Prioridade Zero







João 19:24 - Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela, para ver de quem será. Para que se cumprisse a Escritura que diz: Repartiram entre si as minhas vestes, E sobre a minha vestidura lançaram sortes. Os soldados, pois, fizeram estas coisas.


Amados em Cristo ressuscitado,

Já abordei este assunto anteriormente, mas o Senhor colocou em meu coração uma visão diferente para meditarmos na crucificação de Jesus, conforme consta no evangelho de João.

É sabido que a Palavra de Deus se “renova” a cada dia, não no sentido de mudar, mas de nos mostrar o assunto em pauta com maior profundidade ou com mais detalhes e nuanças.

Imaginemos Jerusalém naqueles dias que antecederam à festa da páscoa, todos os judeus chegando das cidades e aldeias vizinhas, outros ainda chegando da Síria, do Egito, do Líbano, o alvoroço causado por tantos e tantos visitantes; um profeta muito poderoso que se diz o próprio filho do Deus vivo pregando o amor e o perdão; os príncipes dos sacerdotes cuidando em fazer acontecer a festa da páscoa dos judeus, os fariseus e saduceus impondo ao povo israelita seus dogmas e suas tradições religiosas; os rebeldes contrários a Roma (Zelotes) empenhados em subverter a ordem e executar incursões e guerrilhas; o governador Pôncio Pilatos com suas legiões romanas armadas e preparadas para manter a ordem daquele povo a qualquer custo...

Pessoas diferentes, reunidas num mesmo lugar, mas cada grupo com suas prioridades.

E ainda, o Criador, o Senhor dos Exércitos, de seu alto trono, como um maestro, regendo todo aquele coral vivo e confuso.


Se analisarmos como um observador neutro, veremos um burburinho humano onde estão se confrontando forças poderosíssima:
. YHWH executando seu plano de resgate da humanidade, através do sacrifício do Cordeiro de Deus, tendo, como sempre, o mundo batalhando contra a realização de seus propósitos.
. O diabo se misturando entre os discípulos de Jesus Cristo para causar dissenção e traição, humilhação, derrota e vergonha;  e no Sinédrio e no Templo, instigando os falsos religiosos no objetivo de prender e matar o enviado do reino de Deus.
, E todo o povo judeu sendo usado como massa de manobra dos donos do poder ( Os escribas, os fariseus, os maiorais dos sacerdotes, os membros do Sinédrio, Anás, Caifás, Herodes Antipas, etc). Inspirando estes líderes do povo judeu a  criarem falsas acusações e causar a  morte de Jesus:
(Astuto e traiçoeiro, Caifás sabe que, para os judeus, é um assunto delicado afirmar ser o Filho de Deus. Antes, quando Jesus chamou a Deus de Pai, os judeus quiseram matá-lo, afirmando que Jesus estava “fazendo-se igual a Deus”. (João 5:17, 18; 10:31-39).
 Sabendo o que os judeus acham disso, Caifás, astutamente exige de Jesus: “Pelo Deus vivente, eu ponho você sob juramento para que nos diga se você é o Cristo, o Filho de Deus”! (Mateus 26:63),
 Naturalmente, Jesus já admitiu ser o Filho de Deus. (João 3:18; 5:25; 11:4).
Então, se ele não responder agora, isso pode ser interpretado como se estivesse negando que é o Filho de Deus e o Cristo.  Então, ele diz: “Sou; e vocês verão o Filho do Homem sentado à direita de poder e vindo com as nuvens do céu.” — Marcos 14:62.
Sendo dramático, Caifás rasga suas roupas e diz: “Ele blasfemou! Que necessidade temos ainda de testemunhas? Vejam! Agora vocês ouviram a blasfêmia. Qual é a opinião de vocês?” O Sinédrio decreta a sentença injusta: “Ele merece morrer.” — Mateus 26:65, 66.
Então começam a zombar de Jesus e a esmurrá-lo. Outros lhe dão bofetadas e cospem em seu rosto. Depois de lhe cobrirem o rosto e baterem nele, dizem de modo sarcástico: “Profetize! Quem foi que bateu em você?” (Lucas 22:64) Assim, o Filho de Deus é maltratado num julgamento ilegal no meio da noite).
Então, analisando como espectador esta situação, veremos quantos homens diferentes se envolveram em confrontar Deus e matar seu enviado, movidos pelos seus interesses religiosos, aliás, seus mesquinhos interesses religiosos, onde para eles religião significava poder de dominação sobre o povo, luxo e riqueza para eles e seus familiares, rituais e festas religiosas.  

