TEMPOS DE IGNORÂNCIA

Jó 42:6 - Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza.

Povo de Deus,

O Senhor vem nos falar, pela sua misericórdia, vem nos exortar uma vez mais, pois nosso Deus é longânime, não se cansa de mostrar, a nós pecadores, como superar o tempo da ignorância que todos nós vivenciamos.

A ignorância é o não conhecimento, ignorar é não saber, não ter o conhecimento. Tempo de ignorância é aquele em que não temos o correto conhecimento das coisas de Deus.

Ignorância pior é quando a pessoa pensa que conhece Deus, mas não o conhece, essa é a pior ignorância, a mais difícil de ser vencida.

Falo por experiência própria, por ter vivido esse tempo de religiosidade vazia, religiosidade de homens e de falsas doutrinas, que levam muitos a se distanciarem do Deus Vivo. 

Assim como eu, inúmeras são as pessoas que, dominados pela cegueira espiritual da vã religiosidade, perdem muitos anos de suas vidas crendo estar servindo a Deus, mas que na verdade estão sendo usados e manipulados pelo diabo e pelas hostes celestiais do mal.

Deus manda constantemente algum de seus profetas ou missionários, para nos abrir os olhos, para arrancar o véu da ignorância que cobre nossos olhos, nossos ouvidos e nossa mente.

Na verdade, quando Jesus Cristo tem um chamado em nossa vida, ele não desiste em nos despertar dessa ignorância mortal, vai a extremos para nos sacudir e dizer: “Ei, eu estou aqui, eu sou o seu Deus, somente Eu tenho promessa de ressurreição e vida eterna no reino dos céus”! 

Já dei testemunho anterior sobre o caminho de trevas que trilhei quando buscava conhecer o verdadeiro Deus. 

Passei pelo catolicismo idólatra, passei pela umbanda dos encostos e dos despachos nas matas, cachoeiras e nos cemitérios. 

Passei pelo kardecismo  das mesas brancas onde, recitando com os demais participantes a oração de caritas, acreditei que finalmente havia encontrado o lugar ideal para estar servindo a Deus, estar na presença de Deus. 

Minha fé na mesa branca era tão cega que foi preciso o meu eterno mestre Jesus Cristo colocar na boca do chefe dos médiuns da mesa, (durante uma sessão, estando ele incorporando uma entidade que era a entidade chefe do trabalho), a seguinte frase dirigida a mim, “O seu problema é bem complicado, só Deus para resolver”. 
Eu disse, em minha ingenuidade e cegueira espiritual, “ Mas eu vim aqui para encontrar com Deus, para estar na presença de Deus”. Então, ele me respondeu, “Aqui não tem Deus, só espíritos de mortos”.

Imaginem a decepção que se abateu sobre mim, eu frequentava aquele local, aquelas  reuniões a mais de dois anos. Dois anos perdidos num caminho errado. 

Foi algo muito forte, tão forte que deve ter estraçalhado o véu da ignorância que me tolhia. 

Desde então eu recomecei a busca pela real presença de Deus, mas não fui eu que o encontrei, foi Ele que me chamou a si, através de uma missionária, minha ex esposa, ex mãe de santo num terreiro de umbanda. 

Foi essa missionária que Deus enviou a mim, depois de muitos outros a quem não dei ouvidos, que me levou para uma determinada igreja evangélica cristã onde uma mulher grandemente usada por Jesus me inseriu nos caminhos do evangelho e do sobrenatural de Cristo.

Era uma igreja bem acanhada, numa garagem alugada, mas onde o Espírito Santo se fazia presente com toda a glória de nosso Deus. 

E, para sanar qualquer dúvida que houvesse em mim, dois milagres aconteceram quando eu frequentava a igreja dessa valorosa pastora, Georgina,

1 – Jesus me livrou do vício do tabaco.  Eu fumava cerca de quatro maços de cigarro por dia, oitenta cigarros, e por milagre: “agora eu estou  no vício, entro na igreja, assisto o culto, agora já não fumo mais. Nunca mais”.  Foi um milagre que abalou tanto a mim quanto a todos que me conheciam.

2 – Alguns meses depois, quando a igreja já havia se mudado para um galpão espaçoso e contava com muitos membros e obreiros, antes de ser batizado nas águas, fui batizado no Espírito Santo. Foi a coisa mais linda, gostosa e inenarrável que me aconteceu.  Desde então nunca mais quis me apartar do Espírito Santo.

