Turquia e Rússia afirmam ter chegado a acordo de cessar fogo para a Síria
Turquia e Rússia chegaram nesta quarta feira (28) a um acordo para implementar um cessar fogo em toda a Síria.
O anúncio foi feito pelo chanceler turco Mevlüt Cavusoglu, que disse, porém, ainda exigir que o ditador Bashar alAssad deixe o poder.
"Todo o mundo sabe que não é possível haver uma transição com Assad, e também sabemos que é impossível para [a oposição] unir-se em torno dele", afirmou.
Moscou ainda não havia comentado as negociações. Facções rebeldes tampouco anunciaram sua adesão ao cessarfogo, e a agência de notícias Reuters afirmava
haver discórdia a respeito da inclusão ou não da periferia de Damasco nesse acordo.
Segundo a agência de notícias estatal turca Anadolu, os confrontos podem ser
interrompidos já nesta quartafeira à meia noite do horário local (20h Brasília).
O trato, no entanto, não inclui organizações terroristas, o que pode complicar sua
adoção. Não há consenso, afinal, sobre quais grupos seriam incluídos na categoria
—ao menos o Estado Islâmico e a Jabhat Fateh alSham, ligada à rede Al Qaeda.
Caso o cessar fogo tenha êxito, a Turquia e a Rússia devem mediar negociações
políticas futuras no Cazaquistão pelo fim do conflito.
O plano, se for confirmado, pode consolidar Ancara e Moscou como principais
mediadores desse conflito estratégico, alienando ainda mais a política externa de
Washington.
Tentativas anteriores de cessar fogo fracassaram, porém. Em setembro, um acordo mediado por Rússia e Estados Unidos foi suspenso após o contínuo bombardeio sírio nas regiões controladas pelas forças rebeldes.
CONFLITO
O confronto sírio foi iniciado em março de 2011 após protestos pacíficos serem
escalados pela violência do regime e da oposição armada.
Não há uma estimativa oficial de vítimas, mas supõe-se que quase 500 mil pessoas
tenham sido mortas. Cerca de 11 milhões foram deslocados e 1 milhão de sírios
pediram asilo na Europa, 300 mil deles apenas dentro da Alemanha.
Turquia e Rússia têm defendido, nos últimos anos, posições opostas.
Ancara exige a saída de Assad, enquanto Moscou defende o ditador, seu principal aliado na
região. A Rússia tem uma importante base naval na Síria.
Esse cenário pode ser alterado, no entanto, pelas recentes movimentações diplomáticas. Turquia e Rússia têm se reaproximado, em um eixo que inclui também o Irã.
Os três países sinalizaram, durante os últimos meses, que a prioridade na Síria é o
fim dos confrontos armados, e não uma transição no governo.
Fonte: DIOGO BERCITO - DE MADRI - 28/12/2016 07h37 Atualizado às 12h21
CONCLUINDO
Povo de Deus,
Vamos continuar orando pela paz mundial, pela paz na Síria.
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