Guerras Atuais 2 - Os desabrigados rejeitados.
MATEUS 5:43,44 - "Vocês ouviram o que foi dito: 'Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo'. Mas eu digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem,
Caríssimos,
Dando continuidade à mensagem anterior sobre o assunto GUERRAS ATUAIS, volto agora o foco para os que conseguem de alguma forma fugir das zonas de conflito e buscam recomeçar a vida em outro lugar.
A europa tem sido o alvo destes retirantes, obviamente pela posição geográfica favorável, embora em certos casos tenham que viajar por milhares de km vencendo travessias por desertos, florestas, oceano, etc.
Porém, estes que fogem das zonas de guerra em busca de abrigo são taxados como IMIGRANTES ILEGAIS, pode?
Como alguém que foge de um país dominado pela guerra pode se tornar um imigrante legal, documentado?
É mais uma crueldade, não basta os países do primeiro mundo nada fazerem em favor da paz, em busca do cessar fogo nestes territórios devorados pelos conflitos, ainda mostram seu total desprezo pelos direitos humanos destes fugitivos taxando-os como IMIGRANTES ILEGAIS!
CADÊ O CORAÇÃO DE CRISTÃO DOS LÍDERES DOS PAÍSES DESENVOLVIDOS?
Será que não há dó nem piedade para com aqueles que por milagre escapam da guerra e batem em sua porta pedindo um pouco de dignidade?
Imaginem algo como,
Se na segunda guerra mundial os judeus e outros retirantes que conseguiram fugir do terror imposto na Alemanha por Adolph Hitler chegassem aos países fronteiriços e fossem impedidos de entrar, sendo taxados de IMIGRANTES ILEGAIS...
Qual a reação do mundo diante de um fato destes?
MAS, AGORA, QUE OS RETIRANTES SÃO AFRICANOS, SÃO SÍRIOS, E TODO TIPO DE PESSOAS CONSIDERADAS COMO INÚTEIS, fecham-se as fronteiras, deixam que morram à mingua, viram-lhes as costas e dizem "QUE SE DANEM"!
ISSO NÃO É ATO CRISTÃO.
Todo ser humano merece e tem o direito ao mínimo para sobreviver e, principalmente, ser tratado como gente.
QUAL A SOLUÇÃO?
Criar mecanismos que impeçam a propagação dos conflitos, por exemplo, quem está vendendo armas para os donos do poder nas áreas de guerra?
Quem fornece suprimentos e medicamentos para as forças armadas dos países em guerra?
É só fazer um cerco, impedir que os que fazem guerra obtenham armas, munição, comida, remédios, aviões, carros... etc,etc.
E
Dar assistência aos que fogem da guerra, fazer assentamentos provisórios até que a paz seja restabelecida, mas suprindo estas pessoas do básico, ou seja, abrigo-comida-água-medicamentos-esperança.
SERÁ QUE NINGUÉM VÊ ISSO?
CONCLAMO AOS CRISTÃOS DE TODO O MUNDO PARA QUE AJAM, GRITEM, PROTESTEM (em paz, não em conflito) JUNTO AOS SEUS GOVERNANTES.
O MUNDO PRECISA DE PAZ, AS PESSOAS PRECISAM DE DIGNIDADE.
Abaixo, uma máteria sobre a forma como os donos do poder enxergam e tratam os fugitivos da guerra, os sem esperança:
03/03/2016
18h27 - Atualizado em 03/03/2016 18h27
Conselho Europeu pede que imigrantes ilegais parem de ir à Europa
Presidente do órgão fez apelo para migrantes
econômicos e ilegais.
'Não arrisquem suas vidas e seu dinheiro. Não servirá para nada', disse.
'Não arrisquem suas vidas e seu dinheiro. Não servirá para nada', disse.
Da Reuters
Imigrantes presos na fronteira entre Grécia e Macedônia (Foto: Robert
Atanasovski / AFP)
Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, pediu
nesta quinta-feira (3) aos imigrantes ilegais que não arrisquem suas vidas ou
seu dinheiro fazendo viagens perigosas à Europa "para nada", mas
disse que as ações unilaterais que países da União Europeia vêm adotando para
lidar com a crise devem parar.
