ABERTURA DOS SETE SELOS
Apocalipse 6:14 - E o céu retirou-se como um livro que se enrola;
e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares.
Cristãos,
Esta postagem faz parte do nosso estudo sobre o livro de Apocalipse, de João.
A primeira postagem sobre o assunto, Juízo Final, pode ser acessada pelo link:
https://jesuscristoeternomestre.blogspot.com/2019/07/juizo-final.html
Nesta segunda postagem estaremos buscando entender claramente sobre A ABERTURA DOS SETE SELOS.
Devemos ressaltar que as imagens foram propositalmente repetidas para ilustrar bem a diferença entre as duas formas de se interpretar o texto.
Leiam com atenção, pois por mais detalhado que esteja o assunto, merece bastante atenção para ser entendido corretamente.
Boa Leitura,
Os
Sete Selos em Apocalipse
Para muitos, o livro selado com sete selos em
Apocalipse 6, é uma das passagens mais difíceis de interpretar.
Diversas
posições interpretativas surgiram com o propósito de debater o conteúdo do
livro selado com sete selos.
Neste texto, conheceremos as principais interpretações
sobre o próprio livro, bem como, cada um dos seus sete selos.
O livro selado com sete selos
Basicamente existem duas interpretações sobre o
significado do livro em relação ao período que ele descreve. É importante
entender esse princípio antes de discutir a abertura dos selos, pois a
interpretação de cada selo será completamente dependente da posição adotada
acerca do período ao qual os relados desse livro se refere.
Interpretação 1: O livro selado com sete
selos descreve o período da grande tribulação
Nesta interpretação, o livro selado com sete selos,
descreve o período final da presente era, ou seja, a grande tribulação.
Geralmente essa posição é defendida por quem adota a
interpretação futurista do livro do Apocalipse, o que é mais comum dentro da
corrente escatológica conhecida como Pré-Milenismo Dispensacionalista Clássico, que defende a
visão Pré-Tribulacionista do arrebatamento da Igreja.
Hoje, podemos dizer que a maioria dos cristãos segue
essa linha escatológica, principalmente devido ao grande número de livros
best-sellers, e trilogias de filmes já produzidas que defendem essa posição.
Dentro dessa corrente escatológica, a interpretação dos
sete selos é bem simples:
Primeiro
Selo:
o cavalo branco com seu cavaleiro representa o Anticristo que seduzirá as
nações.
Segundo
Selo:
o cavalo vermelho com seu cavaleiro representa as
guerras que ocorrerão nesse período futuro, talvez até
uma grande guerra mundial, culminando na perseguição dos judeus.
Terceiro
Selo:
o cavalo preto com seu cavaleiro representa uma grande fome que assolará a
terra, e quem não tiver a “marca da besta”, ou seja, o controle proposto pelo
Anticristo, não poderá comprar nem vender.
Quarto
Selo:
o cavalo amarelo com seu cavaleiro representa o grande número de mortes que
ocorrerão na grande tribulação pelas mais diversas causas.
Quinto
Selo:
João vê os mártires da grande tribulação, ou seja, os cristãos que morreram
nesse período especifico em decorrência da perseguição imposta pelo Anticristo.
Sexto
Selo:
mostra terríveis desastres naturais como grandes terremotos, eclipses, queda de
estrelas; e muitas pessoas morrerão por causa destas catástrofes.
Interlúdio:
entre o sexto e o sétimo selo João vê judeus que se converterão na grande tribulação
e serão selados, isto é, protegidos por Deus durante esse período, e também os
mártires de todas as nações que morrerão em decorrência da perseguição do Anticristo.
Sétimo
Selo:
se refere à segunda metade da grande tribulação, com os anjos tocando sete
trombetas, que representam mais sete acontecimentos que assolarão o mundo.
Esta é a versão que tem conquistado o mundo.
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LOUVEMOS AO NOSSO DEUS
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Interpretação 2 – O livro selado com sete
selos descreve toda a era da Igreja
Dentro dessa posição, o livro escrito por dentro e por
fora, selado com sete selos, ao qual apenas o Cordeiro é capaz de abrir e
desatar os seus selos, representa toda a História, desde a ascensão de Cristo
ao céu, até o Seu retorno glorioso.
Essa interpretação é a mais histórica dentro do cristianismo, sendo defendida por grandes teólogos
durante a História da Igreja, e geralmente é adotada por Amilenistas,
Pós-Milesnistas e Pré-Milesnistas Históricos.
Nessa posição, a interpretação dos selos será a
seguinte:
Primeiro
Selo
(cap. 6 | vers. 1-2): o cavalo branco com seu cavaleiro representa o próprio Cristo,
que vence com o Evangelho.
Os símbolos no Apocalipse são extremamente importantes,
sendo que a descrição que inclui a cor branca, a coroa, e o aspecto de invencibilidade,
só pode estar se referindo a Cristo.