Em tudo isso não se achava “fazer a vontade de Deus”, mas sim impor uma rotina religiosa metódica, vitalícia, lucrativa para os que estavam no poder.

Tudo o que queriam era ficar  livres da ameaça de mudanças na religião, onde agora os ricos e poderosos dominavam e determinavam, mas se continuasse a crescer o evangelho que pregava aquele nazareno, todos os pobres e desvalidos teriam direito a fazer parte da congregação de Deus. 

Para aqueles religiosos nada tinha importância, a não ser manter seu status quo.

No desenrolar das ações, Jesus é entregue a Pilatos, e os líderes judeus exigem insistentemente que Ele seja crucificado e morto.

Pilatos interroga Jesus, não achando nele culpa,

João 19:10 - Disse-lhe, pois, Pilatos: Não me falas a mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e tenho poder para te soltar?
João 19:11 - 
Respondeu Jesus: Nenhum poder terias contra mim, se de cima não te fosse dado; mas aquele que me entregou a ti maior pecado tem.

Nesta passagem, temos o julgamento e condenação daqueles falsos religiosos que rejeitaram o evangelho, rejeitaram o reino de Deus e  optaram pelo poder e riqueza seculares: Condenação – “aquele que me entregou a ti maior pecado tem”.
A quem Jesus se referia? Caifás.

Vamos aprofundar um pouco mais e aprender sobre Caifás, sobre a situação política e religiosa de Jerusalém, e como todos os poderosos interpretavam o poder de Jesus Cristo:

(CAIFÁS

Família e formação

Caifás casou-se com a filha de Anás, outro sumo sacerdote. (João 18:13).
 Essa união provavelmente já estava preestabelecida anos antes do casamento, visto que ambas as famílias queriam se certificar de que estavam fazendo uma boa aliança. Isso significou examinar cuidadosamente genealogias para garantir a pureza de sua linhagem sacerdotal.
Pelo visto, as duas famílias eram ricas e aristocráticas, e provavelmente sua riqueza advinha de grandes propriedades nos arredores de Jerusalém. Anás queria ter certeza de que seu futuro genro seria um aliado político confiável. Parece que tanto Anás quanto Caifás pertenciam à influente seita dos saduceus. — Atos 5:17.

Membro da destacada família sacerdotal, Caifás deve ter recebido uma educação baseada nas Escrituras Hebraicas e na interpretação delas. Seu serviço no templo talvez tenha começado quando ele tinha 20 anos, mas é desconhecida a idade com que ele se tornou sumo sacerdote.

Sumos sacerdotes e principais sacerdotes

No início, o sumo sacerdócio era um cargo hereditário e vitalício, mas os asmoneus o usurparam no segundo século AEC.* Herodes, o Grande, nomeava e destituía os sumos sacerdotes, deixando claro que era ele a verdadeira autoridade. Os governadores romanos da Judéia seguiam uma prática semelhante.

Esses acontecimentos levaram à formação de um grupo que as Escrituras chamam de “principais sacerdotes”. (Mateus 26:3, 4) Além de Caifás, esse grupo incluía ex-sumos sacerdotes, tais como Anás que havia sido deposto, mas continuava com o título. O grupo também incluía familiares imediatos dos sumos sacerdotes, tanto dos em exercício como dos antigos.

Os romanos deixavam a administração diária da Judéia a cargo da aristocracia judaica, incluindo os principais sacerdotes. Isso deu a Roma o controle da província e garantiu a arrecadação de impostos, não sendo necessário enviar muitos soldados para lá. Roma esperava que a hierarquia judaica mantivesse a ordem e defendesse os interesses do império. Os governadores romanos não tinham muita afeição pelos líderes judeus, que, por sua vez, não viam o domínio romano com bons olhos. Mas a cooperação mútua visava os melhores interesses de ambos os grupos, e era para o bem de um governo estável.

