LIVROS APÓCRIFOS 2
2 Tessalonicenses
2 : 8E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda;
Irmãos em Cristo,
Dando continuidade ao assunto LIVROS APÓCRIFOS, exponho abaixo diversas compilações de doutores da igreja cristã primitiva,
anteriores aos concílios, os quais discutem o assunto, notadamente em relação
aos que foram incorporados à bíblia pela igreja católica romana.
Vale como fonte de conhecimento e de
meditação.
Por curiosidade, relaciono também
quem são os falados Pais da Igreja, para
ilustração do assunto.
São
eles os responsáveis pelo início da formação da igreja, que foi se
transformando até chegar à situação atual, onde está havendo o despertamento
dos crentes que já não aceitam tudo o que lhes é empurrado garganta abaixo, mas
que questionam os dogmas e os rituais.
Leiam, meditem e pesquisem a
respeito.
(DEFINIÇÃO DE IGREJA:
Observamos uma mudança de
conceito de igreja nas epístolas de Paulo,
indo desde o significado elementar de assembleia ou reunião, evoluindo para o
de comunidade ou grupo, de forma concreta, até chegar ao sentido teológico de
que Cristo é a cabeça do corpo que é a da Igreja (Epístola aos Colossenses (1:18-24).)
SOBRE
OS LIVROS APÓCRIFOS:
Os Pais da Igreja cristã
primitiva:
São chamados de “pais
apostólicos” os homens que tiveram contato direto com os apóstolos ou, então,
foram citados por alguns deles.
Clemente de Roma (30-100)
Alguns pais, como Orígenes, Eusébio de
Cesaréia, Jerônimo, Irineu de Lião, entre outros, aceitaram como verdadeira a
identificação de Clemente de Roma como colaborador do apóstolo Paulo.
Inácio de Antioquia (ignorado-117)
Segundo Eusébio, após a morte de
Evódio, que teria sido o primeiro bispo de Antioquia, Inácio fora nomeado o
segundo bispo dessa influente cidade.
Policarpo (69-159)
Segundo Tertuliano, Policarpo teria
sido ordenado bispo pelas mãos do próprio apóstolo João.
Foi discípulo do apóstolo João, amigo
e mestre de Irineu, tendo ainda conhecido Inácio, sendo consagrado bispo da
igreja de Esmirna.
Justino, o mártir (100-170)
Depois de peregrinar pelas mais
diversas escolas filosóficas (peripatética, estóica e pitagórica) em busca da
verdade para a solução do problema da vida, abandonou o platonismo, último
estágio de sua peregrinação filosófica. O amor à verdade fez que ele
rejeitasse, pouco a pouco, os sistemas filosóficos pagãos e se convertesse ao
cristianismo. Em sua época, foi o mais ilustre defensor das verdades cristãs contra
os preconceitos pagãos. Aos 70 anos de idade foi açoitado e, depois,
decapitado.
Irineu (130-200)
Nascido em Esmirna, na Ásia Menor
(Turquia)
Enquanto Justino era primariamente um
apologista, Irineu contribuiu na refutação contra as heresias e na exposição do
cristianismo apostólico. Sua maior obra foi desenvolvida no campo da literatura
polêmica contra o gnosticismo.
Tertuliano de Cartago (150-230)
Nasceu em Cartago (cidade ao nordeste
da África), profissão advogado. Aos 40 anos, se converteu ao cristianismo,
dedicando seus conhecimentos e habilidades jurídicas ao esclarecimento da fé
cristã ortodoxa contra os pagãos e os hereges. Foi o pai das doutrinas
ortodoxas da Trindade e da pessoa de Jesus Cristo. Suas doutrinas a respeito da
Trindade e da pessoa de Cristo foram forjadas no calor da controvérsia com
Práxeas que, segundo Tertuliano, “sustenta que existe um só Senhor, o
Todo-Poderoso criador do mundo, apenas para poder elaborar uma heresia com a
doutrina da unidade”.