Posteriormente Jesus me levou para a Assembleia de Deus, para a “O Brasil para Cristo” e novamente para a Assembleia de Deus, mas sempre como um atalaia, como um Jeremias, ou seja, sempre como aquele que fala aos pastores e obreiros o que não querem ouvir, sempre o profeta rejeitado por não aceitar nada que vá contra as ordenanças de Cristo. 

Tem sido este o meu trabalho perante meu Jesus Cristo, ser boca de Deus onde todos se calam e se conformam com o erro.  

Aquele que nenhum pastor gosta quando chega para assistir o culto, pois se tiver oportunidade para falar vai dizer exatamente o que o Espírito Santo ordenar, doa a quem doer. 

Sou aquele que não concorda com sincretismos nem com dízimo obrigatório, por aí já podem ter ideia de como sou amado pelos dirigentes das igrejas. 

Aquele que pega um mendigo que chega na igreja e o assenta na frente, perto do altar, que fica ao seu lado e o leva diante do pastor para receber uma oração, aquele que já conseguiu que muitos desses aceitassem a Jesus, enquanto os dirigentes nem gostam que tais “elementos” sejam admitidos no átrio.

Não pensem que é uma escolha minha, é a forma como o Senhor tem me usado. Mas sempre com muita mansidão e humildade.

A cada um Jesus usa da forma como melhor lhe parece.

Como cristão temos que renunciar ao nosso eu e fazer a vontade de nosso Criador e Salvador.

Reportando a Jó, tomamos conhecimento de um homem de boa índole, muito rico, mas temente ao Deus Todo Poderoso.

Jó 1:1 - HAVIA um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal.

Qualidades de Jó:
Homem íntegro
Reto
Temente a Deus
Desviava-se do mal.

O que Deus falou sobre Jó:

Jó 1:8 - E disse o SENHOR a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal.

Deus dá testemunho de que Jó é um homem íntegro, reto, temente a Deus e se desvia do mal, mas acrescenta: “meu servo Jó”.

Todo servo é escolhido pelo amo, então, Jó era um escolhido de Deus. 

Sabemos que a todo escolhido Deus designa uma missão, que a todo escolhido Deus leva ao deserto para o aprendizado eficaz, e que a cada escolhido Deus dó o devido galardão.

Sabemos também que o diabo não se conforma com o amor que Deus nutre pelos seus escolhidos e faz de tudo para os arrastar para a perdição e as trevas eternas.

Com Jó não foi diferente, o diabo tudo fez para o destruir, para que ele negasse ou até mesmo amaldiçoasse ao Deus que servia e temia. 

O diabo lançou sua mão destruidora sobre a vida de Jó, destruindo todo seu patrimônio e riqueza, e também matando seus filhos e filhas. 

Um golpe fulminante e instantâneo, inesperado, na vida daquele servo fiel de Deus.

Então o diabo ficou atento, para ouvir Jó maldizer o Deus que servia, mas o que disse ele?

Jó 1:20 - Então Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou.  
Jó 1:21 - E disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu, e o SENHOR o tomou: bendito seja o nome do SENHOR.

Ele renunciou a tudo e permaneceu em adoração ao Deus Vivo. 

Isto, logicamente, fez o diabo ficar ainda mais possesso, mais furioso.

Jó 2:5 - Porém estende a tua mão, e toca-lhe nos ossos, e na carne, e verás se não blasfema contra ti na tua face!
Jó 2:7 - Então saiu Satanás da presença do SENHOR, e feriu a Jó de úlceras malignas, desde a planta do pé até ao alto da cabeça.

Nova investida do diabo, agora contra a saúde de Jó, contra sua dignidade, onde ele muito enfermo, na verdade desesperadamente enfermo, ainda foi confrontado pelos amigos e pela própria esposa. 

Os amigos o acusavam de estar em pecado, exortando-o a se arrepender de tais pecados ocultos, e a esposa  fez pior, sugeriu que ele amaldiçoasse a Deus e então morresse  se livrando de vida tão cruel e sofrida.

Jó 2:9 - Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre.

Novamente Jó reteve sua fidelidade a Deus,

Jó 2:10 - Porém ele lhe disse: Como fala qualquer doida, falas tu; receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.

Jó passou por terrível deserto, onde sofreu todo tipo de perda, afronta, humilhação e dores. 

Até que se dirigiu a Deus, com quem teve alguns diálogos bem interessantes. 