Na época de Caifás, o sumo sacerdote era o líder político judeu. Anás foi nomeado para esse cargo por Quirino, governador romano da Síria, em 6 ou 7 EC. Ganância, nepotismo, opressão e violência eram, segundo a tradição rabínica, características das famílias aristocráticas judaicas proeminentes. Certa escritora conclui que, como sumo sacerdote, Anás se certificaria de que seu genro fosse “rapidamente promovido para algum cargo de destaque no templo; afinal, quanto maior o cargo que Caifás ocupasse, mais útil ele seria para Anás”.

Valério Grato, governador da Judéia, destituiu Anás por volta de 15 EC. Outros três, incluindo um dos filhos de Anás, ocuparam o cargo de sumo sacerdote numa rápida sucessão. Caifás se tornou sumo sacerdote por volta de 18 EC. Pôncio Pilatos, que foi nomeado governador da Judéia em 26 EC, manteve o cargo de Caifás durante todo seu mandato de dez anos. Esse período abrangeu a época do ministério de Jesus e o começo da pregação de seus discípulos. Mas Caifás era hostil para com a mensagem cristã.

Medo de Jesus e de Roma

Caifás encarava Jesus como um perigoso agitador. Jesus desafiou a interpretação hierárquica das leis sabáticas e expulsou os mercadores e cambistas do templo, dizendo que haviam feito dele um “covil de salteadores”. (Lucas 19:45, 46) Alguns historiadores acreditam que aquele mercado no templo pertencia à família de Anás, talvez sendo essa outra razão pela qual Caifás tentou silenciar Jesus. Quando os principais sacerdotes enviaram guardas para prendê-lo, eles ficaram tão impressionados com as palavras de Jesus que voltaram de mãos vazias. — João 2:13-17; 5:1-16; 7:14-49.

Analise o que aconteceu quando os líderes judaicos ficaram sabendo que Jesus havia ressuscitado Lázaro. O Evangelho de João conta: “Os principais sacerdotes e os fariseus ajuntaram o Sinédrio e começaram a dizer: ‘Que devemos fazer, visto que este homem realiza muitos sinais? Se o deixarmos assim, todos depositarão fé nele, e virão os romanos e tirarão tanto o nosso lugar como a nossa nação.’” (João 11:47, 48) O Sinédrio encarava Jesus como uma ameaça às autoridades religiosas e à ordem pública, que Pilatos considerava ser de responsabilidade dessas autoridades. Qualquer movimento popular que os romanos talvez encarassem como sedicioso poderia levá-los a intervir na gestão dos judeus — algo que o Sinédrio queria evitar a qualquer custo.

Embora não conseguisse negar que Jesus tinha realizado obras poderosas, Caifás não exerceu fé, tentando manter seu prestígio e autoridade. Como ele poderia admitir a ressurreição de Lázaro? Ele era saduceu e não acreditava na ressurreição! — Atos 23:8.

A maldade de Caifás ficou evidente quando disse a seus co-governantes: “Não deduzis logicamente que é para o vosso proveito que um só homem morra a favor do povo e não que toda a nação seja destruída.” O relato continua: “Isto, porém, não dizia de sua própria iniciativa; mas, porque era sumo sacerdote naquele ano, profetizava que Jesus estava destinado a morrer pela nação, e não só pela nação, mas, a fim de que os filhos de Deus, que se acham espalhados, fossem também por ele ajuntados numa unidade. Portanto, daquele dia em diante deliberaram matá-lo [Jesus].” — João 11:49-53.

Caifás não se deu conta do pleno sentido de suas palavras. Devido ao seu cargo de sumo sacerdote, ele de fato profetizou.* A morte de Jesus seria benéfica, mas não apenas para os judeus. O sacrifício de resgate forneceria os meios para livrar toda a humanidade da servidão ao pecado e à morte.

Conspiração assassina

Os principais sacerdotes e anciãos judeus se reuniram na casa de Caifás para conversar sobre como poderiam apoderar-se de Jesus para matá-lo. O sumo sacerdote provavelmente teve uma participação em estabelecer, junto com Judas Iscariotes, o preço da traição de Jesus. (Mateus 26:3, 4, 14, 15) No entanto, apenas um assassinato não era o suficiente para Caifás alcançar seu maus objetivos. “Os principais sacerdotes deliberaram matar também Lázaro, visto que por causa dele muitos dos judeus . . . depositavam fé em Jesus.” — João 12:10, 11.