Sendo assim, o texto de Apocalipse 19:11-16, apresenta
pequenas diferenças em relação aos detalhes do cavaleiro do primeiro selo, e
reforça essa ideia, com uma descrição incontestável de Cristo.
Essa interpretação parece estar mais de acordo com o
tema principal do livro do Apocalipse que é a vitória de Cristo e de Sua
Igreja.
Dentro desta interpretação, alguns enfatizam a própria
figura de Cristo, enquanto outros enfatizam a pregação do Evangelho, já que
Cristo é quem abre os selos e, após ser exaltado, sua primeira ação é prover as
condições para que o Evangelho seja pregado vitorioso em todo o mundo.
Seja como for, existe base escriturística para ambas as
posições, e de uma maneira mais conclusiva, não há como separar o aspecto vitorioso
do Evangelho e do próprio Cristo.
Segundo
Selo
(cap. 6 | vers. 3-4): o cavalo vermelho com seu cavaleiro representa a perseguição
ao povo de Deus durante a História.
A Igreja enfrentou duras perseguições ao longo dos
séculos, desde a época em que o livro do Apocalipse foi escrito, sendo perseguida
pelos judeus e o Império Romano, até nossos dias atuais, como por exemplo, sendo
perseguida fisicamente no Oriente Médio e em vários países fechados ao Evangelho,
e moralmente em diversas partes do mundo.
Terceiro
Selo
(cap. 6 | vers. 5-6): o cavalo preto representa a pobreza, opressão e corrupção,
devido à injustiça.
Esse cavalo parece ser uma consequência do cavalo anterior.
Embora, de forma geral, seja possível perceber um padrão de injustiça e de dificuldades
financeiras agindo pelo mundo todo, muitos intérpretes concordam que esse selo
se aplica especialmente aos cristãos, que, por não se corromperem, são
impedidos de comprar e vender.
Na época em que o Apocalipse foi escrito, os cristãos
que não prestavam culto ao imperador romano tinham seus bens confiscados, além de serem proibidos
de realizar qualquer transação financeira.
Quarto
Selo
(cap. 6 | vers. 7-8): o cavalo amarelo com seu cavaleiro representa a morte e seus
instrumentos, ou seja, a guerra (espada), fome, pestilência e bestas feras.
Esse selo simboliza as desgraças universais que tanto a
Igreja quanto toda a humanidade, devem sofrer.
Quinto
Selo
(cap. 6 | vers. 9-11): nesse selo o cenário da visão é mudado, ao invés da Terra,
João agora passa a ver o céu, claro, de forma simbólica.
Antes, João viu o efeito na Terra do que é causado no
céu, agora, João vê o efeito no céu do que é causado na terra.
João viu um altar, e as almas dos mártires que morreram
pela sua fé como uma espécie de sacrifício.
Cada um desses que foram sacrificados recebem vestes
brancas, simbolizando justiça, pureza, santidade e alegria. Eles esperam
descansando de suas fadigas terrenas, até que o número dos mártires se
complete.
Quando o último mártir for sacrificado, então virá o
Dia do Senhor. É importante entender que essas almas não estão inconscientes,
mas estão lúcidas e pedindo vingança, não pessoal, mas da justiça divina.
Esse clamor do quinto selo é o clamor da Igreja diante
de tantos massacres aos quais já foi e ainda é submetida.
Sexto
Selo
(cap. 6 | 12-17): mostra o Dia da Ira do Cordeiro. É o dia do juízo, e não há
como escapar.
João usa como símbolo desse dia o universo sendo completamente
sacudido, e os homens tentando se esconder, não desse aterrorizante cenário,
mas das mãos do Deus irado.
Note que eles procurarão a morte física, mas nada os
livrará do dano da segunda morte.
Perceba que todas as classes de pessoas terão de comparecer
diante do julgamento de Deus.
Interlúdio
(cap. 7): antes do sétimo selo acontece um interlúdio, onde a mesma cena do capítulo
6 é descrita, porém de outra perspectiva, ou seja, não é uma sequência cronológica
de eventos, mas o mesmo evento visto de outro ângulo.
João vê que tudo está pronto para que o juízo de Deus
seja derramado, porém o que está impedindo que isso aconteça é a selagem dos
eleitos.
Quando todos os eleitos forem selados, (tal qual no capítulo
anterior onde o número de mártires deveria ser completado), Cristo voltará.
O capítulo 6 termina mostrando o grande terror dos
ímpios diante do juízo que terão de enfrentar. Já o capítulo 7 termina
mostrando a grande alegria e a glorificação dos remidos na segunda vinda de
Cristo.
Sétimo
Selo
(cap. 8): inicia a sequência dos sete anjos tocando sete trombetas. Não há
sucessão cronológica, ou seja, não se trata de sete eventos novos.