Orígenes (185-254)
O bispo de Alexandria passou a
Orígenes a direção da Escola Catequética, sendo então sucessor de Clemente.
Estudou na escola neoplatônica de “Ammonios”. Viajou a Roma, em 212, onde ouviu
ao sábio cristão Hipólito. Em 215, organizou em Alexandria uma escola superior
de Exegese Bíblica. Devido ao seu vasto conhecimento, viajava muito e
ministrava ao público nas igrejas.
A palavra cânon vem do assírio “Qânu”.
É usada 61 vezes no Antigo Testamento, sempre em seu sentido literal, que
significa “cana”, “balança”. O primeiro a usar esse termo foi Orígenes, para se
referir à coleção de livros sagrados, que eram ou serviam de regra e fé para o
ensino cristão.
Cipriano (200-258)
Tharsius Caecilius Cyprianus. Converteu-se em 246 d.C. e, três anos depois, foi
nomeado bispo de Cartago, no norte da África. morreu decapitado em 14 de
setembro de 258 d.C, durante a perseguição do imperador Valeriano.
Eusébio de Cesáreia (265-339)
“A ortodoxia era apenas uma das várias formas de cristianismo, durante o século
III, e pode só ter se tornado dominante no tempo de Eusébio” (JOHNSON, 2001:
69).
Jerônimo (325-378)
Nascido em Veneza, extremo norte do Mar Adriático, na Itália, Jerônimo passou a
maior parte da sua juventude em Roma, estudando línguas e filosofia. Apesar de
a história não relatar pormenores de sua conversão, sabe-se, porém, que ele foi
batizado quando tinha entre 19 e 20 anos. Depois disso, ele embarcou em uma peregrinação
pelo Império que levou vinte anos. Erudito das Escrituras e tradutor da Bíblia
para o latim. Sua tradução, conhecida como a Vulgata, ou Bíblia do Povo.
Crisóstomo (344-407)
Criado em Antioquia, chamado a Constantinopla, onde se tornou patriarca (ou
arcebispo). Como os outros apologistas, harmonizou o ensinamento cristão com a
erudição grega, dando novos significados
cristãos aos antigos termos filosóficos,
como a caridade.
Por defender a pobreza extrema, acabou sendo banido e morreu no exílio.
Agostinho (354-430)
Aurélio Agostinho nasceu no ano de 354, na cidade de Tagaste de Numídia,
província romana ao norte da África, atual região da Argélia
Inspirado no tratado filosófico
denominado “Hortensius”, de Cícero, converteu-se em ardoroso pesquisador da
Influenciado pelos estóicos, por Platão e pelo neoplatonismo, também estava
entre os adeptos do ceticismo. Em Milão, porém, conheceu Ambrósio, que o
converteu ao cristianismo. E formulou uma filosofia teológica da história.