Malco, escravo de Caifás, estava na turba enviada para prender Jesus. Como prisioneiro, Jesus foi levado primeiro para Anás, a fim de ser interrogado, e depois para Caifás, que já tinha convocado os anciãos judeus para participar num julgamento noturno ilegítimo. — Mateus 26:57; João 18:10, 13, 19-24.

Caifás não ficou frustrado quando os falsos testemunhos contra Jesus divergiram. O sumo sacerdote sabia o que os conspiradores, incluindo ele próprio, pensavam a respeito de alguém autodenominar-se Messias. Portanto, ele quis saber se Jesus alegava ter esse título. Jesus respondeu que seus acusadores o veriam “sentado à destra de poder e vindo nas nuvens do céu”. Numa demonstração de piedade, “o sumo sacerdote rasgou então a sua roupagem exterior, dizendo: ‘Ele blasfemou! Que necessidade temos ainda de testemunhas”?  O Sinédrio decidiu que Jesus merecia a morte. — Mateus (26:64-66).

As execuções tinham de ser aprovadas pelos romanos. Como intermediário entre eles e os judeus, foi provavelmente Caifás quem levou o caso para Pilatos. Quando Pilatos tentou livrar Jesus, Caifás talvez estivesse entre os principais sacerdotes que gritaram: “Para a estaca com ele! Para a estaca com ele!” (João 19:4-6) Foi também provavelmente ele quem instigou a multidão a clamar pedindo a libertação de um assassino, e não a de Jesus. Talvez ele estivesse entre os principais sacerdotes que clamaram hipocritamente: “Não temos rei senão César.” — (João 19:15; Marcos 15:7-11).

Caifás negou as evidências da ressurreição de Jesus e se opôs a Pedro e a João, depois a Estêvão. Caifás também autorizou Saulo a prender qualquer cristão que encontrasse em Damasco. (Mateus 28:11-13; Atos 4:1-17; 6:8-7:60; 9:1, 2).
Por volta de 36 EC, no entanto, Caifás foi destituído por Vitélio, o legado romano na Síria.

Escritos judaicos mostram a família de Caifás situação desfavorável. Por exemplo, o Talmude Babilônico lamenta: “Ai de mim por causa da casa de Hanin [Anás], ai de mim por causa dos rumores” ou “calúnias”. Acredita-se que essa queixa se refira a “reuniões secretas para planejar medidas opressivas contra Jesus”).

Depois desse banho de informação, entendemos mais a fundo que existiam interesses envolvidos na perseguição e morte de Jesus muito além daqueles que possam se chamar de políticos ou religiosos. 
Havia uma perseguição sagaz e incansável de Caifás contra nosso amado e eterno mestre Jesus Cristo. 
Esse Sumo Sacerdote conspirava contra Jesus muito além dos interesses de sua nação ou do império, ele urdia matar Jesus por mesquinharia, inveja e temor do Messias.
Em sua cegueira espiritual ficou diante de Deus e o esbofeteou, o humilhou, o rejeitou e o condenou a ser crucificado e morto.

Interesses e prioridades do homem sendo colocados como embaraço à vontade de Deus, como rebeldia contra o evangelho do reino dos céus.

Vamos avançar mais um pouco na narrativa bíblica:
Pilatos tentou libertar Jesus, diante dos judeus que o condenavam, aquele grupo de ativistas comandados por Caifás.

João 19:14 -  E era a preparação da páscoa, e quase à hora sexta; e disse aos judeus: Eis aqui o vosso Rei. - (Pilatos disse).
João 19:15 -  Mas eles bradaram: Tira, tira, crucifica-o. Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso Rei? Responderam os principais dos sacerdotes: Não temos rei, senão César.

(Observem a blasfêmia que os líderes religiosos dizem a Pilatos, rejeitando Jesus Cristo e se aliando ao mundo pagão: Responderam os principais dos sacerdotes: Não temos rei, senão César).
E Insistiam aos gritos: Crucifica-o! Crucifica-o!


