entre humanidade e Criador da humanidade, vejamos o que nos ensina Jesus em João 6:39,
João 6:39 - E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia.
A vontade de Deus é suprema, é inquestionável, por isto devemos obedecer sem questionar ou murmurar.
Davi fez a vontade de Deus, cumpriu todas as ordens de Deus, e por este motivo é que o Senhor diz que ele é um homem segundo seu coração!
Obediência.
Primeiro saber ouvir a voz de Deus,
depois saber interpretar e entender a vontade de Deus,
finalmente, cumprir fielmente a vontade de Deus!
E a vontade de Deus é esta, que todas as almas oriundas de Deus ressuscitem no último dia - (porque nos ensina o Senhor que existem almas que são filhas do diabo - entenda quem tiver visão espiritual).
Jesus diz "que nenhum de todos aqueles que ME DEU se perca".
Ele não nos diz "que nenhuma alma deste mundo se perca", mas deixa bem claro que veio para resgatar as almas que o PAI lhe deu.
Como saber que almas são de Jesus e quais são do inimigo de Deus?
Bem, o convite para aceitar Jesus como Salvador está em aberto desde quando Ele iniciou seu ministério neste mundo, há mais de dois mil anos. A alma que vem de Deus corre para se abrigar nos braços de Cristo. Já aquelas que são oriundas do inimigo, estas recusam o convite, rejeitam Cristo, escarnecem de Deus.
É bem por aí...
A salvação eterna não é conquistada por mérito ou por obras, mas por fé em Cristo e pela graça e misericórdia deste para conosco,
Assim também a ressurreição dentre os mortos. Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção.
Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor.
Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual.(1 Coríntios 15:42-44).
Glórias a Deus.
Está fraco na carne? Fique forte em Jesus, agarre-se em Jesus com fé e amor, em obediência aos seus mandamentos e ordenanças, pois a salvação eterna não é fruto de nossa capacidade corporal ou mental, mas sim de nossa santificação em Cristo Jesus.
Amém?
PRIMEIRA ORAÇÃO DE 2020
OREMOS A CRISTO,
"Senhor, no despontar deste novo ano, estamos ouvindo rumores de guerra e sabemos que aproxima-se o dia da Tua volta, pois multiplica-se a apostasia e a iniquidade.
Senhor Jesus, entre com teu poder, com tua graça e misericórdia dentro de meu coração, fazendo uma faxina completa, arrancando toda raiz imunda, tudo que não provém Ti, Deus meu! Isto é o que mais preciso, Senhor, de santificação.
Também, Deus meu, peço que visite minha casa, meus entes queridos, trazendo crescimento espiritual, paz, harmonia e muito amor fraternal.
Quero, Senhor clamar em favor da paz neste mundo tão conturbado, proteja-nos, Pai, dos horrores da guerra, da violência do homem mau e corrupto, traga-nos também fartura e prosperidade, meu Salvador!
Ajude, Senhor, que eu e minha casa alcancemos a Tua salvação.
Tem, Senhor, misericórdia de todo pecador arrependido, cuida, vivifica e leva para o Teu reino, Senhor meu e Deus meu.
Te amo, Jesus, Tu o sabes"!
Amém!
Missionário Virtual Geraldo de Deus 2020janeiro,06
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