Caminhos que se perderam



Povo de Deus,

Faz já algum tempo que um assunto tem me incomodado sobremodo, mas no qual eu ainda não cheguei a postar qualquer mensagem neste blog.

Quando ouço a expressão "caminho da roça" sinto em meu coração um grande aperto. 

Em parte pela saudade dos meus tempos de criança, quando fui criado na roça, vivendo numa cidadezinha bem pequena na época, mas muito agradável, chamada Abaeté, próxima ao rio São Francisco, próximo à represa de Três Marias, na região do oeste de Minas Gerais.




Eu vivia mais na roça com meu avô paterno do que na cidade com meus pais. 

Até os seis anos de idade eu tive este privilégio de viver numa casa de pau-a-pique, chão de terra batido, coberta de sapé, cercada de bananeiras e grande diversidade de árvores frutíferas, além de plantações de milho, de batata doce, de chuchu, de mandioca... 

Meu avô era daqueles homens do campo que plantam de tudo, cada coisa na época certa, e também criava galinhas, porcos, vacas e usava cavalo de montaria como meio de transporte. 

Era rico? Não, era bem simples, mas havia fartura, havia pesca e caça.




Lembro-me que gostava muito de caçar tatu com meu avô e de ir até o ribeirão pescar com ele.




Mas, aos seis anos de idade, quase completando sete, meu pai resolveu mudar-se para a capital mineira, BH, onde moramos alguns anos no bairro Santo André, na rua Capitólio.

Desde então a roça ficou fora de minha existência.





E durante muitos anos morei em BH, onde estudei, onde fiz cursos técnicos, onde iniciei minha carreira profissional. Em 1984, com 27 anos de idade, algum tempo após a morte de meus avós paternos e de meu pai, a empresa onde eu trabalhava, TELEMIG, me transferiu para o sul de Minas, para Pouso Alegre. Foi quando eu novamente respirei o ar gostoso do interior. Claro que durante minha residência em BH fiz viagens ao interior, mas não morava no interior. Uma coisa é você estar visitando, outra coisa é você morar no lugar.



Na época Pouso Alegre era pacata, sossegada, ruas calçadas com bloquetes, ruas cheias de bicicletas e carroças puxadas por cavalos.  Era o meu sonho de criança realizado. Porém, em poucos anos tornou-se uma mine metrópole, Cresceu assustadoramente, o asfalto tomou conta das ruas, as casas deram lugar a altos edifícios, a criminalidade aumentou, as pessoas já não andavam mais sossegadas e preguiçosas pelas ruas e praças, agora corriam esbaforidas, quando não estavam em seus carros, pois a frota de automóveis parece ter sido centuplicada vertiginosamente.




Foi-se novamente embora meu sonho de morar numa cidade bucólica e pacata.







MAS,






existe um segundo motivo que me faz sentir um aperto no coração quando ouço falar em caminho da roça.

















É que este caminho se perdeu, já não é mais usado, não se sabe mais dele, já não tem a fluência e importância que tinha no passado recente.

A urbanização em massa está arrancando as pessoas da área rural e trazendo todas para morar na cidade. A área rural já não se pode chamar de roça. É apenas área rural, são apenas bairros rurais.

Claro que existem plantações e fazendas de gado na área rural, mas eu estou falando daquela prática comum que existia de se plantar de tudo nas casas que existiam nas pequenas propriedades familiares, nas áreas doadas para moradia aos agregados das fazendas, nos sítios, nas chácaras.

Hoje as pessoas nem sabem como fazer uma plantação, a não ser aquelas culturas específicas  regionais, tipo: aqui se planta batata, ali se planta café, naquela outra região se planta morango, e assim por diante.  São culturas que existem em função de algum investidor, ou algum grande proprietário de terras, que as desenvolvem para a produção e venda.

Jã não existe mais a cultura, o conhecimento de se plantar como uma atividade cotidiana de quem mora no campo.