Agora acontece a efetiva participação de mais uma personagem, um governante estrangeiro em Jerusalém, o qual representava César, e tinha poder de prender e soltar, de matar e libertar. 
Ele não conhecia o Messias, não se importava com a religião dos judeus, não queria se envolver nos problemas religiosos daquele povo.
Seu interesse era manter a ordem, custe o que custar.
Se para manter esta ordem era necessário matar um inocente, então que assim fosse.
Após insistentes pedidos dos judeus, mandou que castigassem Jesus com a chibata e depois o crucificassem, mas lavou suas mãos para a situação. 

Ele não conhecia Yhwh, nem Yoshua, apenas cumpria seu dever de romano.

João 19:16 - Então, consequentemente entregou-lho, para que fosse crucificado. E tomaram a Jesus, e o levaram.
João 19:17 - E, levando ele às costas a sua cruz, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se chama Gólgota,
João 19:18 - Onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio.

Esta etapa na qual Jesus, ferido, banhado em seu próprio sangue arrancado a poder de chibata, já quase sem forças em seu corpo humano, é muito dolorosa e humilhante. E ainda tinha que suportar o peso da pesada cruz que fora preparada para Barrabás, de grande estatura. 
Quando chegamos neste ponto da narrativa bíblica, não conseguimos ser meros espectadores, a dor da agonia de Jesus toca no fundo de nossa alma, e choramos, choramos todas as vezes em que revivemos estes fatos tão vergonhosos para a humanidade notoriamente cruel. 
Onde os interesses particulares de algum poderoso num alto cargo de comando, seja no governo secular ou religioso, persegue, tortura e mata um inocente, humilhando-o de todas as formas possíveis.

Não tem como prosseguirmos nesta meditação sem assinalar que tal conduta aconteceu em várias épocas e lugares, onde algum inocente que pregava o evangelho de Jesus Cristo foi também perseguido, torturado e morto de forma cruel e sanguinária. 
Concluamos dizendo que até hoje, neste nosso século XXI tão tosco e insano, tal fato se repete com muita constância. 
O tempo vai passando, mas a humanidade não muda, os ímpios continuam conspirando contra a vontade de Deus e também contra o reino dos céus.


João 19:25 - E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria mulher de Clopas, e Maria Madalena.
João 19:26 - Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho.
João 19:27 -  Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.


Relata-nos então a Palavra, que a mãe de Jesus a tudo assistia, aos pés da cruz, estando acompanhada de uma sua irmã, de Maria Madalena e do apóstolo João.
Jesus, naquele estado terminal, sobre a cruz onde seus membros foram pregados com cravos, com o rosto, barba e olhos cobertos de sangue - (também pela coroa de espinhos fincada em sua cabeça) -, teve o cuidado de ordenar a João que cuidasse de sua mãe, agora que ele partiria deste mundo. Disse-o de forma divina: Para sua mãe disse: Mulher, eis aí o teu filho. E para João disse: Eis aí a tua mãe. Comprovamos seu cuidado e seu zelo para com os seus até mesmo num instante daqueles, quando Ele mal mantinha a consciência, quando já nem conseguia mais respirar. Admirável.
Jesus Cristo exala, em todos os momentos, amor. Inexplicável amor.
A prioridade de Jesus é sempre cuidar daqueles a quem o amam e a quem Ele ama.

Aleluia.


João 19:28 -  Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede.
João 19:29 -  Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre uma esponja, e, pondo-a num hissopo, lha chegaram à boca.
João 19:30 -  E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.

A missão de resgate havia terminado sua parte mais dolorosa, na qual o cordeiro fora imolado, na qual o sangue inocente banhara o solo de Jerusalém e  a cruz do madeiro.

Jesus Cristo, aos olhos do mundo havia perdido a batalha. 
Havia falhado, pois fora aprisionado, surrado, torturado, humilhado, crucificado e morto.
Para os inimigos de Deus e do evangelho de Cristo, evidentemente, parecia ter sido uma derrota fragorosa imposta a Deus e ao seu enviado, seu Filho Unigênito.

As forças do mal exultaram.

A ameaça da chegada do reino de Deus e a mudança nas regras do jogo da religião e da dominação ao povo havia sido eliminada.

Aquele agitador Nazareno havia sido morto. Parecia ser o fim de toda campanha do Todo Poderoso contra seu povo escolhido, onde o Senhor intentava trazer novidades de vida e da maneira de se viver.