A meta definitiva é eliminar o trânsito ilegal de imigrantes
da Turquia para a Grécia, disse Tusk depois de se reunir com o
primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, em Ancara e com o premiê grego,
Alexis Tsipras, em Atenas, embora tenha afirmado não ter combinado nenhum
número específico com os turcos.
"Não se trata de números, se trata do processo
permanente e em curso... que para mim significa a redução total e a eliminação
total deste triste fenômeno", disse ele em uma coletiva de imprensa
conjunta com Davutoglu em Ancara.
Tusk está visitando Estados balcânicos e a Turquia
na tentativa de angariar apoio para uma abordagem coesa no tratamento das
centenas de milhares de imigrantes – uma crise que ameaça dividir o bloco –
antes de uma cúpula da UE na próxima segunda-feira.
Apelo aos não
refugiados
O presidente do Conselho Europeu Donald Tusk no palácio do
primeiro-ministro da Grécia (Foto: Alkis Konstantinidis/Reuters)
Falando mais cedo na Grécia, que se tornou um dos
principais portões de entrada dos imigrantes que há mais de um ano chegam em
levas à Europa, Tusk disse que qualquer pessoa que não seja um refugiado deve
manter distância.
"Quero fazer um apelo a todos os imigrantes
econômicos ilegais em potencial, onde quer que estejam: não venham para a
Europa. Não acreditem nos traficantes de pessoas. Não arrisquem suas vidas e
seu dinheiro. Tudo isso não servirá para nada", afirmou o presidente.
Até 30 mil refugiados e imigrantes estão retidos na
Grécia devido aos fechamentos de fronteira progressivos mais ao norte do
"corredor dos Bálcãs", a rota usada para se ir para países mais ricos
do centro e do norte da Europa, como a muito procurada Alemanha.
"Na cúpula de segunda-feira, a Grécia irá
exigir que a divisão do fardo seja mais equitativa entre todos os países do
bloco, e sanções para aqueles que não o fazem", disse Tsipras depois de
conversar com Tusk.
A Áustria e outras nações ao longo da rota
imigratória balcânica vêm impondo restrições em suas fronteiras ao limitar o
número de pessoas com permissão para passar. A polícia da Macedônia disparou
gás lacrimogêneo para dispersar centenas de imigrantes que tentaram abrir
caminho em sua divisa do lado grego na segunda-feira.
OUTRA REPORTAGEM, DE 2013
JÁ EM 2013 A SITUAÇÃO ERA GRAVE, E PERSISTE.
Em Foco
Outubro de 2013
Imigração ilegal: à porta da Europa
Por: CARLOS REIS, Jornalista
Pelo menos 18 600 imigrantes ilegais morreram desde 1988 a tentar alcançar a Europa. O drama humano continua apesar da redução da imigração clandestina rumo à União Europeia, onde se estima que vivam ilegalmente mais de três milhões de imigrantes procedentes maioritariamente de África, Turquia, Índia, Paquistão e Balcãs.
O número de imigrantes que chegaram ilegalmente ao território europeu diminuiu 49 por cento em 2012 em relação ao ano anterior, tendo o total das chegadas ficado, pela primeira vez, abaixo dos cem mil desde 2008, refere o relatório «Annual Risk Analysis 2013» da Frontex, agência das fronteiras externas da União Europeia. Enquanto em 2011 um total de 141 mil imigrantes foram detectados a tentar entrar ilegalmente em território europeu pelas fronteiras da UE, esse número diminuiu para 72 mil em 2012.
Nas oito rotas categorizadas pela Frontex, a rota do Mediterrâneo Oriental (Grécia, Bulgária e Chipre), utilizada pelos imigrantes vindos por terra e mar do Afeganistão, Síria e Bangladesh, destaca-se ao ultrapassar as 37 mil entradas ilegais em 2012. Segue-se a rota do Mediterrâneo Central (Itália e Malta) que registou mais de 10 mil entradas clandestinas de imigrantes vindos da Somália, Tunísia e Eritreia.
Uma das principais razões, destacada pela Frontex, para a descida total das entradas ilegais na UE em 2012 é a operação grega «Aspida» junto à fronteira com a Turquia. A manobra envolveu um reforço de 1800 agentes e levou a que o número de pessoas que por semana tentavam entrar de forma ilegal na Grécia baixasse de 2000 para dez. Outra causa prende-se com a quebra dos fluxos migratórios provenientes dos países árabes.