Quando Deus se manifestou a Jó, tudo mudou em sua sofrida vida.
Onde parecia não haver saída Deus escancarou uma porta de bem aventurança. 
Onde havia dor Deus levou cura, Onde havia desesperança Deus levou consolo, onde havia doença e morte, Deus levou renovo de vida.

Jó 42:1 - ENTÃO respondeu Jó ao SENHOR, dizendo:
Jó 42:2 - Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido.
Jó 42:3 - Quem é este, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso relatei o que não entendia; coisas que para mim eram inescrutáveis, e que eu não entendia.
Jó 42:4 - Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás.
Jó 42:4 - Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás.
Jó 42:5 - Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos.
Jó 42:6 - Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza.

Jó diz ao Senhor “bem sei que tudo podes e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido”.

Eis uma verdade que Jó aprendeu a duras penas, e que nós cristãos muitas vezes não conseguimos entender. 

A primeira coisa que devemos atentar é que mesmo Jó tendo feito muitos holocaustos pelos seus filhos e filhas, não foi isso o bastante para os livrar das mãos do diabo.

Não podemos  deixar aqueles que amamos fora da presença de Deus, temos que coloca-los na estrada estreita, ensinar-lhes o evangelho, plantar o temor de Deus em seus corações, e deixar que caminhem diante de Deus como nós caminhamos. 

Podemos interceder em oração em seu favor, e devemos fazer isso, mas cada alma deve caminhar com suas próprias pernas, levando sua cruz, e seguindo Jesus, renunciando ao seu eu e fazendo a vontade de Deus. A salvação é individual e não coletiva.

O diabo vive em função de arrastar as almas desavisadas para  as trevas e a perdição da segunda morte. 

Devemos estar preparados para o encontro com nosso Jesus Cristo, a qualquer momento, e também devemos orientar aqueles a quem amamos para que estejam prontos, pois não se sabe quando o sopro de vida que há em nós vai se extinguir.

Deus é onipotente, tudo Ele pode realizar, não há força que o detenha ou impeça. 

Lutar contra o Todo Poderoso é perda de tempo, ser rebelde contra Deus é tolice e ignorar Deus é perder a oportunidade de alcançar a salvação eterna, é caminhar para a morte espiritual.

Jó reconhece ainda que falou muita tolice por ignorar as verdadeiras coisas de Deus, se arrependeu e o disse ao Senhor, falou mais, “Eu perguntarei e Tu me ensinarás”.

Isto indica que Jó tornou-se sábio, pois tolo é quem acha que sabe tudo sobre Deus. 

Sábio é aquele que reconhece nada saber, por mais que tenha aprendido, pois tem a convicção que muito mais coisas ainda estão encobertas, e que somente Deus as pode revelar.

Sábio é aquele que está sempre pedindo a Jesus Cristo que lhe revele novidades sobre o reino dos céus. E por mais que aprenda, sabe que muito mais haverá a aprender.

Jó disse ainda, “- Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos.”

 Jó teve a visão de Deus, algo que somente poderemos ter quando estivermos com nossa alma liberta do corpo e no reino dos céus. Coisa sublime.

Vendo Deus Jó se arrependeu de tudo quanto havia feito no seu tempo de ignorância, quando pensava conhecer Deus, mas nada sabia realmente sobre o Criador. 

Devemos, todos nós, termos a dúvida constante e nos questionarmos,
“Será que eu realmente conheço o meu Deus”?

E, em constante oração, clamar ao Senhor para que nos revele sua verdadeira face e seu verdadeiro querer.

E, como Jó, em toda situação, por mais adversa que pareça, nunca deixar de bendizer o nome do nosso Deus, no nome santo e sublime de Jesus Cristo, Yeshua.



CONCLUINDO

Jó 1:22 - Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.

A vida nos traz aflições e provações, mas devemos em tudo continuar a adorar ao nosso Deus, jamais deixar que em nosso coração exista uma nuvem de rancor ou ódio ou mesmo repúdio ao nosso Criador.

Deus é perfeito, nós criaturas somos imperfeitas.

O que somos, somos porque assim Ele nos criou. 

A perfeição é uma meta que somente atingiremos quando na vida eterna ao lado de Jesus.

Aceitemos de Deus as bênçãos, mas também as provações e mesmo alguma maldição que porventura nos seja imposta. Para Deus não há impossível, assim como ele castiga, assim Ele ama e Perdoa.

Amém.

Missionário  Virtual Geraldo de Deus                 2018setembro, 09