Grande parte das pessoas que moram nas zonas rurais fazem suas compras de mantimentos, inclusive de verduras e legumes, nos supermercados e feiras da cidade.

Não se planta nem horta mais. Aquele costume que havia de se plantar milho para na colheita reunir a família e os amigos e num mutirão fazer pamonha e curau ficou no esquecimento, não se pratica mais.

Nos sítios as pessoas só se reúnem nos fins de semana, para beber cerveja e fazer churrasco.

A roça, como um lugar agradável onde havia fartura de coisas ali produzidas, onde havia fornos de barro, fogão de lenha... Já não existe mais.  
Pode existir algum ainda, mas não é mais algo comum como era.

As pessoas tinham prazer em tocar na terra, em plantar, em criar animais, em ensinar os filhos a plantar, colher, produzir compotas e doces com as frutas colhidas...  Tudo isto se perdeu.

Infelizmente estamos escravizados pela tecnologia da televisão, da internet, dos jogos de video game e dos jogos online, dos smartphones... 

Estamos perdendo nossa identidade, nossa capacidade de sobreviver comendo o que criamos e plantamos.

Estamos, a cada momento que passa, nos tornando uma espécie em extinção.


Se um dia acontecer de se desligar a internet, desligar os servidores da google, desligar os sinais das torres de tv, 99% da população vai ficar paralisada.

Não saberão o que fazer para viver.

 Não saberão onde buscar informações escolares ou técnicas, não saberão encontrar os versículos da bíblia (que hoje só se usa online)... 

Esposas não saberão cozinhar, pois pesquisavam suas receitas na internet... 

Técnicos não terão onde consultar informações sobre suas atividades. 

E muito mais coisas que se atrelou à internet, como dados de empresas, contas bancárias, etc, etc, etc.

Também haverá muita fome e muita morte por inanição. 

As pessoas não sabem plantar nem uma cebolinha, nem um pé de couve. 

Não sabem preparar algum alimentos para seus animais de estimação (só compram ração industrializada, coisas industrializadas).

Nossas crianças estão crescendo alienadas por um sistema de ensino que enche suas mentes com coisas fúteis, com informações lixo (como é a reprodução nas amebas, nos insetos, teorias científicas e mais teorias científicas, etc, etc.) e não aprendem nada que os possa fazer sobreviver sem a tecnologia que agora existe, mas que pode não existir daqui a um minuto. 

Esta tecnologia que aí está é manipuladora e escravagista. 

É uma forma de monitoramento das pessoas, nada mais. 

Ela vai existir enquanto for necessária aos donos do poder deste mundo.

Quando não mais for necessária será, como tudo o que hoje se produz, descartada, jogada no lixo.

É irracional se pensar numa nação onde não se ensina as pessoas a cultivar a terra, onde não se aprende a plantar uma horta, um pomar... Onde não se sabe nem mesmo como ordenhar uma cabra.

Que chances de sobrevivência estamos dando aos nossos jovens, a população de amanhã?

As pessoas de mais idade ainda sabem fazer muitas coisas, como plantar, construir, higienizar, ainda sabem de trabalhos artesanais, ainda sabem ler e escrever... 

Mas e esta  geração que está hoje nas escolas, nas universidades? Não sabem nada, são um bando de energúmenos. 

Não adianta nem xingá-los, eles não entendem muito de português...
Nem de matemática, nem de história, nem de geografia, nem de nada.

Temos que mudar isto, as novas gerações devem ser ensinadas a pensar, a descobrir as coisas que realmente interessam e não aprender desta tecnologia de manipulação que nos impõem.

A população jovem está sendo doutrinada e manipulada pelos senhores do mundo, no sentido de não saberem nada, de não se interessarem por nada, de nem mesmo crer em Deus.

Sei que não posso mudar este mundo, mas pelo menos não me calo, eu grito que está tudo errado.





Assista este vídeo sobre doutrinação nas escolas:


Missionário Virtual Geraldo de Deus                  2018junho,04 
















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