Pelo menos 18 600 imigrantes ilegais morreram desde 1988 até hoje nas fronteiras europeias, dos quais mais de 8700 desapareceram no mar, segundo dados da revista digital Fortress Europe. São, sobretudo, naufrágios, mas também acidentes rodoviários, mortos no deserto ou na neve nas passagens montanhosas, vítimas de explosões nos últimos campos minados da Grécia, de disparos do exército turco ou da violência da polícia na Líbia.
Morrer na fronteira
Nas duas últimas décadas ao longo das fronteiras da Europa, no mar Mediterrâneo e no oceano Atlântico na zona das Canárias, afogaram-se milhares de pessoas. Metade dos corpos nunca foi recuperada. No Canal da Sicília, entre Líbia, Egipto, Tunísia, Malta e Itália, as vítimas somam mais de 4000. Outras 140 pessoas morreram navegando da Argélia para a Sardenha.
Ao longo das rotas que vão de Marrocos, Argélia, Sara Ocidental, Mauritânia e Senegal para Espanha, dirigindo-se para as ilhas Canárias ou atravessando o estreito de Gibraltar, morreram pelo menos 4500 pessoas. No mar Egeu, entre a Turquia e a Grécia, perderam a vida 1300 imigrantes clandestinos. Por fim, no mar Adriático, entre Albânia, Montenegro e Itália, desde 1988, morreram 600 pessoas. Além destes números da Fortress Europe, há registo de pelo menos 625 imigrantes ilegais afogados nas rotas para a ilha francesa de Mayotte, no oceano Índico.
O mar não se atravessa somente nas «embarcações da sorte», mas também nos barcos de passageiros e de carga, onde, frequentemente, viajam muitos imigrantes escondidos nos porões ou em contentores. Nestas condições foram registados 150 mortos por sufocação ou afogamento. Para quem parte do Sul de África, o Sara é uma passagem perigosa e obrigatória para chegar ao mar. O grande deserto separa a África Ocidental e o Nordeste da África do Mediterrâneo. Os imigrantes atravessam a zona, sobre camiões que passam continuamente nas estradas entre Sudão, Chade, Níger e Mali, de um lado, e Líbia e Argélia, do outro. O risco de desidratação e esmagamento é permanente. Todas as viagens contam com pelo menos uma morte. Entre os mortos estão ainda as vítimas das deportações colectivas praticadas pelos governos de Trípoli, Argel e Rabat. Há anos, que as autoridades da Líbia, Argélia e Marrocos abandonam grupos de centenas de pessoas nas zonas fronteiriças em pleno deserto, fazem detenções arbitrárias e disparam sobre os imigrantes clandestinos. «O meu marido e o meu filho de nove anos morreram no mar. Ele trabalhava no porto. Um dia, um homem veio propor-lhe ser capitão e conduzir uma embarcação para a Espanha. Disseram que os espanhóis precisavam de braços para colher frutas. Eu tentei dissuadi-lo, mas ele partiu levando o nosso filho único, acreditando que a Cruz Vermelha cuidaria dele, que ele poderia estudar», conta a mauritana Salimata, vendedora de peixe seco.
Para a maioria, a repressão e os cadáveres encontrados no litoral não acabam com o sonho. Há aqueles que fracassaram várias vezes, enganados por «atravessadores» ou presos pelos guardas. Todavia, basta juntarem novamente a soma necessária para a passagem, que pode chegar a mil euros, para voltarem ao mar. A jovem guineense Aissata já tentou a travessia por duas vezes com o seu filho de dois anos. «Na primeira vez, perdemo-nos no mar. Navegámos por cinco dias e voltámos. Na segunda vez, a guarda costeira marroquina desviou-nos. Podemos sempre escolher entre o sofrimento e a morte», diz. Os que querem partir baseiam-se na experiência dos que chegaram à Europa, não nos naufrágios, prisões ou águas territoriais patrulhadas.
Rotina prisional
Só a Itália mantém 11 complexos de detenção, administrados por empresas privadas, onde imigrantes ilegais podem ficar detidos por meses antes de serem deportados. Assemelhando-se a prisões, os Centros «di Identificazione ed Espulsione» têm cercas metálicas, alojamentos térreos individuais trancados à noite e os pátios são fortemente iluminados. Há câmaras de segurança e os guardas usam uniformes de intervenção. Os detidos têm uma movimentação e são obrigados a usar chinelos ou sapatos sem atacadores, para que não possam ferir-se a si mesmo ou aos outros.