ALGUNS DOUTORES DA IGREJA ANTIGA
O que nos deixaram escrito sobre livros apócrifos e sobre os
canônicos:
Gregório Nazianzeno (329 – 389 d.C)
“Receba o número e nome
dos livros sagrados. Primeiro os doze livros históricos em ordem: primeiro é
Gênesis, então Êxodo, Levítico, Números e o testamento da lei repetido de novo;
Josué, Juízes e Rute a moabita seguem estes; depois disto os famosos feitos dos
Reis possuem o nono e décimo lugar; as Crônicas veem no décimo primeiro lugar e
Esdras é o último. Há também cinco livros proféticos, primeiro dos quais é Jó,
o próximo é o do Rei Davi, e três de Salomão, a saber, Eclesiastes, Provérbios
e seu Cântico. Depois deste vem cinco livros dos santos profetas, dos quais
doze estão contidos em um volume: Oseias... Malaquias, estes estão no primeiro
livro; o segundo contém Isaías. Depois destes está Jeremias, chamado do ventre
de sua mãe, então Ezequiel, força do Senhor e Daniel por último. Estes vinte e dois livros do Velho Testamentosão contados de acordo com as vinte e duas letras dos
judeus... Que sua mente não seja
enganada sobre livros estranhos, pois várias falsas atribuições estão
circulando, mas você deve manter este número legítimo de mim, querido leitor.” (Carmina
Dogmática, Livro I, Seção I, Carmen XII. PG 37:471-474)
“Além disto, é mais importante que você saiba
disto também: nem tudo que se oferece como venerável Escritura deve ser
considerado certo. Pois há aqueles escritos por falsos homens – como é algumas
vezes feito. A respeito dos livros, há vários que são intermediários e próximos da
doutrina da verdade, por assim dizer, mas há outros contudo, que são espúrios e
extremamente perigosos, como selos falsos e moedas espúrias, que de fato
possuem a inscrição do rei, mas que são falsificações, e feitos de material
básico. Com relação a isto, então, eu devo enumerar para você os livros
individuais inspirados pelo Espírito Santo e para que você saiba claramente, eu
irei começar com os livros do Velho Testamento. O Pentateuco contém Gênesis,
então Êxodo, Levítico, que é o livro do meio, depois disto Números e finalmente
Deuteronômio. A estes adicione Josué e Juízes, depois destes Rute e os quatro
livros de Reis, Paralipomenon
(Crônicas) igual a um livro, seguindo estes o primeiro e segundo de
Esdras. Depois eu te lembro de cinco livros: o livro de Jó, coroado pela luta
contra várias calamidades, também do livro de Salmos, o remédio musical da
alma, os três livros da Sabedorias de Salomão, Provérbios, Eclesiastes e o
Cântico dos Cânticos. Eu adiciono a estes os doze profetas, primeiro Oseias,
então Amós, depois Miqueias, Joel, Abdias, Jonas, o tipo dos três dias da
Paixão, depois destes não, Habacuque então o nono Sofonias, Ageu, Zacarias e o
anjo com dois nomes, Malaquias. Depois destes, conheça os outros profetas,
chegando a quatro: o grande e destemido Isaías, Jeremias, inclinado à
misericórdia, o místico Ezequiel e Daniel, mais sábio nos acontecimentos das
Últimas Coisas, e alguns adicionam Ester a estes. Tenho alistado vinte e dois livros, de acordo
com as vinte e duas letras hebraicas. Se há qualquer um além destes, não são
genuínos” (Carta a Seleuco. ap. Gregório de Nazianzo, Carminum II.vii, PG
37.1593-1595)
Rufino de Aquileia
(340 – 410 d.C)
“Estes são os que os Pais incluíram dentro do
cânon, pelos quais as afirmações da nossa fé são firmadas; contudo, convém
saber que há outros livros que não são canônicos, mas chamados, por nossos
maiores, de eclesiásticos, como a Sabedoria de Salomão e a outra Sabedoria
que se diz do filho de Siraque; da mesma ordem é o livro de Tobias e Judite e
os Macabeus, que no máximo são lidos na igreja, mas não são tidos como autoridade por
onde se possa firmar coisas da fé” (NPNF2 3:558; Rufino, sive
Cyp. in Explic. Symboli).
“E então parece apropriado neste lugar
enumerar, como nós temos aprendido da tradição dos Pais, os livros do Novo e do
Velho Testamento, que de acordo com a tradição de nossos pais, se acredita
serem inspirados pelo Espírito Santo, sendo transmitido para as igrejas de
Cristo. Do Velho Testamento, então, antes de tudo foram transmitidos cinco
livros de Moisés, Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio; então Josué
Nave, (Josué filho de Num), o Livro dos Juízes junto com Rute; então quatro
livros dos Reis (Reinos), que os hebreus reconhecem como dois; o livro das
Omissões, que é intitulado o Livro dos Dias (Crônicas) e dois livros de Esdras
(Esdras e Neemias), que os hebreus reconhecem como um, e Ester; dos Profetas,
Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel; além do mais dos doze Profetas menores, um
livro; Jó e também os Salmos de Davi, cada um um livro. Salomão deu três livros
às igrejas, Provérbios, Eclesiastes, Cânticos. Estes compõe os livros do Velho Testamento.
