O Profeta de Deus tem que ir onde estão os pecadores

Mateus 6:6 - Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.

Caríssimos irmãos em Cristo Jesus, nosso mestre eterno e Salvador,

O Senhor tem me incomodado para que eu utilize mais simplicidade em minhas mensagens, para que eu não me faça um mensageiro de difícil compreensão aos que ainda não conhecem bem a Palavra de Deus e mesmo àqueles que nem a conhecem.

O Senhor tem me ordenado não ser um mensageiro que fale como que para sábios no caminho da salvação, ou como que somente a doutores de seu evangelho.

O Senhor me diz que todo profeta ou missionário de Deus tem que ir onde estão os pecadores e os enfraquecidos na fé, ambos carentes de refrigério e renovo. E que nossa missão principal é levar conhecimento básico aos ignorantes de suas boas novas, despertando nestes o germen da fé em Cristo e em sua promessa de ressurreição após a morte. Ou seja, arrancar das garras do inimigo os escravizados, subjugados pela concupiscência da carne e do mundo devido ao seu desconhecimento do caminho estreito que leva à salvação eterna de suas almas. Também, renovar a fé, dar renovo de vida em Cristo, àqueles que por qualquer que seja o motivo tenham se desviado do caminho da salvação. Resgatar as ovelhas perdidas ou desviadas do rebanho do Messias.

O Senhor me mostra numa breve visão seus muitos encontros com pecadores: Em Samaria, junto ao poço, fonte de Jacó, falando com aquela mulher samaritana de caráter duvidoso, a qual não somente creu em suas palavras como também levou aos seus conhecidos a palavra recebida, dando testemunho de que aquele era verdadeiramente um homem de Deus e conclamando-os a conhecerem-no pessoalmente.(João 4).

Quando chamou o publicano Mateus, cobrador de impostos para ser um de seus apóstolos.

Quando foi até o tanque de Betesda, onde um pecador estava ali paralisado numa maca, durante trinta e oito anos para perdoar seus pecados e curá-lo.JOão 5)

Quando foi até onde estava aquele gadareno dominado por uma legião infernal e o libertou colocando a legião de espíritos numa manada de porcos e fez do libertado um missionario de sua doutrina.(Marcos 5)

Quando foi pernoitar na casa de Zaqueu, pecador confesso.(Lucas 19:5).

Principalmente, quando na estrada de Damasco se apresentou em luz para Saulo de Tarso, o perseguidor dos cristãos, transformando-o em missionário abençoado de sua Palavra. Livrando-o de sua cegueira espiritual e lhe dando nova vida, lhe oferecendo a Salvação.(Atos 26)

OU seja,

Deus não faz acepção de pessoas, nós missionários e evangelizadores devemos viver imitando nosso Deus, nosso amado Jesus Cristo.  Temos que ir até onde estão os pecadores e falar com eles de forma simples, direta e objetiva.

Se levamos uma mensagem carregada de textos sagrados, enxertada de palavras difíceis e termos desconhecidos do povo ignaro, cheia de citação de versículos, não vamos conseguir tocar no coração dos símplices. Não vamos ser entendidos por analfabetos, não vamos ser compreendidos por crianças e jovens.

Jesus Cristo usava nas parábolas a simplicidade da comparação de seus ensinamentos à vida cotidiana daquele povo. Ele falava sempre em Pastor, Ovelha, Aprisco, Ladrão, Salteador, Lobos, Leões, Velador, Alqueire, trave, vinhas, figueira, eira... Porque eram palavras utilizadas no dia a dia daquele povo. Eram coisas que eles usavam, viam, conheciam bem.

Devemos citar sempre o texto bíblico a ser pregado (ou no que nos baseamos), mas ao fazermos a ilustração devemos, como Jesus fazia, criar uma imagem de fácil entendimento com coisas e situações atuais. Uma imagem, um quadro onde se veja claramente o querer de Deus, sem necessidade de conhecimentos técnicos ou acadêmicos.

Melhor primar pela simplicidade que pecar pela soberba e vaidade. Sim, pois tudo o que é motivo de confusão não é de Deus.

Quantos e quantos cristãos condenam o fato de a igreja católica, até pouco tempo atrás utilizar o latim em seus livros, folhetos, folhetins e na ministração das missas? “Ninguém entendia nada do que se divulgava”, dirão.

Então, caros irmãos, para muitos que ouvem nossas pregações com palavras e termos empostados, estamos falando latim. Eles ouvem mas não entendem, não são edificados por não traduzirem o que está sendo pregado.

E tem pregadores de nariz alevantado, daqueles que acham que teem o Rei na barriga, que se acham os bam-bam-bans, os doutores da oratória, que ficam entristecidos por suas palavras não serem assimiladas pela congregação. Não entendem que devem baixar a bola, devem descer dos saltos altos, ser mais terra-terra. Não entendem que estão se fazendo ininteligíveis por usarem termos demasiadamente complicados.

Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz à igreja de Cristo!