O diabo e seus comparsas pareciam ter vencido a batalha final.

O Próprio Filho de Deus havia sido aniquilado, e parecia que Deus nada fizera para o ajudar. 
Parecia tê-lo abandonado à sua própria derrocada.

Haviam ouvido-o clamar, em dado momento, em agonia e dor sobre a cruz:
“Pai, porque me desamparastes”.

Porém, quando Jesus entregou seu espírito, ficando ali na cruz apenas seu corpo humano destruído pelos homens, coisas inacreditáveis aconteceram:

E desde a hora sexta houve trevas sobre toda a terra, até à hora nona.
E perto da hora nona exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
E alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, diziam: Este chama por Elias,
E logo um deles, correndo, tomou uma esponja, e embebeu-a em vinagre, e, pondo-a numa cana, dava-lhe de beber.
Os outros, porém, diziam: Deixa, vejamos se Elias vem livrá-lo.
E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito.
E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras;
E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados;
E, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos.
E o centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto, e as coisas que haviam sucedido, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era o Filho de Deus. (
Mateus 27:45-54).


Então, de repente o temor de Deus abateu-se com muito mais força sobre os homens. 
Tudo sinalizava que Deus não entregara seu Filho Unigênito para morrer crucificado em vão.

Temos, então a conclusão de que podem haver muitos interesses e prioridades, e muitas forças contrárias agindo, contra os desígnios do Todo Poderoso YHWH, mas que sua vontade será sempre a prioridade zero. Deus esteve, está e estará sempre no controle de tudo.

Aleluia.

Em seguida, Em João 19, do verso 31 ao 42, é relatado como e onde Jesus foi sepultado, e por quem foi sepultado seu corpo.

João 19:31 - Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados.
João 19:32 - Foram, pois, os soldados, e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro, e ao outro que como ele fora crucificado;
João 19:33 - Mas, vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas.
João 19:34 - Contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.
João 19:35 - E aquele que o viu testificou, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que é verdade o que diz, para que também vós o creiais.
João 19:36 - Porque isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: Nenhum dos seus ossos será quebrado.
João 19:37 - E outra vez diz a Escritura: Verão aquele que traspassaram.
João 19:38 - Depois disto, José de Arimatéia (o que era discípulo de Jesus, mas oculto, por medo dos judeus) rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus. E Pilatos lho permitiu. Então foi e tirou o corpo de Jesus.
João 19:39 - E foi também Nicodemos (aquele que anteriormente se dirigira de noite a Jesus), levando quase cem arráteis de um composto de mirra e aloés.
João 19:40 - Tomaram, pois, o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com as especiarias, como os judeus costumam fazer, na preparação para o sepulcro.
João 19:41 - E havia um horto naquele lugar onde fora crucificado, e no horto um sepulcro novo, em que ainda ninguém havia sido posto.
João 19:42 - Ali, pois (por causa da preparação dos judeus, e por estar perto aquele sepulcro), puseram a Jesus.

Voltando a analisar as prioridades e interesses envolvidos nestes acontecimentos, notamos que as profecias das escrituras se cumpriram conforme Deus havia determinado, com todos os detalhes descritos pelos profetas que viveram mais de quinhentos anos antes do ocorrido.
Novamente comprovamos que a vontade de Deus e seus desígnios são prioridade zero, nada se coloca diante do que Ele planeja e determina.
Deus no controle, a todo tempo, em todos os tempos e lugares.
Notamos também que dois homens medrosos se encheram de coragem naquele momento onde Deus os chamou a fazer sua parte, cuidar do enterro do corpo de Jesus Cristo: José de Arimatéia e o sacerdote do sinédrio, Nicodemos. Deus tocou em seus corações e eles colocaram como prioridade fazer a vontade do Todo Poderoso.



CONCLUINDO

João 19:42 - Ali, pois (por causa da preparação dos judeus, e por estar perto aquele sepulcro), puseram a Jesus.


Primeiro, quero deixar bem claro que ao meditarmos na Palavra de Deus, esta age em nós, maravilhosamente, pois quando estamos estudando o evangelho de Cristo, em espírito de oração, o Espírito Santo se aproxima de nós e nos faz companhia. 
A simples presença do Espírito Santo cria em nosso derredor uma áura de paz e virtude, de poder, de renovo de fé...

