RUDE CRUZ
JOÃ0 1:5 E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
ANTES ERAM AS TREVAS SUA REALIDADE.
ENTÃO O MESTRE DEU-LHE A LUZ E AS CORES DA VIDA.
NO ENTANTO, AO VER O MESTRE SENDO CRUCIFICADO, VOLTOU ÀS TREVAS.
PORÉM, TENHAM CERTEZA, PARTIU PARA A LUZ ETERNA.
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A MENSAGEM DA CRUZ
RUDE CRUZ
Empurrando e forçando a passagem entre
a multidão ensandecida, subi pela trilha. Haviam muitos soldados romanos, que,
identificando-me como mais um judeu local, olhavam-me com desdém, cuspindo no
solo e praguejando, murmurando impropérios.
Segui em
frente, sempre empurrando, forçando a passagem. Meu peito retumbava como um
tambor descompassado, eu arfava, não de cansaço, mas de ansiedade. “O Mestre,
quero ver o Mestre, preciso...”
Minha mente não cessava de repassar esta frase com sofreguidão.
Minha mente não cessava de repassar esta frase com sofreguidão.
O sol estava
causticante, o calor sufocava e meu suor empapava a pele por todo o corpo.
Meus olhos ardiam, inundados de suor e lágrimas, numa mistura de dor e sal.
Meus olhos ardiam, inundados de suor e lágrimas, numa mistura de dor e sal.
Eu vejo o
céu azul sem nuvens, eu vejo o colorido das vestimentas, mas o suor embaça minha
visão.
Eu temo as trevas, eu que vivi quase toda minha vida na escuridão e nas trevas... Sim, há uma diferença entre escuridão e trevas.
Eu vou remoendo meus medos e avançando entre o povo, forçando caminho, empurrando, me desculpando...
“Eu quero ver o Mestre, eu preciso...”
Eu temo as trevas, eu que vivi quase toda minha vida na escuridão e nas trevas... Sim, há uma diferença entre escuridão e trevas.
Eu vou remoendo meus medos e avançando entre o povo, forçando caminho, empurrando, me desculpando...
“Eu quero ver o Mestre, eu preciso...”
Não posso
acreditar no que está acontecendo. Como
pode um irmão, um descendente de Davi, nosso patriarca, ser tão vituperado...
Se não o respeitam, pelo menos deveriam temer tocar num descendente do ungido do Senhor dos Exércitos...
“com licença, dê passagem...”
Se não o respeitam, pelo menos deveriam temer tocar num descendente do ungido do Senhor dos Exércitos...
“com licença, dê passagem...”
Eu vou
subindo o morro, olho para cima querendo enxergar alguma coisa, mas a multidão
parece não ter fim, se aglomeram, cerceiam meu campo de visibilidade.
“Eu quero ver o Mestre, eu preciso...”
“Eu quero ver o Mestre, eu preciso...”
Ah, mais
acima vejo alguns conhecidos de minha cidade de Jericó, avanço, digo “Olá, me
dêm passagem... preciso chegar lá no alto...”
Eles me olham com estranheza, como se não soubessem que há pouco tempo eu mudei, eu renasci...
Eles me olham com estranheza, como se não soubessem que há pouco tempo eu mudei, eu renasci...
“O Mestre,
quero ver o Mestre, eu preciso...” Eu murmurava, buscando forças para continuar
ascendendo em direção ao topo.
Agora, já vejo lá ao longe o meu Mestre, mas, ai, meu coração dispara, meus olhos não conseguem mais ver, banhados em lágrimas... Que tristeza!
Agora, já vejo lá ao longe o meu Mestre, mas, ai, meu coração dispara, meus olhos não conseguem mais ver, banhados em lágrimas... Que tristeza!
-- Oh, meu
Deus, que heresia... Que sacrilégio!
Avanço cegamente, às esbarradelas...
De repente sou empurrado, caio ao solo, seco meus olhos, ergo-me, coloco-me em pé e vejo que há um cordão de isolamento humano, formado por centuriões, lanças e escudos romanos.
Avanço cegamente, às esbarradelas...
De repente sou empurrado, caio ao solo, seco meus olhos, ergo-me, coloco-me em pé e vejo que há um cordão de isolamento humano, formado por centuriões, lanças e escudos romanos.
Eu imploro:
“Me deixem passar, preciso ver o Mestre...” – As mãos levantadas em concha,
como a mendigar uma moeda, como antigamente, quando eu vivia na escuridão...
O soldado
blasfema, ameaça espetar-me com a lança.
Eu fico ali, sem ação, só implorando
“Eu preciso
ver o mestre... Eu preciso ir até ele!
O soldado se
irrita, sinto o gosto de sangue na boca e o frio do aço penetrando minha
barriga.
Caio, transpassado, sangrando.
Caio, transpassado, sangrando.
Naquele
instante meus conhecidos de Jericó se aproximam, me amparam, me arrastam para
trás, me erguem e eu vejo:
Uma cruz
enorme, meu Mestre lá, pregado, braços abertos, ensangüentado, lavado no
próprio sangue, o rosto caído sobre o peito, na cabeça uma coroa de espinhos e
sangue, muito sangue...
Vejo também
outras duas cruzes ao lado, mas isto não me importa, o que me dói não é o
ferimento que sangra, mas a dor da ingratidão humana, da incompreensão, do
poder político comandando o templo e os sacerdotes...
Não me contenho, enquanto sou sustentado pelos meus conterrâneos, num último esforço, eu grito, a plenos pulmões:
Não me contenho, enquanto sou sustentado pelos meus conterrâneos, num último esforço, eu grito, a plenos pulmões:
__”Mataram o
Cristo, o Salvador! Mataram o Messias enviado por Deus!!!"
As forças me
faltavam e eu sabia que estava mergulhando na escuridão, mas isto já não tem
mais importância...
Eu sei que
não vou para as trevas, delas eu fui liberto porque eu ouvi o Mestre e ele me
ensinou o caminho da salvação !
(silêncio).
Um dos que
me sustentavam murmurou para os outros, cheio de compaixão:
__ Como pode... O soldado matar um
pobre cego de Jericó...
Fim
(Na verdade, o que importa é que
Jesus, o cordeiro de Deus imolado na cruz para remissão dos pecados de toda a
humanidade, em todos os tempos, RESSUSCITOU ao terceiro dia, depois, foi
elevado aos céus, e por toda a ETERNIDADE, onde vive e reina na glória à direita de
Deus Pai, o Grande Eu Sou. Amém.)
E, principalmente, JESUS ESTÁ VOLTANDO!
Autor: Geraldo de Deus Romes 2012outubro, 16
revisado graficamente em 2022maio, 19