Mas deve-se saber que há também outros livros que nossos pais chamam não de 'Canônicos', mas
de 'Eclesiásticos': a saber, Sabedoria, chamada Sabedoria de Salomão, e
outra Sabedoria, chamada de Sabedoria do Filho de Siraque, o último
sendo chamado pelos latinos com o título geral de Eclesiástico, designando não
o autor do livro, mas o caráter da obra. À mesma classe pertence o Livro de Tobias, o
Livro de Judite e os Livros dos Macabeus. No Novo Testamento o pequeno
livro chamado de Pastor de Hermas (e aquele) que é chamado Os Dois Caminhos, ou
o Julgamento de Pedro;todos os quais podem ser lidos nas igrejas, mas não recorridos para a
confirmação de doutrina. Os outros escritos eles chamam 'Apócrifos'.
Estes eles não podem ler nas igrejas. Estes são tradições que os pais nos
transmitiram, as quais, como eu disse, eu achei oportuno estabelecer neste
lugar, para a instrução daqueles que estão sendo ensinados nos primeiros
elementos da Igreja e da Fé, para que eles saibam de quais fontes da Palavra de
Deus suas aspirações devem ser tomadas”(NPNF2, Vol. 3, Rufino,
Comentário ao Credo dos Apóstolos 36)
Militão de Sardes
(†177)
“E nos Extratos por ele
escritos, o mesmo Militão, ao começar, faz no prólogo um catálogo dos escritos
admitidos do Antigo Testamento, catálogo que é necessário enumerar aqui.
Escreve assim: ‘Militão a seu irmão Onésimo: Saúde. Visto que muitas vezes,
valendo-te de teu zelo pela doutrina, tens pedido para ti extratos da lei e dos
profetas, sobre o Salvador e toda a nossa fé; mais ainda, já que quiseste saber
dos livros antigos com toda exatidão quantos são em número e qual é sua ordem,
pus minha diligência em fazê-lo, sabendo de teu ardor pela fé e teu afã de
saber sobre a doutrina, já que em tua luta pela salvação eterna e em tua ânsia
por Deus, preferes isto mais do que tudo. Assim pois, tendo subido ao
Oriente e chegado até o lugar em que se proclamou e se realizou, informei-me
com exatidão dos livros do Antigo Testamento. Ordenei-os e envio-os a ti. Seus
nomes são:cinco
de Moisés: Gênesis, Êxodo, Números, Levítico, Deuteronômio; Jesus de Navé,
Juízes, Rute; quatro dos Reis, dois dos Paralipômenos; Salmos de Davi;
Provérbios de Salomão, também chamado Sabedoria, Eclesiastes, Cantar dos
Cantares, Jó; dos profetas, Isaías, Jeremias, os doze em um só livro, Daniel,
Ezequiel; Esdras. Destes livros tirei os Extratos, que dividi em
seis livros’. E é isto que há de Militão” (Conservado por Eusébio em
História Eclesiástica, Livro IV, Cap.26, v.12-14)
Teófilo de Antioquia (120 – 180 d.C)
“Daremos, no que for possível, o número de todos eles, remontando à própria origem da criação do mundo, tal como
foi consignada por Moisés, servo de Deus, sob a inspiração do Espírito Santo” (Terceiro Livro a Autólico,
Cap.23)(os mesmos 22 livros como pode ser confirmado lendo o artigo por
inteiro).“Basta o que dissemos sobre o testemunho dos fenícios e egípcios, tal
como aparece nas histórias escritas sobre nossas antiguidades pelo egípcio
Maneton, pelo efésio Menandro e pelo próprio, o cronista da guerra dos judeus,
feita contra eles pelos romanos. Através desses antigos demonstram-se que os
escritos dos outros são posteriores aos que nos foram dados por Moisés e mesmo
aos dos profetas posteriores. De fato, o último dos profetas, chamado Zacarias, exerceu sua atividade no reinado de Dário.Também vemos que