Conclui-se daí que nunca se perde tempo ao ler o evangelho de Cristo e nele meditar, estando focado no trono da glória de nosso Deus.
Toda a trama terrível que estudamos acima, onde tantos interesses mesquinhos agiram, em sintonia com o maligno dominador deste mundo e inimigo de Deus e da humanidade, nos mostra que o mundo não mudou muito do que era antes e como é agora, depois do advento da magnífica vinda de Cristo a este mundo para resgatar a humanidade da perdição.
O mundo continua rebelde contra Deus, contra os escolhidos de Deus, contra os seguidores de Cristo, contra Jesus Cristo, contra o Espírito Santo, e conspirando junto ao diabo e suas hostes demoníacas em prol do caos e da perdição das almas.
Contudo, por mais que pareça estar o nosso Deus perdendo esta guerra, assim como aconteceu na crucificação e morte de Cristo, também agora e sempre Deus está no controle. Deus tem suas ações acontecendo muito adiante das estratégias do mal. Onde o mal chega pensando estar adiantado, Deus o surpreende com sua previdência e onisciência únicas.
Deus impactou as forças do mal quando Jesus Ressuscitou, quando logo em seguida Jesus foi arrebatado num corpo glorioso ao reino dos céus, onde vive e reina. De onde voltará para o arrebatamento.
Essa volta de Jesus será tão impactante para o mundo e os aliados do diabo, bem como para a própria serpente ancestral, quanto o foi tal ocorrido, ou até mais, pois Deus planeja e permite profecias anunciando seus planos divinos, mas não fornece datas. O diabo será surpreendido quando menos esperar, quando se sentir estar dominando será quando cairá, definitivamente, eternamente.
Deus no controle, sempre.
Quero encerrar esta postagem frisando que como pano de fundo de todos estes acontecimentos narrados acima, estava a preparação para a comemoração da festa da páscoa dos judeus em Jerusalém.
Tiveram pressa para capturar Jesus, condená-lo, crucifica-lo, liberar seu corpo morto na cruz, enterrá-lo... por causa da festa que aconteceria no domingo seguinte.
Naquele cenário, naquele momento histórico, a festa da páscoa (que comemora- va a saída dos israelitas do Egito, após a morte dos primogênitos do povo de Faraó, acontecida mediante a interferência e poder de Deus, de YHWH, por misericórdia para com seu povo escolhido), se afigurava como mais importante do que a presença do Deus vivo que eles rejeitavam e matariam.

Comemoravam a antiga páscoa  enquanto Deus estava lhes fornecendo o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo, o verdadeiro e eterno Cordeiro Pascal, o holocausto da nova aliança, da chegada do tempo da graça, a qual ignoraram.

Eis a situação: Davam mais importância em festejar, se divertir, do que adorar e ter reverência ao Todo Poderoso.

Atualmente, como no passado, cristãos e igrejas cristãs estão incorrendo no mesmo erro de prioridade equivocada: Valorizam as festas, os movimentos... E não dão valor em adorar a Jesus, em ler a bíblia, em pregar o evangelho com simplicidade, em ter reverência e temor a Deus.

Vivem em função de festas e movimentos e campanhas, que fazem muito alvoroço, muito barulho, mas que não convertem ninguém, que não salvam almas para Deus, que não edificam a igreja de Cristo.

A festa da páscoa dos judeus em Jerusalém parecia ser uma forma de agradar a Deus... Mas como agradar a Deus matando seu Filho Unigênito?

Adianta festejar, seguir rituais, seguir tradições e não "ser um" com a Trindade de Deus?

Deus busca verdadeiros adoradores, que o adorem em Espírito e em Verdade, e aqueles que tomam sua cruz, renunciam ao seu EU e fazem a vontade de Deus, cheios do Espírito Santo, no nome de Jesus.

A prioridade Zero do cristão é ser obediente a Jesus Cristo, minuciosamente, meticulosamente.

Fortaleça-se no Senhor, Leia a bíbia, medite no evangelho de Cristo, esteja em oração e consagração, tu e tua casa.  

Esteja pronto, JESUS ESTÁ VOLTANDO.

Amém.


Missionário Virtual Geraldo de Deus                  2018agosto,08

   




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