Nestes complexos são mantidas pessoas que não têm autorizações de trabalho ou residência ou cujos documentos já passaram da validade. Algumas delas já vivem no país há anos. As autoridades italianas asseguram que os centros são essenciais para a boa regulamentação da imigração ilegal e que respeitam as directrizes da União Europeia.
Os centros de detenção de imigrantes ilegais na UE são criticados por grupos de defesa dos direitos humanos, que os consideram desumanos, ineficazes e caros. «São lugares que não têm interacção com a sociedade. São desertos políticos e culturais que só aparecem nos radares nacionais quando explodem revoltas», aponta Gabriella Guido, coordenadora da associação LasciateCIEntrare.
A organização independente Physicians for Human Rights denuncia que nos 15 anos passados desde que foram criados, os centros de detenção «mostraram ser congenitamente incapazes de garantir a dignidade e os direitos humanos fundamentais». Para Michael Flynn, coordenador do Global Detention Project, «a Itália não é o único país a ter problemas na administração dessas instalações». No Reino Unido, o The Migration Observatory questiona a utilidade da detenção. A Espanha já foi criticada por abrigar os imigrantes em barracas e a Holanda por mantê-los em barcos.
A Jesuit Refugee Service Europe verifica que os imigrantes clandestinos detidos «sofrem de stress psicológico e mental grave por não saberem quando a detenção vai terminar», revela Philip Amaral, coordenador da organização católica, para quem a detenção de imigrantes ilegais é pior que a prisão comum, que tem duração definida.
Ilha de Lampedusa
Apesar de a descida do número de imigrantes ilegais a chegar ao território da União Europeia estar a diminuir, o drama humano da imigração clandestina continua, tal como foi lembrado pelo Papa Francisco, na visita de Julho à ilha mediterrânica de Lampedusa, território da região italiana da Sicília.
Lampedusa, como também já o foram as ilhas espanholas Canárias (ao largo de Marrocos), continua a ser um símbolo do desespero de milhares de imigrantes clandestinos que procuram alcançar o sonho de oportunidades europeu. Quase oito mil imigrantes em situação irregular chegaram às costas de Itália só nos primeiros seis meses de 2013, revela o ACNUR, alto comissariado das Nações Unidas para os refugiados.
Na visita a Lampedusa, que fica a 113 quilómetros do litoral da África, o Papa Francisco, na sua primeira viagem como pontífice, lamentou as mortes ocorridas durante a travessia de imigrantes ilegais vindos de África e denunciou a «globalização da indiferença» diante dessa tragédia. O pontífice aproveitou a visita para pedir «que se despertem as consciências e para que tragédias como as ocorridas não se voltem a repetir».
Francisco denunciou «a crueldade que há no mundo, em nós e naqueles que no anonimato tomam decisões socioeconómicas que abrem o caminho a dramas como este». O papa também criticou os traficantes de seres humanos, que se aproveitam da pobreza dos imigrantes e denunciou a «globalização da indiferença», que faz com que o homem não se sinta responsável pela morte dos imigrantes que perdem a vida nas travessias em busca de um futuro melhor.
Contudo, as estatísticas não corroboram o medo europeu de uma invasão de africanos. «A cada cem imigrantes africanos, apenas cinco chegam à América do Norte e um à Europa. Os restantes 94 emigram para outro país africano», revela o cientista político camaronês Jean-Emmanuel Pondi, no estudo «Immigration et Diaspora – Un regard africain». A União Europeia é cada vez mais uma fortaleza.
PASSAGENS ILEGAIS DE FRONTEIRAS DA EU
Detecções nas fronteiras externas
Nacionalidades
2010
2012
Afeganistão
25 918
13 169
Síria
861
7903
Albânia
33 260
5651
Argélia
8763
5479
Bangladesh
1647
5417
Somália
4619
5058
Paquistão
3878
4877
Tunísia
1498
2717
Eritreia
1439
2604
Marrocos
1959
2122
Fonte: Frontex - Annual Risk Analysis 2013
Lugar ao Sul
Com as condições de imigração a endurecerem na Europa, os migrantes clandestinos orientam-se agora para Marrocos, Quénia e Angola, em direcção às economias emergentes do continente. Em 2010, a International Organization for Migration registou mais de 19 milhões de migrantes internacionais na África.
