DENGUE
A dengue é uma doença persistente, que depende de ações conjuntas da população e governo, para ser eliminada, ou pelo menos controlada. Não se engane, a dengue pode levar ao óbito fulminante.
Aedes aegypti: conheça a história do mosquito no Brasil
e suas características
Mosquito foi descrito cientificamente pela primeira
vez em 1762, quando foi denominado Culex aegypti
O Aedes aegypti –
mosquito transmissor de doenças como a dengue, a febre amarela, a febre
chikungunya e o vírus Zika – é originário do Egito, na África, e vem se
espalhando pelas regiões tropicais e subtropicais do planeta desde o século 16.
No Brasil, segundo pesquisadores, o vetor chegou ainda no período colonial. “O
mosquito veio nos navios com os escravos", explica a pesquisadora do
Instituto de Ciências Biomédicas da USP, Margareth Capurro.
De acordo com o
Instituto Oswaldo Cruz, o Aedes aegypti foi descrito cientificamente pela
primeira vez em 1762, quando foi denominado Culex aegypti. O nome definitivo
veio em 1818, após a descrição do gênero Aedes. Em território nacional, desde o
início do século 20, o mosquito já era considerado um problema. À época, no
entanto, a principal preocupação era a transmissão da febre amarela. “Na campanha
contra a febre, o Aedes aegypti foi erradicado do Brasil usando inseticida
químico", lembra a pesquisadora.
Porém, não demorou muito
para o mosquito voltar e se espalhar pelo extenso território brasileiro. Em
meados dos anos de 1980, o Aedes aegypti foi reintroduzido no país, por meio de
espécies que vieram principalmente de Cingapura. Hoje, conforme estudiosos,
falar em erradicação é algo improvável. “O fato de usarmos muitos inseticidas
químicos fez com que sejam selecionados os mosquitos mais resistentes. A
resistência atual desses vetores é muito grande. Justamente por isso, tende-se
a diminuir ao máximo o uso de inseticida químico”, esclarece Capurro.
Segundo o Levantamento
Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) – que se baseia em dados dos meses
de outubro e novembro de 2015 e acumula informações de 1.792 cidades –, um
total de 199 municípios brasileiros estão em situação de risco de surto de
dengue, chikungunya e vírus Zika devido à presença significativa do Aedes
aegypti. A classificação, feita com base em dados reunidos pelo Ministério da
Saúde, leva em conta o fato de que em mais de 4% das casas visitadas nesses
locais foram encontradas larvas do mosquito.
Em situação um pouco
menos crítica – com 1% a 3,9% dos imóveis com foco do mosquito –, o ministério
identificou um total de 665 municípios brasileiros em alerta. Outros 928 foram
considerados com índices satisfatórios – já que nessas localidades menos de 1%
das residências apresentaram larvas do mosquito.
O levantamento
identificou ainda a presença do mosquito Aedes albopictus em 261 municípios.
Esse vetor também pode transmitir a chikungunya e o vírus Zika. "O Zika
acabou se afinando muito bem aos dois tipos de aedes", explica Caio
Freiro, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.
Entre as 18 capitais que
o Ministério da Saúde recebeu informações sobre a presença do Aedes aegypti,
apenas Rio Branco (AC) está em situação de risco. Outras sete são classificadas
como “em alerta” e dez com “índices satisfatórios”.
A cada 12 segundos um caso de dengue é registrado no país.
Região sudeste é a mais atingida pela doença.
Roberto Paiva
São Paulo, SP
A cada 12 segundos um novo caso de dengue é registrado no Brasil e o número de casos notificados da doença já passa de 745 mil. Um aumento de 234% em relação ao mesmo período do ano passado. São 367,8 casos a cada 100 mil habitantes, o que já é considerado índice de epidemia segundo a Organização Mundial de Saúde.
As regiões sudeste (573,3 casos notificados por 100 mil habitantes) e centro-oeste (560,7 por 100 mil habitantes) apresentam a maior incidência de casos. Em seguida vem o nordeste (173,7/100 mil habitantes), o sul (159,8/100 mil habitantes) e o norte (156,6/100 mil habitantes).
Em números absolutos, São Paulo (401.564), Goiás (63.203), Minas Gerais (60.838) e Paraná (40.203) são os estados com mais casos notificados.
Uma esperança para ajudar no combate à dengue é uma vacina que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan em São Paulo. Ela já foi testada em humanos e apresentou eficácia de pelo menos 95% contra os quatro tipos de vírus da doença.
O Instituto Butantan pediu no último dia 10 à Anvisa para antecipar a última fase de testes, quando 17 mil pessoas deverão ser vacinadas.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckminn, disse que as vacinas estão prontas para o teste na população e que só falta a Anvisa autorizar.
A Anvisa informou que deu prioridade ao pedido do Instituto Butantan e que deverá se manifestar em 45 dias. A agência lembra que só depois do último teste é que será possível avaliar a eficácia da vacina contra a dengue.
A Secretaria de Saúde São Paulo tem números diferentes em relação à dengue. Em nota, a secretaria declarou que no estado, neste ano, foram confirmados 212.900 casos.
Ainda segundo a secretaria, mais da metade dos 645 municípios não apresentou quadro de epidemia. A secretaria disse ainda que os números de abril comparados ao mês anterior indicam uma tendência de queda dos casos.
A diferença entre os números da secretaria e do ministério ocorre porque o ministério divulga dados sobre casos notificados e a secretaria apenas os casos confirmados da doença.
DADOS ANALÍTICOS
(postarei em breve)
Comments
Post a Comment