os legisladores editaram suas leis posteriormente. Com efeito, se se cita
Sólon, o ateniense, este viveu nos tempos dos reis Ciro e Dário, contemporâneo
do profeta Zacarias e até muitos anos posterior”(Terceiro Livro a Autólico,
Cap.23)
Cirilo de Jerusalém (315 – 386 d.C)
“Agora estas divinamente
inspiradas Escrituras do Velho e Novo Testamento nos ensinam... Aprenda também
diligentemente, e da Igreja, quais são os livros do Velho Testamento, e quais
aqueles do Novo... Leia as Divinas Escrituras, os vinte e dois livros do Velho Testamento, estes que foram traduzidos pelos setenta e dois
intérpretes... Destes leia os vinte e dois livros, mas não tenha nada com os livros apócrifos. Estude seriamente estes apenas, os quais nós lemos abertamente na Igreja. Mais sábio e mais piedoso que a ti mesmo foram os
apóstolos, e os bispos dos tempos antigos, os presidentes da Igreja, que nos
transmitiram estes livros. Sendo então um filho da Igreja, não falsifique seus
estatutos. E do Velho Testamento, como temos dito, estude os dois e vinte livros, que se for desejoso de aprender, se esforce em lembrar pelo
nome, como eu os cito. Pois a Lei, os livros de Moisés, são os cinco primeiros,
Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio. E depois Josué, o filho de
Num, e o livro de Juízes, incluindo Rute, contado como sete. E dos outros
livros históricos, o primeiro e segundo livro dos Reis são entre os hebreus um
livro; também o terceiro e quarto um livro. E da mesma forma, o primeiro e
segundo de Crônicas são para eles um livro e o primeiro e segundo de Esdras são
contados como um. Ester é o décimo segundo livro, estes são os escritos
históricos. Mas aqueles que são escritos em versos são cinco, Jó, o livro de
Salmos, Provérbios, Eclesiastes e o Cântico dos Cânticos, que é o décimo sétimo
livro. E depois destes veem os cinco livros Proféticos: dos doze Profetas um
livro, de Isaías um, de Jeremias um, incluindo Baruque e Lamentações e a
Epístola, então Ezequiel e o livro de Daniel, o vigésimo segundo do Velho
Testamento” (NPNF2, Vol. 7, Cirilo de
Jerusalém, Catechetical Lectures IV.33-36)
Orígenes de Alexandria (185 – 253 d.C)
‘Não se pode
ignorar que os livros testamentários, tal como os transmitiram os hebreus, são
vinte e dois, tantos como o número de letras que há entre eles”. “Os vinte e dois
livros, segundo os hebreus, são estes: o que entre nós se intitula Gênesis, e
entre os hebreus Bresith, pelo começo do livro, que é: No princípio;Êxodo,
Ouellesmoth, que significa: Estes são os nomes; Levítico, Ouikra: E chamou;Números,
Ammesphekodeim; Deuteronômio, Elleaddebareim: Estas são as palavras; Jesus, filho de
Navé, Josuebennoun;Juízes e Rute, para eles um só livro: Sophtein; I e II dos Reis,
um só para eles: Samuel, O eleito de Deus; III e IV dos Reis, em um: Ouammelchdavid,
que significa Reino de Davi; I e II dos Paralipômenos, em um: Dabreiamein, isto
é: Palavras dos dias; I e II de Esdras em
um: Ezra, ou seja, Ajudante; Livro dos Salmos, Spharthelleim; Provérbios de
Salomão, Meloth;Eclesiastes, Koelth; Cantar dos Cantares (e não, como pensam alguns,
Cantares dos cantares), Sirassireim; Isaías, Iessia;Jeremias, junto com as Lamentações e
a Carta, em um: Ieremia; Daniel, Daniel; Ezequiel, Iezekiel; Jó, Iob; Ester,
Esther. E além destes estão os dos Macabeus, que são intitulados
Sarbethsabanaiel’" (História Eclesiástica, Livro VI, 25:1,2)