Deus tem me levado em lugares bem acanhados, igrejas bem modestas. Ali tenho visto como os pastores locais se dirigem aos seus iguais. Falam a mesma língua que os da congregação, sem se colocarem um degrau acima destes. Nestes locais onde assim agem, há confraternização, há confiança da parte dos crentes para com o pastor, presbítero, Diácono, missionários e cooperadores em geral. Não são locais perfeitos, mas alcançam uma comunicação perfeita.

Também tenho tido oportunidades de conhecer igrejas mais suntuosas, maiores, onde alguns dos pastores são teólogos e fazem questão de esbanjar seu conhecimento e sua verborragia técnica que nada acrescenta na edificação do rebanho de Cristo que ali congrega. Claro, para os mais esclarecidos são inteligíveis, mas para os mais simples, principalmente para os visistantes não convertidos, estão falando latim ou grego.

Não estou aqui julgando nem condenando ninguém. Longe de mim tal atitude .

Estou tentando transmitir aos irmãos aquilo que o meu Deus me mostrou em minhas andanças por algumas congregações onde Ele me enviou.

Onde há simplicidade não há confusão. A bíblia é citada e pregada da mesma maneira que nos locais mais luxuosos. A mesma palavra de salvação é ministrada, porém com uma diferença: Onde se usa de simplicidade o povo entende perfeitamente o que Deus quer lhe ensinar. Já nos locais onde a vaidade e a soberba faz os pregadores complicarem sua doutrina, as pessoas mais ignorantes das escrituras saem dali cheias de dúvidas.

Deus nos ensina que devemos lançar a semente para o Espírito Santo fazê-la brotar, crescer e gerar novos frutos. Jesus nos fala pela parábola do semeador, que para a semente crescer e frutificar deve encontrar terra boa. Entretanto, no início Ele diz:”Um semeador saiu a semear...” (Lucas 8:5)

Quando sairmos a semear devemos levar boa semente. Não adianta lançar sementes de maçãs em terras que só  estão aptas para produzir mandiocas. Se você lança uma semente que exige uma terra mais adubada, mais rica em minerais, simplesmente a semente não vai brotar, e se brotar vai logo definhar e morrer.

Então, o erro não será da semente nem da terra onde foi lançada, mas do semeador que não soube lançar a semente certa naquela terra pobre em nutrientes.

Quando sair para semear, levando a semente do evangelho de Cristo, seja sábio. O nutriente da terra será a forma como você ministra a Palavra de Deus. Terra inóspita tem necessidade de mais nutrientes. Terra já adubada vai produzir frutos naturalmente.

Quando pregarmos a Palavra de Deus ou quando estivermos falando desta para um pecador não convertido, vamos nos revestir da simplicidade. Deixemos os termos teológicos empostados para quando estivermos entre outros teólogos.

O Espírito Santo quer sua espada empunhada por homens simples, capacitados e aptos, mas sem soberba ou vaidade.

Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito Santo diz à sua igreja.      

Palavra do Espírito Santo:

Espírito santo e o surdo

No evangelho, o Unigênito exorta muitas vezes “quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz à igreja”. Isso, porque muitos cristãos se fazem surdos e ignoram a voz do Santo Espírito a lhes falar. Essa atitude de ignorar as ordenanças e revelações do Espírito Santo podem ter muitas justificativas, mas Ele não aceita nenhuma. Deus não fala para surdos, mas para escolhidos.

Se você foi escolhido por Deus para ouvir a voz do Espírito Santo e fica ignorando o que Ele diz por medo, timidez, insegurança ou omissão, saiba que você não está sendo digno da confiança que Deus colocou em você.

Depois de algum tempo sendo ignorado pelo cristão que se faz de surdo à sua voz, o Espírito Santo se afasta. Você vai ser um cristão vazio, surdo e limitado à sua própria concupiscência. O Espírito Santo não convive nem habita no coração de quem O ignora ou O rejeita.

Coloque-se nessa situação: Você é convidado a cohabitar com um filho, o qual lhe oferece uma casa limpa, onde somente você e seu filho morarão. Então você aceita o convite, se muda para aquela casa onde vai morar você e seu filho. Você, como pai, vai orientá-lo, vai dar-lhe conselhos, vai lhe dizer o que não deve fazer para não se dar mal, vai lhe dizer o que você quer que ele fale para seus outros filhos... Mas aquele seu filho que o convidou para morar em sua casa ignora o que você fala, se faz de surdo. Faz tudo contrário ao seu comando, não dá os recados aos outros filhos, entra sempre em enrascadas, segue por caminhos confusos, sempre se fazendo surdo às suas palavras de pai zeloso.

Até quando você suportará viver na companhia de um filho assim? Desobediente, arrogante, vaidoso, soberbo, desrespeitoso, egoísta...

Vai chegar a hora em que você irá buscar outro filho para cohabitar com ele.

Assim age o Espírito Santo quando faz morada num coração limpo, mas de um cristão surdo aos seus comandos e ordenanças. Quando menos se espera ele simplesmente se vai, sem nem dizer adeus.

Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz à igreja.

Missionário Virtual Geraldo de Deus             2016 fevereiro,15