A cada ano, cerca de 25 mil migrantes da África Ocidental, maioritariamente homens, tentam a sorte em direcção à África do Sul. Um êxodo realizado também por etíopes, somalis, zimbabueanos e moçambicanos. No final, têm semanas de atravessamento pelo mato da fronteira com a África do Sul.
Muitos deles constituem uma segunda classe de migrantes, os pobres demais para alcançar os aeroportos, mas suficientemente abastados para se fazerem à estrada. Espreitam o futuro na direcção oposta daquela que nas últimas décadas os imigrantes ilegais vislumbraram.
O êxodo para a sonhada Joanesburgo raramente se realiza de forma directa. A deslocação segue por cidades de apoio onde os viajantes passam alguns dias, às vezes meses, o tempo necessário para juntar algumas economias e partilhar narrativas de viagem em que a ganância dos motoristas de autocarros ou capitães de cargueiros disputa com a corrupção policial e a brutalidade dos bandidos das estradas. O objectivo é viajar, vencer e mandar dinheiro para a família no país de origem, ganho a trabalhar nas explorações mineiras e florestais.
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2015
Por trás de cada um desses números há uma história pessoal que desmente o rótulo banal dos chamados sem papeis: um refugiado sírio, uma família foragida da guerra no Iraque; um jovem do Chade que atravessa o chamado vale das gazelas até chegar à Líbia com a intenção de encontrar um bilhete para o continente rico, onde estejam mais próximos das oportunidades que não têm em seu país. Mas bastam os dados para se ter uma ideia das consequências desse fenômeno: 32.400 pessoas (na maioria do Kosovo) entraram na UE pelos Balcãs até o momento neste ano, frente a menos de 1.000 no ano passado. Pelo Mediterrâneo Central —Itália, basciamente— ingressaram mais 10.200, e isso sem contar os 10.000 adicionais resgatados em alto mar nos últimos seis dias, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Pela rota do Mediterrâneo oriental –as ilhas gregas e a Bulgária— penetraram 13.500 pessoas, quase o triplo do período de janeiro a março de 2014, e, pela Espanha, outros 1.200. Totalizam quase 57.300 pessoas, segundo os dados da Frontex; no primeiro trimestre de 2014 eram praticamente um terço, 22.500.
As fontes consultadas na Frontex afirmam que os números dispararam com o tempo bom no Mediterrâneo –como já se viu nas primeiras semanas de abril; como já aconteceu em 2014— e apontam para “aumentos importantes que vão gerar, sem dúvida nenhuma, um acúmulo de situações preocupantes” para o conjunto do ano.
Cada vez que os ministros se reúnem em Bruxelas e cada vez que a televisão registra uma tragédia se repete o discurso de que a Europa vai reforçar a agência que protege as fronteiras; mas a Frontex não é uma agência de salvamento e resgate, e sim uma instituição que vela pela segurança da Europa. “Na prática não existem recursos e pessoal suficientes, e a disponibilidade dos Estados membros para ceder meios –barcos e aviões de salvamento— é limitada ou muito limitada”, afirma o diretor-adjunto da Frontex Gil Arias. “Sobram críticas e boas intenções por parte dos Estados membros; falta vontade política e recursos”, acrescentam fontes diplomáticas.
No ano passado, mais de 3.200 homens, mulheres e crianças perderam a vida ao tentar cruzar o Mediterrâneo para a Europa. Essas mortes não reduziram a maré humana que foge da violência dos países em conflito, ou da falta de oportunidades na África subsaariana. A Europa continua empenhada em encarar um problema humanitário –em grande parte uma crise de refugiados, salvo nos Balcãs— com uma resposta meramente policial. Sem ambição para deter essa sangria na origem, os tampões que Síria e Líbia representavam até agora foram pelos ares e deixam um panorama carregado de incertezas.
“Os fluxos migratórios para a Europa não vão deixar de aumentar as péssimas situações na origem, do Iraque e Síria ao Chifre da África”, diz Giovanni Grevi, diretor do centro de estudos FRIDE. “Deter os barcos de imigrantes não acaba com o problema e provocará enormes custos humanitários. A Europa deveria unir forças com uma política externa e de segurança robusta em um momento crítico para a coesão europeia”, acrescenta.