Aqui, a
mesma cena é mostrada, e a mesma história é contata, porém de uma nova perspectiva.
Lembre-se que o livro do Apocalipse é organizado em
sete seções paralelas e progressivas, e que abrangem desde a primeira até a
segunda vinda de Cristo, ou seja, cada vez que a história é recontada, a
narrativa vai se intensificando, de modo que as cenas vão ficando mais claras.
De forma bem resumida e direta, os selos mostram o sofrimento
da Igreja perseguida pelo mundo, enquanto as trombetas mostram o sofrimento do
mundo em resposta às orações da Igreja.
Note que da mesma forma que os selos são interrompidos
por um interlúdio (cap. 7), as trombetas também são interrompidas por um
interlúdio (caps. 10 e 11).
Resumindo,
O livro do Apocalipse não é um dos livros da Bíblia
mais fáceis de interpretar, o que fica evidente pela variedade de
interpretações diferentes disponíveis.
Isso acaba assuntando um grande número de cristãos. Até
mesmo entre os teólogos mais gabaritados, o livro do Apocalipse é alvo de
intensos debates. Por isso, é preciso muito respeito com quem pensa diferente
de nós.
Acredito que a posição mais coerente biblicamente,
considerando o estilo literário do livro do Apocalipse, é a segunda
interpretação, que defende que o livro selado com sete selos descreve o período
desde a ascensão de Cristo ao céu até a Sua segunda vinda.
Sendo assim, o conteúdo dos capítulos estudados são
visões que tratam da perseguição à Igreja e do juízo de Deus sobre os seus
inimigos.
Particularmente, não vejo qualquer possibilidade de
interpretar o livro do Apocalipse como uma sequência cronológica e futura de
eventos, ou seja, como se um capítulo sucedesse o outro.
Interpretar o Apocalipse dessa forma é ignorar a
organização natural do conteúdo do Apocalipse, e anular complemente o contexto
histórico do livro.
Embora muitas pessoas se esqueçam, o livro do
Apocalipse teve destinatários primários: as sete igrejas da Ásia Menor.
Aqueles irmãos estavam sendo duramente perseguidos, e clamavam
por uma resposta de Deus. Sem condições humanas nenhuma, eles desafiavam o maior
império que esse mundo já viu até então: o Império Romano.
O livro do Apocalipse é a resposta de Deus, tanto à
Igreja do século I, quanto a Igreja de todas as épocas. Aqueles irmãos souberam
que a vitória pertence a Cristo, e que eles, mesmo com tantas provações, eram
mais do que vencedores.
Essa resposta também é atual para nós, e devemos saber
que, juntamente com o Cordeiro, venceremos todas as investidas do mal.
Não faz sentido algum entender que a partir do capítulo
4 do Apocalipse o livro é exclusivo sobre eventos futuros que ocorrerão no fim
dos tempos. Penso que o livro do Apocalipse relata sim, várias vezes, os
eventos futuros que acorrerão, porém abrange todo o período da História da
Igreja, até a segunda vinda de Cristo, o Juízo Final e, por fim, o estado
eterno, com novo céu e nova terra.
Uma dica que dou para quem quer estudar o livro do
Apocalipse é dar atenção especial aos capítulos 4 e 5. Com a visão do trono de
Deus que João descreve, podemos perceber a soberania do nosso Deus que governa
todas as coisas, e que está atento ao que acontece com Sua Igreja, garantindo
de forma incontestável que no final Cristo vença, e com Ele a Sua Igreja também.
Desta forma, entendemos que a História está nas mãos do
Cordeiro, Ele é quem abre os selos, e conforme os selos são abertos no céu,
diretamente a terra é impactada.
Um auxílio para entender o capítulo 6 de Apocalipse é
perceber que ele possui muitos detalhes paralelos ao Sermão Escatológico
de Jesus (Mt 24; Mc 13; Lc 21).
Fonte Daniel Conegero
CONCLUINDO
Portanto, mesmo existindo duas vertentes teológicas acerca de como interpretar a mensagem que Jesus revelou a João e este nos legou anotando-a, concluimos que nem sempre o que se vê em filmes ou o que se lê em livros de grande vendagem é o correto.
E, que todos os acontecimentos, passados, presentes e futuros, estão sob o domínio das mãos poderosas e firmes de nosso redentor e salvador Jesus Cristo.
O cristão que se mantém fiel ao evangelho, às ordenanças e à vontade de nosso Deus, sempre guiado pelo Espírito Santo, nada tem a temer quanto a estes eventos, pois "nenhuma condenação há para quem está em Cristo".
Contudo, ore mais, vigie mais, jejue mais. Consagre-se mais ao nosso Deus, no nome de Jesus Cristo, Yeoshua.
Não há outro caminho, não há outro salvador, não há outro intercessor.
Amém?
Não esqueçamos que este é o segundo bloco do estudo bíblico. Breve estaremos postando o próximo.
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