“’Não há pois entre nós milhares de livros em
desacordo e em mútua contradição, mas há sim, apenas vinte e dois livros que contêm a relação de todo
o tempo e que com justiça são considerados divinos. Destes, cinco são de Moisés, e compreendem as leis e a
tradição da criação do homem até a morte de Moisés. Este período abarca quase
três mil anos. Desde a morte de Moisés até a de Artaxerxes, rei dos persas
depois de Xerxes, os profetas posteriores a Moisés escreveram os fatos de suas
épocas em treze livros. Os outros quatro contêm hinos em honra a Deus e regras
de vida para os homens. Desde Artaxerxes (sucessor de Xerxes) até nossos dias,
tudo tem sido registrado, mas não tem sido considerado
digno de tanto crédito quanto aquilo que precedeu a esta época, visto que a
sucessão dos profetas cessou. Mas a fé que depositamos
em nossos próprios escritos é percebida através de nossa conduta; pois, apesar
de ter-se passado tanto tempo, ninguém jamais ousou
acrescentar coisa alguma a eles, nem tirar deles coisa alguma, nem alterar
neles qualquer coisa que seja’. Estas palavras do autor aqui apresentadas não deixarão
de ser úteis” (História Eclesiástica,
Livro III, 10:1-6)
Apolinário de Laodiceia (310 – 390 d.C)
“As histórias de Susana e de Bel e o Dragão não estão contidas no
hebraico... Por isso, quando
traduzia Daniel muitos anos atrás, anotei essas visões com um símbolo crítico,
demonstrando que não estavam incluídas no hebraico... Afinal, Orígenes, Eusébio
e Apolinário e outros clérigos e mestres
distintos da Grécia reconhecem que, como eu
disse, essas visões não se
encontram no hebraico, e portanto não são obrigados a
refutar Porfírio quanto a essas porções que não exibem nenhuma
autoridade de Escrituras Sagradas” (Prólogo do Comentário sobre
Daniel, p.15, disponível aqui para leitura)
PRIMEIRAS CONCLUSÕES
Então, temos aqui uma confirmação que os
hebreus (judeus) já tinham conhecimento pleno de muitas outras obras
eclesiásticas, mas não canônicas, pois a sua coleção de livros sagrados,
divinamente inspirados, era composta por
22 livros, sendo esta uma tradição ainda respeitada.
Outros livros eram lidos nas sinagogas e
templos, considerados eclesiásticos, mas não eram considerados de inspiração
divina, mas de escritos de mentes humanas.
Esta é a posição dos antigos dirigentes do
cristianismo em seus primeiros tempos.
Desta forma, elimina-se totalmente qualquer
possibilidade de inclusão na bíblia sagrada, no Antigo Testamento, de outros
escritos.
Quanto ao Novo Testamento, não temos uma
posição formal, definitiva, ainda por mim conhecida.
Significa, também, que podem existir muitas
obras que não são canônicas, mas que por serem eclesiásticas, merecem nosso
estudo, com muita cautela, sem deixar que influenciem nossa forma de adorar ao
nosso Deus, no nome de Jesus Cristo, nosso Salvador.
Amém.
Missionário Virtual Geraldo de Deus 2014
junho, 29
Adendo 2020junho, 13
Depois de ler diversos destes livros apócrifos, cheguei à conclusão que não merecem credibilidade.
Não coadunam com os livros constantes no Antigo Testamento, nem no Novo Testamento. Faço exceção ao Livro de Enoque, pois foi este homem de Deus foi citado por Jesus Cristo e pelos apóstolos. No entanto, a atual versão que temos em mãos, de origem etiope, pode conter erros em sua tradução .
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