Os avanços, onde há, são tímidos. E as ameaças se multiplicam. A ascensão de partidos contra a imigração se espalha pela Europa rica (Reino Unido, França e Alemanha) e, inclusive, na periferia. A Bulgária pretende construir um muro de mais de 150 quilômetros de extensão para conter a imigração procedente da Turquia. Berlim e Londres estudam medidas para mitigar o chamado turismo de bem-estar, apesar de não existirem dados que respaldem que a imigração abusa dos serviços sociais. E assim ad infinitum.
A Europa enfrenta pressões ligadas aos conflitos na vizinhança do sul. Os sócios abordam o problema com uma dupla vertente, nenhuma delas muito bem-sucedida. A primeira, um maior controle das fronteiras. Quando ocorrem tragédias como a de Lampedusa, todos os países (especialmente a Itália) se voltam para a Frontex cobrando medidas para frear os naufrágios. Mas a Frontex quase não tem ativos e se nutre basicamente do que é aportado pelos Estados.
Os líderes políticos custam a fornecer mais meios; em muitos casos, porque acreditam que a existência de barcos que na prática vão salvar vidas provoca um efeito chamativo nas máfias e nos próprios imigrantes, o que eleva a magnitude do problema. Em outros –os países nórdicos e a Alemanha— porque consideram que já sofrem sua própria pressão ao receberem mais pedidos de asilo.
A segunda via é uma mudança na política migratória do bloco comunitário. Bruxelas pretende ampliar os canais legais para se entrar no continente: acredita que isso vai dissuadir muitos a adotar a via desesperada de se lançar ao mar em busca da costa europeia. Também porque, a longo prazo, os problemas demográficos da Europa farão com que precise de trabalhadores. Mas, com a crise ainda cicatrizando, as capitais não querem nem ouvir falar disso.
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2016 OS PAÍSES COMEÇAM A EXPULSAR OS EXILADOS
HUNGRIA FECHA SUAS FRONTEIRAS PARA IMIGRANTES ILEGAIS
Hungria começou a executar nesta terça-feira a polêmica reforma legal que permite expulsar refugiados e imigrantes interceptados perto da fronteira, medida que já foi aplicada a 600 pessoas.
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"Durante o dia de hoje, os agentes acompanharam até a fronteira cerca de 600 pessoas, que colaboraram com as autoridades, e não houve incidentes", informou o capitão-general da polícia húngara, Karoly Papp, em relação à norma que entrou em vigor na meia-noite.Segundo esta lei, as autoridades "acompanharão" até o outro lado das grades nas fronteiras meridionais do país todos os refugiados que forem interceptados dentro de uma faixa de oito quilômetros, um procedimento criticado pela ONU e várias ONGs.Do outro lado das cercas, em uma estreita faixa de terreno ainda em território húngaro, os refugiados terão que ir às zonas de registro, onde poderão apresentar as solicitações de asilo.
O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) criticou na segunda-feira que esse procedimento dificultará ainda mais o processo de pedido de asilo.Segundo o Acnur, o governo conservador húngaro está enviando aos refugiados a mensagem de que não há possibilidade de entrar no país, pelo menos de forma irregular.
O governo garante que trata-se de um sistema mais eficaz para "diminuir o número de imigrantes que permanecem no país ilegalmente", como disse György Bakondi, conselheiro de assuntos de segurança do governo.
Desde 2015, quando a Hungria fechou as fronteiras com Sérvia e Croácia, entrar no país de forma ilegal é considerado crime passível de cinco anos de prisão. Neste ano, mais de 17 mil refugiados ou imigrantes entraram no país.
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conclusão
JESUS CRISTO NOS ENSINA A AMAR AO PRÓXIMO COMO A NÓS MESMOS.
ONDE ESTÁ O AMOR AO PRÓXIMO SE OS PAÍSES APENAS VIRAM AS COSTAS PARA OS SERES HUMANOS SEM PÁTRIA QUE BUSCAM UM RECOMEÇO DE VIDA COM ALGUMA DIGNIDADE?
TEM QUE MUDAR O FOCO, TEM QUE MUDAR A FORMA DE TRATAR ESTAS MASSAS DE FUGITIVOS.
1 JOÃO 4:7 e 8 - Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.
Missionário Virtual Geraldo de Deus 2016 julho, 09
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